BÔNUS 2 - Os Nove Meses

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O primeiro trimestre traz muitas mudanças. Foram os mais delicados e complicados por conta dos enjoos matinais, cansaço, tonturas, mijadeira, alterações de humor, seios sensíveis, roupas que amo não querendo caber e uma fome miserável.

Alex vivia preocupado comigo principalmente devido que a maior parte dos abortos espontâneos e ameaças acontecem nas primeiras semanas iniciais que é o período mais critico de gestação. Seu cuidado redobrou ao ponto de me sufocar. Estava enchendo minha paciência querendo controlar tudo que eu fazia.

Meu obstetra que era o Ethan avaliou as possíveis situações de risco para mim e o bebê (para o desespero do Alex que estava ficando paranoico), me orientou e explicou sobre mudanças decorrentes do meu estado gestacional, indicou uma dieta já que eu não tenho hábitos de alimentação tão saudável assim (para o meu total desespero) além de passar uma bateria de exames.

— Rose?

— Puta que pariu! — solto ao me assustar com Alex entrando na cozinha, rapidamente tento esconder o pote de sorvete que assaltei da geladeira. — Que me matar do coração?

— O que faz na cozinha as.... — esfrega os olhos sonolentos e depois olha para o relógio pendurado na cozinha. — três da manhã?

— Vim pegar um copo de água. — sou uma péssima mentirosa.

— O que você anda escondendo nas costas?

Veio se aproximando enquanto eu ando para trás querendo parar perto do cesto de lixo para que não veja o pote vazio que estava preste a lamber.

— Quem disse que estou escondendo algo? — devolvo ganhando tempo. Jogo o pote com cuidado para não fazer barulho e trago os braços para frente. — Vim beber água.

— Ah, é? — na minha frente ele passa um dedo no canto da minha boca para em seguida levar a boca e lamber. — Não sabia que água agora tem gosto de chocolate.

Merda! Fui pega.

— Ohh... Foi uma barrinha que comi. — tento escapar sabendo que será um fracasso.

— Vem cá, essa barrinha foi antes ou depois do pote de sorvete que Eros acabou de tirar do lixo?

— O quê?! Eros! — olho para meu cachorro que resolveu mudar de lado e tomo o pote seco dele que choraminga. — Não pode, fofo. Não sei de onde esse cão começou a gostar de sorvete se nunca se quer eu dei para ele.

— A mocinha quer me explicar esse pote vazio. Antes de irmos dormir recordo que estava cheio.

— Cansei desse interrogatório. Estou grávida e desejava comer sorvete. — dou de ombros.

— Novamente? Rose sabe que tem que diminuir nos doces. Ethan avisou que você está cinco quilos acima do correto.

— Está me chamando de gorda? — a culpa por ter sido pega some.

— Não, só estou dizendo que...

— Que nada! — o interrompo. — Não pense que esqueci de ontem sobre a minha bunda não caber naquele short e que deveria usar aquela calça ridícula que comprou. Eu sei que estou gordinha, mas não precisa jogar na minha cara.

— Hoje tu começou foi cedo, Rose. Não tive culpa que o seu maldito short rasgou.

— Seu insensível!

Saio correndo para o quarto e me jogo na cama tentando não chorar. Como é possível que com pouquíssimos meses eu tenha ganhado um belo aumento no peso mesmo que nunca tenha sido magra? Porra de hormônios!

Apenas Uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora