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Passando aqui só para avisar que o cap ta bem comprido e que talvez os próximos também sejam narrados mas logo logo voltam os cap de texting

Narrador:

  Quando a mensagem de Changkyun chegou ao telemóvel de Jooheon o rapaz já estava no banco dianteiro do carro mais que pronto para sair dali. E assim o fez, tentando controlar a velocidade do veículo para que não tivesse nenhum acidente a caminho da casa do seu amigo.
  Amigo.
  Talvez para alguns uma semana de conversa em grupo não seja o suficiente para conhecer alguém ao ponto de o denominar amigo, porém, para Jooheon estava bem claro que Changkyun era seu amigo. E como tal, ele não poderia deixar o mais novo, no estado em que se encontrava, assim sozinho.
  Eles nunca se tinham visto pessoalmente, no entanto, ouvir pela primeira vez a voz do rapaz e essa ser num tom choroso magoava o coração do mais velho. Jooheon não tinha ideia do que o esperava no apartamento do outro, não fazia a mínima ideia do que o havia deixado assim, mas estava disposto a descobrir e fazer de tudo para proteger o Changkyun.
  Enquanto o mais velho conduzia com pressa pelas ruas da cidade tentando encontrar o apartamento do mais novo, o mesmo estava sentado atrás da porta com as costas coladas na mesma. Apenas esperando ouvir a voz grave do outro para a puder abrir e tentar consolar o seu choro no abraço do rapaz. Até o próprio estava a estranhar a sua atitude, a única pessoa que sabia dos seus problemas era Kihyun e mesmo assim não sabia nem metade.
  Ele perguntava-se a si próprio de poderia mesmo confiar em Jooheon e, por mais incrível que pareça, todas as partes do seu corpo frágil respondiam que sim.
  Changkyun levantou-se abruptamente do chão quando ouviu duas batidas na porta. Abriu-a e deu de caras com o rapaz que mais queria ver naquele momento de fraqueza. O mais velho tinha nas mãos dois copos grandes de café e um saco de papel que provavelmente continha algo para comer. E o mais novo apenas tinha medo do que o outro fosse achar dele agora e algumas lágrimas insistentes a escorrer pelas suas bochechas.
  O de cabelos claros deu passagem para o mais velho entrar no "seu" apartamento e rezou para que o outro não saísse a correr. Jooheon, por sua vez, estava espantado e não queria acreditar naquilo que os seus olhos viam.
  A casa estava completamente revirada, haviam vasos, cadeiras e mesas partidas, roupas rasgadas, lençóis cortados com uma tesoura em cima dos mesmos, papéis e livros espalhados pelo chão... Uma total confusão. Ele estava com os olhos arregalados e num estado de transe tão profundo a observar o que o rodeava que nem ao menos deu conta da porta ser fechada pelo mais novo e o mesmo se colocar a sua frente com a cabeça baixa esperando a sua reação.
  O mais velho pousou cuidadosamente as coisas no chão e quando voltou ao seu estado normal ficando assim novamente em pé, levou uma mão  à bochecha do mais novo acariciando-a levemente. Desceu os seus longos dedos para o queixo do rapaz ficando com o seu polegar exatamente abaixo do lábio inferior do outro. Com cuidado elevou a cabeça do rapaz para que este o pudesse olhar nos olhos e reparou num pequeno corte perto do olho esquerdo do mesmo. Jooheon aproximou-se mais de Changkyun e depositou um beijo quente e demorado na ferida do mais novo, como se isso fosse curar o machucado.
  E de facto curou o machucado, não o corte como é óbvio, mas sim o que Changkyun possuía no seu pequeno coração. O mais novo, que havia fechado os olhos ao sentir os lábios do outro, abriu os mesmos e deixou que um pequeno sorriso aparecesse.
