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 Harry bufou alto, nem ao menos tentando esconder o sentimento de frustração que consumia seu corpo ao ter que enfrentar Louis naquele momento. Ele só queria tomar um banho e dormir o mais cedo possível, a fim de não precisar enfrentar uma manhã agitada como aquela que ele havia tido naquele dia. Com isso, poderia acabar poupando-se de muitos acontecimentos irritantes e improváveis, como maçãs caídas no chão e um Louis limpando seu jardim e desperdiçando água.

— Para a minha casa. Para onde mais eu poderia ir? – Harry perguntou enquanto involuntariamente cruzava seus braços e arqueava uma de suas sobrancelhas.

— E eu que vou saber? – Louis respondeu num tom ainda mais sarcástico, enquanto dava alguns últimos passos para que alcançasse o rapaz dos olhos verdes.

— Deveria. Não é você o sabe-tudo dessa vizinhança? – Harry perguntou, mexendo a cabeça. Louis arregalou os olhos.

— Eu?

— Sim.

— Você só pode estar de brincadeira...

— Bem que eu queria estar... – Harry respondeu, suspirando longamente enquanto virava sua cabeça em outra direção, tentando dar mais atenção para a paisagem que os cercava, a rua vazia, as ervas-daninhas crescendo nas rachaduras das calçadas ou os postes com iluminação falhada. Qualquer coisa, menos Louis.

— Tudo bem, não vamos entrar numa discussão, por favor.

— Diga isso a você.

— O que você quer dizer com isso? – o mais velho perguntou, cruzando seus braços e arqueando uma de suas sobrancelhas, assim como Harry havia feito instantes atrás.

Louis parecia estar totalmente calmo, ao contrário de Harry, que guardava uma explosão de sentimentos dentro de si. Como uma bomba-relógio. Aquele rapaz só precisava de um pequeno impulso para livrar-se de tudo o que lhe frustrava recentemente, principalmente o fato de que 99% de suas confusões envolviam Louis.

Justamente Louis. A pessoa por quem Harry sentia uma imensa vontade de trancafiar num quarto escuro e deixa-lo sozinho até aprender a pior de todas as suas lições. Era inevitável não sentir tal desejo crescendo dentro de si cada vez que Louis sibilava palavras com seus lábios finos, modelando perfeitamente cada sílaba, enquanto seus cílios mantinham o trabalho de piscar incansavelmente, como se o rapaz dos olhos azuis fosse algum tipo de boneco com vida própria.

A pele bronzeada e a franja desarrumada não ajudavam em nada naquele problema que crescia na vida de Harry, deixando-o ainda mais sem saber como agir diante daquela situação. Mas a aparência sínica e a expressão irônica estampada no rosto de Louis foram mais do que suficiente para que Harry deixasse todo o arrependimento futuro de lado, agarrando qualquer coragem que aparecesse em sua frente para poder dizer toda a verdade que escondia dentro de si:

— O que eu quero dizer é que você é certamente um tipo de louco, psicopata! – Harry exclamou, apontando um de seus dedos na direção de Louis, que permaneceu em silêncio. – Você só se importa com consigo mesmo e acha que esse mundo gira em torno desse seu umbigo. Eu vim até você justamente para te entregar o seu gato que passa muito mais tempo dentro da minha casa do que com o próprio dono, e tudo o que você faz é querer gritar comigo, dar lição de moral, colocar a culpa em mim ou tentar achar um erro no que eu faço!

Louis abriu a boca, mas Harry não deixou o rapaz pronunciar qualquer palavra:

— Eu só queria ser um vizinho normal, Louis. Mas parece que você não tem a mesma vontade, não é mesmo? – o mais novo perguntou, soltando uma pequena risada. – Então sugiro que a partir de hoje você fique na sua, porque eu vou ficar na minha. Eu me mudei para cá há tempos, e foi justamente para ter algum tipo de paz e sossego, longe de qualquer barulho e perturbação. Mas desde que você chegou nesse condomínio, a única coisa que consigo ter é uma tremenda dor de cabeça causada por toda essa sua infantilidade. – o rapaz dos olhos verdes parou somente para aliviar os pulmões, suspirando alto enquanto encarava o vizinho mais baixo. – Eu sei que você quer viver sua vida da forma mais radical possível, mas por favor, não obrigue os outros a entrar nessa sua onda só porque você acha legal. – balançou a cabeça, piscando algumas vezes. – De qualquer forma, me desculpa se te incomodo tanto assim. Prometo que farei o possível para não interagir com você de novo.

