Cartas ; LadyKatjaa

#3 AKA pior dia da minha vida

Eu nunca pensei vir a escrever isto, principalmente num sítio onde todo o mundo pode ver. Mas ninguém sabe quem sou, sou só mais uma no meio de muitos, por isso acho que não faz mal.
"Pior dia da minha vida" , talvez pareça um nome clichê e exagerado, mas eu realmente considero-o o pior.
"Fevereiro 2015" - pior mês da minha vida.

Eu sempre fui boa aluna na escola, tinha boas notas, bom comportamento.... e meio que ainda sou. Naquela época eu gostava (e ainda gosto haha) de falar por mensagens com as minhas amigas. Pois, então, eu costumava mandar mensagens enquanto estava a estudar. E talvez tenha sido por isso que tive algumas notas menos boas, e nem eram negativas, nem perto disso, mas eu estava habituada a ter notas boas, muito boas, por isso, quando recebi uns 70 e tal %, fiquei com medo da reação do meu pai. Por isso decidi não contar dos testes até ganhar coragem. PIOR IDEIA DA MINHA VIDA. Juntamente com isso, (meu deus não gosto nada de falar nesta parte) o meu pai dava-me lanche para eu levar para a escola. E eu, não costumava ter fome, então não o comia, e ficava lá na minha mochila. E eu já tinha tanta coisa lá, que meu deus, eu sou muito contra desperdício de comida, sempre fui, mas eu não pensei que uma coisa tão simples pudesse ter consequências tão catastróficas.
Digamos que uma vez, numa aula com a minha DT, eu estava distraída ou assim, e ela quis falar comigo depois da aula acabar. E lá basicamente ela disse me que eu não precisava de tentar ser tão perfeita e assim, é que ela quando era pequena era um pouco como eu.... *desculpem, não consigo especificar mais coisas sobre a minha antiga vida, a sério, seria como abrir feridas muito profundas*
Eu sai daquela conversa feliz até, pensei que alguém me compreendia no mundo.
Dias depois (lembro me até que era uma quarta-feira), pelos vistos, a DT tinha ligado ao meu pai a dizer dos testes, pois eu ainda não os tinha levado assinados. Resumo: o meu pai descobriu tudo: a comida *AFFZZ A COMIDA É O QUE ME CUSTA MAIS DIZER POR CAUSA DO DESPERDÍCIO QUE AQUILO FOI* , os testes, o facto de eu andar distraída nas aulas... e BOOM. Tudo caiu, a partir desse momento não voltei a ser a mesma pessoa. Só sei que o meu pai tirou me tudo : o tablet, o telemóvel, o computador... E ficou muito desiludido comigo, mas tipo, eu nunca o tinha visto tão zangado, e o pior de tudo, é que era culpa minha, eu podia ter evitado a minha própria "morte" mas fui burra.
Mas continuando.... chegámos a casa, o meu pai sempre a gritar comigo e isso... e o pior de tudo, é que eu estava entusiasmada nesse dia, tinha acordado feliz, mas foi-se tudo. Eu fiquei a estudar matemática, ou seja, a olhar para os exercícios a tremer de medo, eu tinha tanto medo do que me iam fazer. O meu pai até me disse que me iria mudar de escola, para a pior escola e para a pior turma, e que eu não merecia o esforço que ele fazia para pagar a minha escola.
Lembro-me de ouvir os meus pais a falarem baixo, e eu não conseguia ouvir o que diziam, pois o meu pai tinha fechado a porta do meu quarto (coisa que nunca fazia, pois eu sempre dormia de porta aberta) e eu estava com tanto medo. Sabendo que, nisto tudo, eu tinha 12 anos... agora estou tipo "Boa, já tenho problemas e marcas profundas desde os 12 anos". É. É bastante triste. Ainda hoje, sempre que oiço alguém a falar baixo, dá-me pânico, principalmente se é sobre mim, aí sim entro mesmo em pânico é só quero que parem. Bem até faz sentido.
Na manhã seguinte, o meu pai nem tomou o pequeno-almoço comigo (ele sempre tomava comigo) e fez me comer um pão com manteiga que me deu vómitos (talvez seja por isso que agora odeio esse tipo de pão). Não me lembro bem de como tudo aconteceu, mas foi traumático, foi muita coisa num curto espaço de tempo. Aqui não consigo explicar bem,  pois não tenho coragem, são coisas muito deep, que guardei na 'caixinha de memórias para esquecer' do meu cérebro.
Provavelmente esta "carta" não faz sentido nenhum, pois na outra eu comecei a falar do... meu amor? Meu crush? Nem sei mesmo como lhe chamar, tipo 'amor' é muito clichê, e eu não gosto. Mas vá , comecei a falar dele e acabei nisto.
Nem vou rever o que escrevi, vou publicar mesmo assim. Também ninguém vai ler, ninguém vai perceber porque eu também não consigo explicar. Por isso acho que está tudo bem assim.