Prevendo o futuro

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Um solavanco memorial me puxou a realidade e, entrei atordoada na barraca, onde todos já se encontravam dormindo. Deitei ao lado de Pietra e, tive um daqueles sonhos horríveis que eu já havia tido antes.

"Estava em uma cabana no meio da floresta com as mãos amarradas em uma viga que apoiava o teto do lugar. Minha boca estava amordaçada por uma flanela velha e eu estava vestida com um vestido azul-claro sujo de terra, e com o cabelo amarrado em um rabo de cavalo. Ouvia vozes no meio da floresta que me chamavam, e reconheci algumas delas como as de Tio Edward e Pietra. Com muito esforco soltei as mãos, tirei a mordaça e, bati na porta pedindo socorro. Vi algo se mexer na mata fechada e Cristian apareceu em seguida. Chamei seu nome e, ele deu um sorriso alegre, seguindo em minha direção. Ele parou abruptamente e, seu sorriso lindo se desfez, deixando uma lágrima cair. Ele tombou de joelhos e, ao cair de seu corpo pesaroso no chão, consigo visualizar uma flecha feita de pedra encravada em suas costas, que sangravam abundantemente."

Acordei suando muito, e corri para fora da barraca para chorar em tom baixo. Não queria que me ouvissem. Porque estou tendo esses dejavus?Porque estou tendo visões e sonhando coisas que eu já havia sonhado e visto antes? Meu coração se encheu de uma angústia que eu não conseguia explicar. As lágrimas rolavam soltas e, meu peito doía, cada vez que aquelas imagens invadiam minha mente, sem pedir licença. O que o amuleto está tentando me dizer? O quê?! Ouvi passos em minha direção e visualizei Leonato vindo em minha direção, preocupado.

- O que houve?- Perguntou ele, tocando meu ombro.

- Estou sentindo que algo ruim vai acontecer.

Leonato abraçou - me, o que estranhamente me fez se sentir pior que antes. Me desvinculei, dizendo que já estava bem e, levantei-me para voltar a barraca, foi quando vi o vulto de Cristian entrar rapidamente. Entrei e deitei novamente para dormir. Leonato entrou em seguida, e deitou - se também.
Ao amanhecer, vi que todos, exceto Pietra, tinham saído. Ela arrumava algumas coisas na mochila e eu me aproximei para falar com ela.

- Onde estão os outros? - Perguntei, esfregando os olhos sonolentos.

- Asfír está lá fora, fazendo uma fogueira para cozinharmos, enquanto os gêmeos foram dar uma sondada na área. Na madrugada, algum animal entrou aqui e, roubou nossa comida que estava na mochila.

- Nossa, eu nem vi.

- Você estava em um sono bem profundo. Eu te chamei algumas vezes, mas você estava mesmo bem exausta.

- Deve ser por causa do meu pesadelo. Eu acordei a noite e depois demorei a pegar no sono.

Pietra estava de costas para mim, e quando me aproximei mais um pouco, vi que seus olhos estavam chorosos.

- Esse choro não é por causa da comida, certo?!

- Não.

- O que houve?

- Eu só estou chateada com umas coisas aí.

- Pietra,  lembre - se que pode confiar em mim.

- Eu... Só queria pedir que você me desculpasse. Isso já me deixaria melhor.

- Desculpas pelo quê?

-Por uma série de coisas que eu fiz. Mas,  principalmente por ficar no caminho entre você e o Cristian.

- Você não estava em nosso caminho. Até porque, é de você que gosta.

- Quem me dera. Depois que você disse que não existia nada entre vocês, eu tentei conquistá - lo e, até o beijei algumas vezes. Ele estava se esforçando para te esquecer e gostar de mim mas...-Ela fez uma pausa.

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