Sonhos Perturbadores

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Acordei de madrugada assustada. Ainda eram 4h da manhã, mas não consegui dormir de novo, na verdade, não queria. Tive um sonho muito ruim. Sonhei com meu colega Eduardo, mas no sonho nós fornicávamos. Fiquei muito assustada, pois nunca tive aquele tipo de sonho, e nunca havia pensado nele daquela forma. Era algo que eu nunca tinha imaginado. Então, comecei a orar repreendendo aquele sonho tão pertubador. Como não conseguiria mais dormir, peguei o celular e comecei a pesquisar sobre os motivos daquele sonho. Descobri que aquilo era natural. Fiquei abismada. "Como esse sonho nojento poderia ser algo normal?" me perguntei. Logo encontrei a resposta:
" Este acontecimento involuntário é conhecido como “polução noturna “ ( Dt. 23.10) Quando a pessoa tem um sonho 
não é fruto de uma fixação em algo proibido, pode ser uma porta de escape para uma necessidade biológica. Não é pecado.
Porém, não se deve deixar que este sonho fique vagando por sua mente, guardando-o para relembrar, pois isto pode tornar-se uma fantasia sexual; provocando uma excitação ao lembra-lo. O que é pecado." (www.jornalismogospel.com)
Fiquei pensando sobre o que li, e até pesquisei sobre coisas relacionadas. O fato é que ninguém fala nisso. Nunca tinha escutado alguém cristão falar sobre sonhos eróticos, e como devíamos lidar com eles, por isso me desesperei. Mas entendi que não precisa me preocupar, era só consagrar meus sonhos à Deus, e não ficar pensando nos sonhos que tive, que poderia seguir a vida tranquilamente.

Quando eram 6h, me levantei e me arrumei. Dessa vez não tomei banho. Coloquei a blusa de uniforme, uma calça jeans preta, um casaco vermelho, e soltei meu cabelo. Antes de sair, agradeci à Deus por mais um dia. Dei um beijo em meu pai, mas antes que eu pudesse sair, ele me chama.
-Sam, está tudo bem?- disse ele, notando meu abatimento. Eu sabia que não devia ficar daquela forma, pois já sabia o motivo do sonho, mas ainda sim, me senti suja.

-Sim, pai. Eu tô bem, só com muito sono. - esbocei um pequeno sorriso. Ele analisou o meu rosto, e se deu por convencido. Então eu saí.
Tentei melhorar meu ânimo colocando os fones e ouvindo Oceans- Daniela Araújo, mas parecia que nada iria mudar aquela sensação de culpa. Entrei no ônibus, ainda pensativa, e só fui desperta de meus devaneios quando o coletivo parou em frente à escola.

-Nossa, amiga. Que cara de luto. -Disse Luna, logo que eu me joguei em uma cadeira. Pensei a respeito do sonho. Eu queria contar pra alguém. Talvez ela fosse a pessoa certa, já que também era cristã. Talvez ela também já tivesse passado pela mesma experiência que eu.- Conta. O que aconteceu, Sam?
Então expliquei tudo. Desde o sonho até as pesquisas que fiz. Mas ela não pareceu surpresa, e assim que acabei minha narrativa ela me disse: -Também já tive esse tipo de sonho... Na verdade, nunca soube o porquê, mas não ficava pensando muito, sabe. Deve ser normal, mesmo. Na nossa fase, e tal...
Eduardo veio em minha direção. Suspirei. Queria que aquilo nunca voltasse a acontecer. Não sabia como reagir diante dele.

-Oi, Samantha. Quer fazer o trabalho de português comigo?- disse, inocente.

-Eu já vou fazer com ela.-disse Luna, se intrometendo, já sabendo como eu estava diante dele.- Você não vai fazer com o Carlos?
Eduardo apenas negou com a cabeça. Me analisou e em seguida perguntou:

-Você ta passando mal, Sam?-suspirei mais uma vez, e tirei forças de Deus para olhar para ele sem pensar no sonho.

-Não, mas estou com muito sono. -disse, coçando os olhos. Ele não parecia ter se convencido, porém resolveu me deixar em paz.
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"Ah, se eu pudesse meu passado reescrever
Não me perderia
Entre os erros é o medo de viver
Da Tua alegria"
-Daniela Araújo (Liberdade)

Esperar em DeusWhere stories live. Discover now