Harry finalizou, afastando-se em alguns passos antes de dar as costas para seu vizinho e começar a caminhar em direção à sua casa. Sentia-se aliviado e ao mesmo tempo arrependido por ter falado daquela forma com Louis.

De qualquer maneira, aquela era uma vontade antiga de Harry, desde que Louis havia se tornado um criador de problemas na vida do rapaz dos olhos verdes.

Por mais que pudesse talvez nunca mais trocar algumas palavras com seu vizinho encrenqueiro, sentia que aquela seria a melhor de todas as opções presentes diante dessa situação, assim como já havia pensado naquela manhã, quando sua ida ao trabalho acabou tornando-se uma tarefa infernal por conta de uma simples limpeza no jardim e maçãs rolando pelo chão.

Harry só esperava que sua consciência continuasse intacta, pois o rapaz sentia que não estava nem minimamente preparado para deparar-se com Louis novamente e, talvez, pedir desculpas pela forma como havia falado com ele. O rapaz dos olhos verdes tentava pensar em todos os motivos para odiar Louis: a forma como ele era grosseiro e trapaceador, arrogante e mesquinho e qualquer outro adjetivo que encaixasse perfeitamente naquela personalidade multiplamente incômoda. Enquanto isso, adentrava sua casa e deixava para trás seu vizinho plantado no meio do próprio jardim.

Louis se assemelhava a uma margarida perdida no meio de ervas-daninhas, sem saber se realmente seria capaz de sair dali e muito menos qual era o verdadeiro motivo para estar plantado daquela maneira. A verdade era que as palavras de Harry haviam lhe acertado fortemente na boca do estômago, como um soco, e agora aquela margarida sentia como se fosse vomitar ali mesmo, a qualquer momento.

A única coisa que passava pela cabeça de Louis era o fato de que, talvez, ele havia estragado toda e qualquer relação que mantinha com seu vizinho, e isso acabou deixando o rapaz levemente preocupado, por mais que ele nunca fosse admitir tal coisa.

Por mais que Harry fosse um sem noção, metido a besta, provocador e inconveniente, Louis não pretendia acabar tudo daquela maneira, sem nem uma explicação ou uma despedida descente.

Aquele havia sido o mais curto não-relacionamento da vida de Louis, e tal fato acabou fazendo com que o rapaz parasse para pensar se ele já havia perdido a manha para tal coisa, ou se realmente a culpa era toda dele.

Talvez Louis estivesse errado durante todo esse tempo. Enquanto culpava Harry por uma coisa tão relevante, nem ao menos percebia quantos problemas estava ajudando a formar ao seu redor.

Ainda plantado no meio de seu próprio jardim, com a expressão séria de Harry vagando por sua mente, Louis pensava numa única coisa que talvez pudesse livra-lo daquela situação.

Enfiou a mão no próprio bolso da calça de moletom, agarrando seu celular e rapidamente discando o número de seu amigo.

Ele só precisava que Zayn dissesse para ele que aquilo não passava de uma brincadeira de Harry e que todos os outros pequenos detalhes eram coisas de sua cabeça. Imaginação fértil, ou coisa do tipo.

Não demorou muito para que o amigo atendesse à ligação de Louis, sendo surpreendido por uma voz desesperada do outro lado da linha:

— Zayn, me ajuda! Por favor, por favor, por favor. – choramingou. – Eu não sei o que fazer!

— O que você fez dessa vez?

— Eu não sei, mas eu acho que... Você tinha razão.

— Sobre o quê?

— Sobre Harry. A culpa não é dele. – disse, sentindo sua garganta fechando, como se seu próprio corpo se recusasse a admitir tal fato. – É minha.

 

EAI GALERINHA

OOPS PARECE Q ALGUEM SE EXALTOU AQUI NESSA COISA

ENFIM EH C MUITO CARINHO E AMOR Q DEIXO VCS COM ESSE LINDO E AMIGAVEL CAPITULO

ATE A PROXIMA PESSOAL

AMO VCS MAIS Q TUDO

ALL THE LVIE AS ALWAYDS

.X.X.X.X.X.X.X.


speaking in bodies // larry stylinsonWhere stories live. Discover now