Capítulo 7 - Festa

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— Você está cinquenta e cinco minutos atrasado. Você disse que estaria aqui às dez.— Digo entrando no carro e fecho a porta com força.

— Não seja mal agradecido, agradeça que eu estou te dando carona.— Bufo colocando o sinto de segurança.— E eu tive alguns contratempos por isso me atrasei.

— Você me convidou e me usou psicologicamente, não faz mais que sua obrigação me levar até a festa.

— Em nenhum momento eu te usei psicologicamente, mocinho.— Cruzo os braços ao ouvi-lo rir e dar partida no carro.— Apenas disse que seu namorado vai estar lá.

Ex.— O corrijo.— Por enquanto ele é meu ex namorado.

Não que ele é meu ex namorado, mas sim que se terminarmos não seremos mais que isso, ex. Eu tenho certeza que ela não vai mais falar comigo, ele não vai mais me tratar como antes. Ele não vai ser carinhoso comigo — até porque seria estranho vê-lo me tratar carinhosamente depois de terminarmos um relacionamento.
Acho que terei de seguir minha vida sem ele. Mesmo o vendo todos os dias na escola, no nosso cotidiano. Terei de ignorá-lo mesmo doendo tanto dentro de mim. Bem, eu acho que o Taehyung vai querer assim.

Fingir que nada aconteceu e voltarmos a ser amigos não seria legal, seria bem estranho se voltássemos a compartilhar segredos e falar sobre coisas que ninguém sabe.

— Então você está solteiro?— Saio dos meus pensamentos ao ouvir a maldita voz do Jungkook.

— Pra você eu estou mais que casado.— Digo enquanto arrumo meu cabelo.— Foca na estrada e tente não matar a gente.— Percebo que ele me encarava demais.

— Você tem cabelos bonitos.

— Não te perguntei.— Olho pela janela e o que vejo é apenas um caminho escuro, mal iluminado.

— Eu realmente não consigo te entender.— Afirma arrumando seu chapéu com uma das mãos, a outra segurava o volante.— Não consigo ter uma conversa normal com você!

— Com você também não dá pra conversar sem ter que ouvir você falar coisas maliciosas.

— Até por que não quero conversar, quero fazer outra coisa com você.— Diz me fazendo revirar os olhos, devo estar mais vermelho que um pimentão. Mas eu ignoro o garoto, que apenas solta uma risada baixa.

Não vejo a hora de me livrar dele.

— Vai demorar muito pra chegarmos?

— É um pouco longe.— Diz e eu bufo. — Podemos tentar conversar enquanto isso.

— Se você parar de fazer piadas sexuais, podemos tentar.— Dou de ombros.

— Vou tentar não falar nada mesmo pensando mil e uma coisas ao olhar pra essas coxas.- Sorri malicioso, olhando de relance para mim. Me mexo desconfortável.

— Gosta de arroz?— Faço uma careta que logo é desfeita, dando lugar ora um sorriso. Rio alto.

— Você é muito estranho.— Ele ri dando de ombros.— Quem não gosta de arroz?

— É só pra começar uma conversa normal mesmo.— Me viro pra olhá-lo.— E eu poderia não gostar de arroz.

— Você é chato pra caramba, sabia?

— Por não gostar de arroz?- Me encara confuso.

- Não por isso.— Me viro pra encará-lo.— Desde que cheguei no colégio você não me deixa em paz. Fica o tempo todo atrás de mim, me perseguindo.

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