CAPÍTULO 3

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Ao ouvir a porta bater, Antonela sentiu o coração apertar. Voltou à sala e mirou a porta fechada, para logo depois ouvir o ronco forte do motor do carro de Christopher.

Sentia-se uma idiota. Afinal, era uma idiota completa. Não entendia o que estava acontecendo, por que diabos não poderia aceitar o que ele queria e ponto final? Algo dentro dela implorava para ir atrás dele, pedir desculpas e embarcar para qualquer lugar que fosse com ele, largando tudo para trás. Mas, o outro lado, a mandava ficar ali quieta, esperando tudo o que estaria por vir. E foi isso o que resolveu fazer.

— Mãe, o Pedro está indo embora — Luca gritou da sala, fazendo Antonela sair de seu transe e ir para a sala.

— Não quer ficar para o jantar? — tentou sorrir, mas era difícil diante de tudo aquilo.

— Obrigado, mas não posso, tenho que ir para casa — o garoto respondeu e viu a mãe do amigo assentir.

— Tenha uma boa noite, Pedro.

— Até mais — acenou para Antonela antes de sair com Luca da sala, indo para fora da casa. — Tchau, até amanhã — fez um toque com a mão junto de Luca, antes de sair para a rua.

Pedro começou a caminhar rumo a saída do condomínio, ainda nem tinha chegado à esquina da rua quando esbarrou em uma pessoa, derrubando alguns livros e a própria. Olhou assustado para a pessoa e viu que era uma menina e ela já gritava algo como "Não olha por onde anda, palhaço?"

— Me desculpa, deixa eu te ajudar... — abaixou para pegar os livros que estavam espalhados pela calçada.

— Não precisa! — a garota disse, jogando o cabelo para trás.

— Mas eu quero — terminou de recolher os livros e esticou a mão para a garota que ainda estava sentada no chão. Ela o olhou raivosa e ele sorriu. — Vem — continuou com a mão esticada e ela abaixou os olhos para o chão e deu a mão para ele que a puxou para cima. — Seus livros — entregou os livros para ela que o olhou mais uma vez.

— Vê se olha por onde anda — bufou e saiu batendo o pé de perto dele.

Pedro olhou para trás alguns segundos depois e ela estava olhando, mas ao ver ele a olhando, virou para frente e continuou caminhando. Não se passava de uma patricinha mimada.

***

Alguns dias se passaram e Antonela estava completamente perdida com sua vida e com ela mesma. Não sabia de mais nada de Christopher, desde o dia que saiu batendo a porta de casa, não o viu mais e seu orgulho era grande demais para ligar para ele e perguntar onde estava, com quem, se estava bem, que era exatamente tudo o que queria saber.

Luca e Alice estavam preocupados com os pais, nunca foram de brigar, muito menos era comum ver o pai fora de casa por tantos dias. E o que mais os preocupavam era Antonela, que se fingia de forte, mas ambos sabiam que estava sendo difícil para ela viver sem notícias do marido.

Se Christopher queria que ela se arrependesse pela briga e a deixasse preocupada e culpada, estava conseguindo.

— Até mais tarde, meus bebês — soprou um beijo para os filhos que desciam do carro na frente do colégio.

Eles sorriram e jogaram outro beijo para ela que sorriu, após alguns segundos os observando conversando com alguns amigos, saiu com o carro dali rumo à agência.

Será que ele já tinha ido para a Europa? Ele seria capaz de fazer isso e ir sem nem ao menos se despedir dela e dos filhos? Realmente, se ele fez isso, não conhecia mais aquele homem que amou por tantos anos, aquele pelo qual entregaria a alma se preciso. Mas, teimoso como ele era, não duvidaria nada de no mesmo dia ter entrado em seu avião e partido rumo à Maranello.

Nós: Saga Velocidade - Livro 2Où les histoires vivent. Découvrez maintenant