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nota: quem me deu a sugestão de casamento foi uma das leitoras, RogueX2! Espero que gostem!
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A manhã no French Quarter era mais pacífica do que se esperava.
Hayley Marshall andava em cima de suas botas pela biblioteca, procurando algo para ler enquanto Hope não despertava.
Ouviu batidas na porta, impacientes.
Colocou de volta na prateleira o livro de capa preta, andando até a grande porta de madeira para deparar-se com uma bruxa loira aflita.
"Você vai se casar" ela anunciou, batendo o cano alto no chão.
"Não, obrigada?" Hayley retornou, com a expressão mais confusa em seu rosto. Colocou as mãos na cintura, de um jeito quase comigo.
"Hayley, isso é urgente." ela continuou, ignorando o bom humor da híbrida, que vagarosamente ia desfalecendo.
"Freya, sobre o que você está falando?" Hayley finalmente questionou, apreensiva.
"A linhagem do Klaus está quebrada, é um momento muito incerto para a nossa família" ela suspirou, afoita "os vampiros podem ser extintos, e a comunidade sobrenatural pode ser exposta..!" ela andou de um lado para o outro, procurando por um de seus livros de feitiço prateleira por prateleira — puxou de uma delas um livro marrom empoeirado com páginas beges.
Hayley cruzou os braços, escutando.
"Preciso refazer a conexão da linhagem dele antes que algo caótico aconteça" ela folheou o livro, abrindo um sorriso ao encontrar o que procurava, esticando o livro para Hayley "e é aí que você entra!"
Hayley passou os olhos pelo livro.

(...) a quebra de uma linhagem vampírica requer grande poder — o qual pode ser chancelado de um acontecimento único. Para refazer a linhagem, a mesma força é necessária. (...)

Hayley balançou a cabeça, atordoada.
"Freya, deve haver outro jeito" ela hesitou, ainda com o livro em mãos.
"Não há, Hayley" a voz dele ecoou pelo cômodo.
Klaus adentrou a biblioteca, indeciso.
"Nós procurando por outra solução" ele continuou "precisamos de você"
"Por que eu?" ela retornou, trocando um olhar significante com ele.
"Você é uma Labonair, a primeira híbrida do seu tipo, rainha de uma das alcateias mais antigas da história sobrenatural" Freya contou.
"Acho que isso te qualifica o bastante, lobinha" ele interrompeu, humorado. Abriu um sorriso, relutante.
"Céus..." ela suspirou, depositando o livro sobre a mesinha mais próxima "Klaus, eu..." ele encarou-a, com olhos esperançosos.
Um choro agudo foi ouvido a certa distancia. Hayley mordeu a própria língua, segurando o pensamento.
"Preciso pegar ela" ela apressou-se para sair do cômodo.
"Hayley-" Klaus a chamou, antes que ela saísse.
Seus olhos se encontraram, como se trocassem palavras. Ela assentiu, escondendo os lábios em um traço fino antes de desaparecer no fim do corredor.
Freya apoiou-se nos braços do sofá, encarando o irmão.
"Você não vai aceitar não como resposta, vai?" ela questionou, mas não obteve resposta.

"Você cresceu tanto!" a velha lobisomem balançava Hope no ar, sorridente.
"Hey, Hayley" Claire aproximou-se, amigável "bom te ver aqui no Bayou"
"Bom te ver também" elas se abraçaram "como está todo mundo?" Mary e ela se entreolharam.
"Conte a ela" a velha pediu, afastando-se com Hope para uns arbustos floridos.
"Venha comigo" a ruiva pediu, e Hayley acompanhou-a até uma cabana não muito longe.
Claire começou a explicar "tivemos muitos ataques nos últimos meses" abriu a porta da cabana barulhenta, mostrando cinco pessoas de sua matilha adormecidas em camas de ferro, com vários curativos e feridas profundas pelo corpo "caçadores" ela concluiu, enquanto Hayley andava, horrorizada "a verdade é que nossa matilha não é tão forte quanto antes"
Ouviu um grunhido mais alto.
"Hayley!" Kayla suspirou alto, enquanto a híbrida agachava-se ao lado de sua cama para ouvi-la "eu te disse que ela voltaria para nos ajudar, Claire, eu disse" ela tossiu, encolhendo-se de dor. Hayley tocou o rosto cicatrizado da menina, sentindo-se impotente.
"É claro que sim" ela sorriu para a garota "eu vim para ajudar"
E Hayley sabia o que faria para cumprir a promessa.

Naquela mesma tarde, ela entrou na sala de estar com determinação emanando de seus longos fios de cabelo. Encontrou Klaus, copo de uísque na mão, como de costume.
Ele esticou o copo para ela, em uma oferta.
"Case-se comigo" ela disse, firme.
Um sorriso demorado brincou nos lábios de Klaus.
"Pensei que nunca me pediria" ele retornou, enérgico "por que mudou de ideia?"
"Eu preciso de você, também" ela admitiu, cansada "mas, tenho condições" ele rolou os olhos.
"Sempre tem" ele bebeu mais um gole de seu copo.
"Eu te ajudo se você me ajudar — quero que minha matilha tenha toda proteção. E também preciso de anéis lunares novos para cada um deles"
Klaus retorceu a boca, hesitante. Assentiu, compreeensivo. Umedeceu os lábios, ainda observando-a.
"Mais alguma coisa?" quis saber.
Ela pegou o copo de sua mão, terminando o resto de sua bebida.
"Que seja a cerimônia mais simples possível" ela pediu.
"A última foi extravagante demais para o seu gosto?" ele retornou, instantaneamente arrependendo-se de tocar na ferida.
"Isso não é real, Klaus" ela rolou os olhos, na defensiva.
Ele assentiu.
Não era real, de qualquer forma.
Encararam-se, por um longo tempo.

Klaus + Hayley - drabblesWhere stories live. Discover now