All alone I watch you watch her like she's the only girl you've ever seen

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QUARTA-FEIRA, 20 DE MARÇO; 09:45 AM


O imenso céu azul se abria entre uma fachada de nuvens cinzentas e espessas, brilhante e caloroso o sol amarelo aparecia por entre elas, seus radiantes raios iam de encontro com a pele clara e macia de uma loira de estatura mediana que se encontrava no pátio do colégio Abigail Adams juntamente do restante de sua classe.
A menina estava sentada em um banco ao ar livre enquanto acomodava seu caderno sobre as pernas e traçava várias vezes seu lápis. Todos os alunos estavam tendo aula de primeiros socorros e devido a isso estavam junto de um bombeiro no pátio da escola
Maya estava desinteressada e, dessa forma, sentou-se distante dos demais colegas e começou a desenhar distraída, acrescentando detalhes ao seu desenho do outro dia. Ela realmente se sentia inspirada.
Seus olhos procuraram por Farkle. O garoto estava sentado próximo de Smackle e Zay, eles estavam atentos ao que o bombeiro dizia. Uma chama reluzente e alaranjada ganhava vida sobre um suporte, línguas de fogo avançavam cada vez mais e iluminavam tudo ao seu redor e o homem ao seu lado segurava um extintor, enquanto outro estava no chão ao lado de seus pés. Ele explicava a diferença dos extintores. O extintor de H2O, ou seja, água não poderia ser usado para eletrodomésticos pois danificaria o aparelho, mas poderia ser usado em madeira, por exemplo. O outro era um extintor químico, usado para outros fins diferente ao de H2O.
O fogo ganhava força quando o bombeiro apertou o gatilho e espirrou água por toda a superfície de maneira e plástico, que usava para a explicação da aula. Maya desviou o olhar e se pôs a sombrear o desenho quase terminado com delicadeza e sagacidade.
Ela estava concentrada no que fazia, até que alguém passou a sua frente e deixou uma sombra sobre o sol que aquecia o seu corpo atrapalhando, assim, seu trabalho. A garota levantou o olhar e se deparou com Lucas caminhando até o bebedouro. Ela o observou. Era algo estranho olhá-lo agora, ela se sentia diferente como se eles nunca tivessem sido próximos. O garoto saciou sua sede e antes de voltar a caminhar até os outros parou um pouco a medida que algo parecia roubar sua atenção.
Riley estava sentada em um banco próximo ao bombeiro. Seus cabelos escuros e ondulados voavam junto a brisa leve que atingia seu rosto. Ela batia inquieta a caneta roxa em suas pernas cruzadas enquanto parecia compenetrada na aula. Lucas a observava. Maya o observava. Maya observava Lucas observar Riley. Aquele olhar apaixonado e profundo como se não houvesse outra coisa no mundo, como se tudo ao redor tivesse desaparecido e apenas a morena continuasse viva e radiante.
Maya sabia muito bem qual era a sensação. Ela não havia sentido algo tão completo e aconchegante quanto admirar alguém ao ponto de saber que aquela pessoa te completava, mas ela já se apaixonara e realmente gostara de Lucas... Contudo com a mesma intensidade que aquilo atingira seu peito se esvaíra em apenas um mês. Agora ela estava passando por uma experiência nova. Ela sentia seu corpo aquecido quando estava com Farkle, porém ela não conseguia fluir os sentimentos que viu Lucas sentir por Riley. Ela apenas sonhava em um dia poder. Ela no seu íntimo desejava sentir embora não quisesse se entregar nunca. Não se isso a magoasse mais.
Lucas voltou a caminhar e se aproximou de Riley. Debruçou no banco onde ela estava e lhe deu um beijo na bochecha direita à fazendo se ruborizar e virar sorrindo envergonhada. Eles se encararam por alguns segundos, em sintonia um com os olhos do outro, para depois voltarem a atenção para o bombeiro, que em poucos minutos finalizou a explicação e o sinal bateu.
Maya terminou de passar o último sombreado na imagem que criara e já estava guardando seu material quando um garoto alourado apareceu ao seu lado.
_Hey, gata selvagem! O que achou da aula? - Ele a olhou e percebeu que a menina estava distraída por isso não insistiu na resposta que provavelmente já havia conseguido focalizar apenas com sua expressão - Ei, o que é isso? - Ele debruçou-se sobre o caderno da loira a tempo de vê-la fechá-lo e jogá-lo dentro da mochila.
_É só um desenho. Não estava a fim de ter uma aula de como apagar um incêndio... Quem disse que vou ser bombeira? - Ela puxou a alça da mochila do menino para conduzi-lo começar a andar e acompanhá-la de volta para dentro do colégio - Que aula é agora?
_Intervalo. O intervalo antes do almoço e, Maya, você não precisa ser bombeira. Essa aula era para aprendermos primeiros socorros e isso é importante.
_Ta. Pode ser. Eu vi um pouco, okay? - Ela revirou os olhos - Só que também não é como se eu fosse salvar a vida de alguém... Bom, eu trouxe uma coisa que sei que vai gostar! - Maya se voltou sorrindo maliciosa e apressou o passo dando pequenas saltitadas até seu armário.
A loira girou o cadeado com suspense e depois o abriu lentamente para revelar uma sacola com os dizeres "Topanga's onde a sua vida se torna deliciosa". Ela estendeu na frente do rosto do garoto.
_Adivinha!
_O que?
_O que eu trouxe bobinho! Minha mãe pegou para mim no trabalho dela.
_Ah... - Ele a encarou profundamente, intrigado com a pergunta e tentando encontrar a resposta - Hum... - De repente algo iluminou em seu rosto - Não me diga que é... Um minki?
Maya abriu ainda mais o sorriso e mostrou para o garoto que dentro havia não um mas vários. Minki era como eles se referiam a uma espécie de panqueca doce de uma das mais famosas padarias e lanchonetes, a americana ucraniana de Topanga Matthews.
_Seu lanche favorito! - O garoto sempre o pedia quando iam lá - Especialmente para você!
_Aw Maya... Você é mesmo tão incrível! - Ele entrelaçou o braço pelo pescoço da menina e a puxou para mais perto, a abraçando de lado.
_Você quem é. Agora vamos rápido comer antes que o intervalo acabe.
Eles saíram de mãos dadas enquanto se deliciavam daquele lanche em conjunto. Ambos estavam felizes por estarem juntos. Ambos se sentiam parte de um maravilhoso universo quando podiam estar lado a lado e se esquecer de tudo que os atrapalhavam. A vida era mas simples quando apenas pensavam neles como um todo.

Hate You Love YouWhere stories live. Discover now