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>Quinta<

O tempo passava, mas era só o tempo mesmo. Entre os dois rapazes apenas a distância se alongava. E tudo o que Jooheon queria era ser perdoado.

Número desconhecido {09:44}: Perdoa-me
Número desconhecido {09:44}: Eu imploro
Número desconhecido {09:44}: Peço de joelhos

O pequeno coração de Changkyun contorcia-se a cada mensagem que recebia. Não gostava de saber o que o outro passava, só lhe dava vontade de perdoar o seu hyung. Porém o orgulhlo não o deixava.

Número desconhecido {09:57}: Se realmente for necessário eu vou até ao fim do mundo
Número desconhecido {09:57}: Desde que depois de todos os meus sacrifícios
Número desconhecido {09:57}: Tu voltes para os meus braços
Número desconhecido {09:57}: Voltes para perto de mim
Número desconhecido {09:57}: Para onde pertences

Número desconhecido {10:22}: Eu sei que se antes não merecia a tua atenção agora mereço ainda menos
Número desconhecido {10:22}: Mas quanto mais o tempo passa mais dói
Número desconhecido {10:22}: A tua ausência magoa-me tanto
Número desconhecido {10:22}: Ainda não acredito no quão idiota eu fui
Número desconhecido {10:23}: Acabei por nunca ser capaz de te dizer tudo o que sinto por ti
Número desconhecido {10:23}: Perdi a oportunidade de te fazer feliz
Número desconhecido {10:23}: De te fazer o homem mais feliz do mundo

Número desconhecido {10:45}: A minha intenção nunca foi te magoar
Número desconhecido {10:45}: Mas eu sei que acabei por fazer isso da forma mais clichê que existe

Shownu havia se encontrado com Changkyun durante a manhã para saber como este estava. Acabou por ficar com uma tarefa a fazer. Ele teria de encontrar Jooheon e entregar-lhe a pequena carta que o menino havia escrito.

Número desconhecido {13:47}: O appa Shownu entregou-me um papel e disse que tu é que enviaste

Jooheon abriu a carta e viu as letras bem desenhadas do menino. Ele já estava com uma sensibilidade fora do normal, com a cartinha então, o caminho das lágrimas se tornou mais fácil de percorrer.

Para Jooheon...

Nem sei como começar... A verdade é que eu estou com os meus totalmente misturados. Mas havia uma coisa que eu precisava contar...

Lembras-te quando na noite de natal eu tentei contar-te uma história mas já estava demasiado tarde para isso?

Chegou a hora de te contar...

"Estava tanto frio! A neve não parava de cair e a noite aproximava-se. Aquela era a última noite de Dezembro, véspera do dia de Ano Novo. Perdida no meio do frio intenso e da escuridão, uma pobre rapariguinha seguia pela rua fora, com a cabeça descoberta e os pés descalços. É certo que ao sair de casa trazia um par de chinelos, mas não duraram muito tempo, porque eram uns chinelos que já tinham pertencido à mãe, e ficavam-lhe tão grandes, que a menina os perdeu quando teve de atravessar a rua a correr para fugir de um trem. Um dos chinelos desapareceu no meio da neve, e o outro foi apanhado por um garoto que o levou, pensando fazer dele um berço para a irmã mais nova brincar.

Por isso, a rapariguinha seguia com os pés descalços e já roxos de frio; levava no avental uma quantidade de fósforos, e estendia um maço deles a toda a gente que passava, apregoando: — Quem compra fósforos bons e baratos? — Mas o dia tinha-lhe corrido mal. Ninguém comprara os fósforos, e, portanto, ela ainda não conseguira ganhar um tostão. Sentia fome e frio, e estava com a cara pálida e as faces encovadas. Pobre rapariguinha! Os flocos de neve caíam-lhe sobre os cabelos compridos e loiros, que se encaracolavam graciosamente em volta do pescoço magrinho; mas ela nem pensava nos seus cabelos encaracolados. Através das janelas, as luzes vivas e o cheiro da carne assada chegavam à rua, porque era véspera de Ano Novo. Nisso, sim, é que ela pensava.

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