-Não precisas falar sobre o que aconteceu aqui.- Jooheon disse fazendo um pequeno carinho no lábio do outro com o seu polegar- Mas fica sabendo que eu tenho um quarto vago na minha casa e nem é má ideia ter alguém para me fazer companhia.- um pequeno sorriso surgiu nos lábios grossos do mais velho ao sentir um beijo ser depositado no deu dedo.
-N-Não sei...- Changkyun sentiu a sua voz falhar por conta do nervosismo que tomava conta do seu corpo.
-Não precisas tomar essa decisão agora Kyunnie... Só passa esta noite comigo...- o mais novo sorriu com vontade ao ouvir o seu apelido ser proferido por Jooheon- Vai lá buscar as tuas coisas da faculdade e uma mala com algumas roupas, o que te faltar eu tenho ou nós compramos.
  Jooheon tirou a sua mão do queixo do outro e deixou que o mesmo caminhasse livremente pelo apartamento pegando tudo o que precisava. O mais velho pegou também o que havia deixado no chão e em pouco tempo o mais novo já de encontrava à sua frente com duas mochilas, mais que pronto para sair daquele inferno que havia se tornado a sua vida nos últimos dois anos.
  No carro apenas era ouvida a música que saía do rádio, nenhum deles precisava falar para que o outro soubesse o que sentiam. Estavam ambos nervosos, cada um por sua razão. Jooheon por não ter a certeza do que sentia em relação a Changkyun e por ter medo de acontecer o mesmo que aconteceu com o seu ex-namorado. E Changkyun por nunca se ter sentido assim por nenhum rapaz, por nem saber que sentimento é esse e por morrer de medo do que possa acontecer quando o seu pai chegar a casa e não o encontrar lá a chorar num canto qualquer.
  Quando chegaram ao apartamento de Jooheon o mais novo ficou surpreso com o tamanho e a arrumação do espaço. É verdade que haviam algumas peças de roupa espalhadas pela sala, mas nada que se comparasse com a sua casa. Este chegou até a sentir-se envergonhado por ter recebido o amigo no meio daquela confusão. O mais velho mostrou-lhe o quarto vago que tinha uma cama de casal coberta pelos lençóis e colcha branca, cortinados finos da mesma cor e um roupeiro preto, ainda tinha uma casa de banho privada com tudo o que ele precisaria.
-Já trabalhas hyung?- Changkyun perguntou impressionado com todo aquele luxo com o qual não estava acostumado.
-Sim e não. Só estou a acabar a faculdade por uma questão de formalidade mas já comecei a trabalhar um pouco na empresa do meu pai.- ele respondeu como se não fosse nada de mais.
-Ah... Isso explica o tamanho do teu apartamento!- o rapaz comentou ainda impressionado com tudo aquilo.
-Se quiseres tomar um banho tens tudo o que precisas ali.- o mais velho disse apontando para a casa de banho- Eu vou só arrumar a sala e a minha cama. Almoçaste?
  -Não...- Changkyun respondeu baixando o seu olhar para o chão.
-Eu trouxe chocolate quente e um bolo de chocolate, vou colocar isso em cima da mesa da cozinha, toma o teu banho com calma e depois comes sim? - o outro abanou a cabeça para afirmar e logo Jooheon saiu do quarto fechando a porta atrás de si.
  Enquanto o mais velho arrumava minimamente a sua pequena confusão e tentava manter-se alheio a sentimentos de atração pelo mais novo, Changkyun colocava o seu corpo debaixo da água morna que saía do chuveiro e o molhava por inteiro. Ele desejava que a água levasse consigo para o esgoto a atração que este começara a sentir pelo juntamente com todo o medo que estava a sentir.
  Assim que acabou o banho o rapaz secou o seu corpo e ficou a observá-lo no espelho. Ele via as marcas que já haviam ganho uma tonalidade roxa, outras vermelhas e ainda aquelas que do agora começavam a desaparecer. A vida dele não era tão fácil quanto ele a fazia transparecer, mas ele não queria que as pessoas soubessem do que ele passava. Não queria que sentissem pena da sua situação.
