Mudar?

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Pov. Kat

- MÃE. Como pude chama-lá de mãe? - essa sou eu contando sobre o que falei a Geanna ao Chan quando eu acordei.
- Como você pode eu não sei, mas eu sei que você estava doente, delirando e que ela é igual à sua mãe, então não se martirize.
- Como?! - eu pergunto mais uma vez e me jogo para trás na cama - Espero que ela não se lembre disso.
- Quem estava doente era você, encrenca. Claro que ela vai lembrar. - ele fala.
- Você não está ajudando. - eu jogo um travesseiro nele, que se esquiva e dá risada.
- Se controle, encrenca. - diz e sobe em cima de mim, prendendo-me com seu corpo e meus pulsos com suas mãos.
Eu sorrio e depois tento me soltar, sem sucesso. Desisto. E então ele ri, deixando-me hipnotizada, e me dá um beijo. Eu logo sinto algo na minha coxa.
- Controle-se você. - eu falo e sorrio - Pelo menos uma parte sua.
Ele revira os olhos e depois volta a me encarar com uma cara pensativa.
- Em que está pensando? - pergunto.
- Não sei. - ele fala, fazendo-me lembrar de mim mesma, que nunca sei direito nem em que estou pensando.
- Vamos, fale. Eu te conheço e sei que tem algo na sua mente.
- Eu só estava pensando no dia em que eu te conheci. - ele tem um olhar perdido.
- Uau. Eu nunca mais tinha pensado nesse dia.
- Eu lembro de quando você saiu do seu carro, com sua cara séria e confiante...
- Peraí. - eu o interrompo - Eu não estava nada confiante, na verdade eu estava tremendo.
- Bom, você parecia confiante. 
- Você ainda lembra disso? - pergunto - Não lembro muito daquele dia. Eu estava muito nervosa pra lembrar de detalhes, mas eu lembro de te ver você, parecia deslocado, mas apaixonei instantâneamente pelos teus olhos.
- É? Só pelos olhos? - pergunta.
- Eu me apaixonei pelo todo depois. - eu sorrio e desta vez eu o beijo.

Eu levanto desnuda de minha cama e me olho quando passo na frente do espelho, não havia percebido mas estou mais magra, minhas pernas tem alguns roxos à mais, incluindo uma marca de mordida da Vênus, meu corpo continua pálido e visualmente pequeno.
Sempre fui minúscula na verdade, mas realmente nunca liguei pra isso, nem mesmo na escola quando meu apelido era Chaveirinho.
Olho meu rosto no espelho, tenho olheiras maiores e meu rosto tem um tom acinzentado.

Estou com Andy no colo, tantando nina-lo mas sem muita habilidade de minha parte.
- É, eu sei. - falo como se ele pudesse me entender - Esse mundo é uma porcaria. Mas você ainda não tem que lidar com isso, então só durma enquanto pode e não tem que lidar com a vida que também é uma porcaria. - ele tem seus olhinhos verdes vidrados em mim.
- Kat? Você tá bem? - escuto a voz de minha tia atrás de mim e me viro.
Não. Eu não estou bem.
- Eu estou ótima. Por quê? - deixo o assunto quieto.
- Você estava falando para o bebê sobre como a vida é uma porcaria. - ela se aproxima.
- Mas ela é. - falo e dou o bebê em seus braços - E você sabe que é, e que nada é totalmente bom ou dá certo nessa porcaria. - eu caminho para fora do quarto.  
- Tem um bebê aqui sabia? - escuto ela falar do quarto.

Agora estou sentada em uma espreguiçadeira na área da piscina, que pra mim é uma espécie de área de escape nessa casa. Fecho meus olhos e sinto o sol esquentar a minha pele.
Após alguns minutos escuto meu telefone tocar.

Ligação on

- Alô! Kat, sou eu, Juli - ouço a voz animada.
- Oi, gravidinha. - dou uma risada - Tudo bem?
- Sim... Então, eu e Nick acabamos de nos mudar e amanhã vamos fazer um almoço para comemorar a casa e dar uma notícia que vocês não vão acreditar.
- Não vamos acreditar? O que é? - eu falo rapidamente.
- Surpresa! Mais com certeza todos vão ficar felizes, então... da para vocês virem?. - pergunta.
- Com certeza. Não perderíamos por nada, amiga. Mas ainda não acredito que você vai fazer isso comigo. - eu falo, não consigo suportar, não aguento de curiosidade.
- Eu não posso falar ainda é... prima, avise sua tia e o marido dela, chame todos. Ah! Você tem o número da Geanna?
- Nossa tia. - eu a corrijo - E sim eu tenho o número por quê?
- Acho que vou chama-lá, o que acha que devo fazer?
- Eu realmente acho que você deveria se dar a chance de se conhecerem, até porque ela não é tão culpada quanto pensávamos.
- É... vou tentar. - eu solto um suspiro. - Me passa o número dela por mensagem depois.
- Tudo bem, eu passo. - eu solto um longo suspiro.
- E mais uma coisa, traga biquíni. - eu volto a sorrir.
- Ok. - falo com um tom de desânimo - Mas acho que tenho que comprar um primeiro.
- Então seja rapida,  priminha. Agora eu preciso ir, Nick esta arrumando tudo sozinho.
- Ok. Te vejo amanhã.
- Até! - diz e desliga.

Era Pra Ser (Completo)Where stories live. Discover now