2° dia.

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O universo estava se superando a cada dia.

Depois de Magnus ter recebido uma cartinha de amor ontem, Malcolm ainda o chamou para tomar sorvete com os outros e  depois assistiram a um filme romântico que estava passando no cinema (Malcolm chorou durante toda as duas horas de duração), Magnus foi dormir feliz e tinha até se esquecido do seu admirador secreto.

Mas o admirador definitivamente não se esqueceu dele.

Na aula de matemática financeira, Magnus sentiu algo grudado em seu pescoço.

Magnus Bane,

Mas Magnus não era idiota e, por mais que admirasse o drama que era o anonimato, não gostava de segredos, resolveu analisar quem estava com ele nas aulas ou, quem não estava, mas que conseguiu passar por ele no corredor.

Infelizmente, seu plano foi por água à baixo antes mesmo de ser testado: Magnus não conhecia ninguém! Estudava na mesma escola desde o primeiro ano mas raramente se lembrava de rostos que não considerava importantes. Decidiu que começaria a prestar atenção à partir de agora. Na verdade, começaria a prestar atenção assim que terminasse de ler seu bilhete.

Às vezes sinto que me falta palavras, sabe? Faltam palavras que sirvam pra eu poder expressar tudo o que eu sinto

Eu queria poder te dizer o momento exato que eu me apaixonei por você mas nem eu sei quando foi

Em algum momento eu vi você sorrindo de alguma coisa que seus amigos disseram, e seu sorriso mexeu comigo. Me fez sentir um calor que eu nunca tinha sentido antes e eu me senti vivo

Nunca entendi o que era essa sensação de formigamento e borboletas na barriga que tanto me falavam, mas agora eu sei. Esbarrar em você no corredor ou sentir que seu olhar se cruzou com o meu faz minhas bochechas queimarem e minhas mãos suarem

Você sente o mesmo, Magnus?

Aposto que nem faz ideia de quem eu seja.

Magnus suspirou. 

Não, querido anônimo, eu não faço. Seria Camille querendo reatar? Pouco provável, a menina não era tão sensível e nem sequer estudava no mesmo ano que Magnus.

Magnus tentou fazer uma lista mental de prováveis pessoas que poderiam estar afim dele mas, fala sério, quem não teria uma queda por Magnus Bane? Essa investigação estava ficando cada vez mais difícil.

Quando a aula acabou, todos pegaram seus materiais e saíram, Magnus guardou tudo devagar enquanto pensava e acabou saindo quando a outra turma já estava entrando. Sem querer, acabou esbarrando em alguém e derrubou o material alheio.

- Céus. - praguejou. - Mil desculpas... Ahn... Hm... Você. - ele realmente não sabia o nome do menino  mas achava que já o tinha visto. - Eu pego suas coisas.

O menino em questão tinha olhos azuis enormes e escuros e usava um suéter acinzentado. Adorável.

- E-eu...

- Ei! - uma outra voz se intromete. - Quem você acha que é pra jogar as coisas dele assim?

- J-ja...

- Qual é, cara? Eu pedi desculpas - Magnus olhou para o loiro na sua frente. - Quem é você afinal?

- Eu sou Jace Herondale - disse o loiro menos irritado e mais arrogante. Onde Magnus já ouvira esse nome? - Deixe as coisas dele aí e deixe que eu pego, - ele sorriu com falsa gentileza. - Está atrasado para a sua aula.

- J-jace... - o menino de suéter finalmente falou, ainda que de cabeça baixa olhando para as próprias mãos. - Não tem problema nenhum. Ele só esbarrou em mim.

- Viu? - disse Magnus apontando para o menino adorável. - Não seja babaca.

E saiu, batendo os ombros no do loiro. Ele conseguiu ouvi-los conversar.

- Tem certeza que está bem, Alec?

- Pelo amor de Deus, Jace, por que está agindo assim?

- Você parecia que tinha visto um fantasma...

- Cale a boca.

*  *  *


Capítulo curtinho esse

Magnus não faz ideia de quem possa estar mandando bilhetes.

Quem não é apaixonado por Magnus Bane, afinal?

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