  Ao se aperceber de que estava a demorar demasiado tempo a se arranjar, o rapaz vestiu rapidamente umas calças de pijama, uma camisola de mangas compridas e umas meias. Saiu do quarto e viu Jooheon a sair do seu que era exatamente na frente.
-Estás melhor?- o moreno perguntou e recebeu um aceno como resposta.
Ele acompanhou o de cabelo mais claro na cozinha enquanto este comia. Poucas palavras foram trocadas entre os dois mas os olhares eram capazes de comunicar por si próprios.
  -Queres ver um filme?- Jooheon perguntou.
  -Depende do filme...- Changkyun disse fazendo um pequeno bico com os seus lábios e um sorriso sincero apareceu no rosto do mais velho.
  -Então vamos escolher um.- o moreno disse animado.
  Ambos se encaminharam para a sala, o mais novo logo se sentou num canto do sofá enquanto o outro fechava as cortinas e apagava a luz. Ele ligou a televisão e sentou-se ao lado de Changkyun.
  Escolheram um filme de animação, que Jooheon insistia que era para crianças mas o mais novo tango insistiu que acabou por ganhar quando fez um bico, inflou as bochechas e cruzou os braços. O meus velho achou aquela a cena mais fofa que alguma vez havia visto, mas logo afastou esse pensamento.
  O filme era sobre um velhote que tem balões no sótão da sua casa e vai numa aventura com um rapaz pequenino. Changkyun ria por vezes e, consequentemente, Jooheon fazia o mesmo, mas não por achar piada ao que a televisão transmitia mas sim por achar que o mais novo ficava lindo a sorrir.
  -Hyung o filme já acabou...- o rapaz disse de uma forma dengosa para o outro que ainda olhava para o ecrã negro.
  -Sim, tens razão.- ele disse coçando a nuca um tanto envergonhado.
  -Hyung eu...- Changkyun respirou fundo tomando coragem para contar ao amigo o que havia acontecido na sua casa- O meu pai... Ele...
  -Não precisas falar sobre isso pequeno.- o mais velho disse acariciando os cabelos ainda húmidos do outro.
  -Preciso...- ele afirmou- O meu pai tem o hábito de me bater quando bebe...- o rapaz parou de falar quando sentiu um nó formar-se na sua garganta e as lágrimas chegarem aos seus olhos, mas continuou a falar em seguida- Isto começou há dois anos, quando a minha mãe morreu...- uma lágrima rolou pelo seu rosto e Jooheon puxou o seu corpo para um abraço apertado.
  O mais novo encaixou a sua cara no pescoço do outro, enquanto o abraçava pela cintura. Jooheon acariciava os seus cabelos e as suas costas, tentando acalma-lo o máximo possível. Changkyun levantou o olhar para o mais velho, os seus rostos estavam a poucos milímetros de distância. Eles se atraíam como dois ímans, como opostos que são.
  Então Jooheon colocou as suas mãos na cintura do mais novo e o puxou para o seu colo. Changkyun deixou-se levar, posicionou as suas penas uma de cada lado do corpo do outro e o mais velho logo tratou de lhe secar as lágrimas que ainda escorriam pelos olhos do menino.
  Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de ambos e o mais novo aproximou-se um pouco mais com as mãos espalmadas no peito do mais velho. As respirações misturavam-se e os olhos de um estavam presos nos olhos do outro, uma cena realmente linda de se ver.
  -Prometo que nunca mais vais sentir o medo que tens sentido nesses últimos anos.- Jooheon disse para Changkyun que logo escondeu o seu rosto rosado na curvatura do pescoço dele.
  Jooheon sentia o nariz do outro roçar na sua pele clara e sensível do seu pescoço e a sua respiração quente e pesada bater no mesmo.
  -Changguie não faz isso...- o mais velho se pronunciou manhoso e o outro sorriu sabendo exatamente a reação que estava a causar em Jooheon.

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Oioi!!!

Vou tentar postar o outro cap ainda hoje ta bom meus amores?

Gostaram?

Beijos
Da vossa Vi♥︎

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