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— Muito bem! — Emese respondeu, após um momento, erguendo o rosto em um gesto decidido. Ela teria sido uma boa peça para ter sob seu poder, Sefic pensou, quase lamentando o fato de encontrarem-se em lados opostos naquela barganha. — Mas há uma condição.
Ele sorriu, observando a silhueta tingida de diferentes tons de vermelho e laranja – o fogo parecia misturar-se ao vermelho de seus cabelos e ao vestido que ela usava, ainda que fosse uma mera ilusão causada pela proximidade entre ela e as chamas.
Ele precisou afastar-se novamente à sua vez; o fogo parecia queimar com mais intensidade sempre que tentava se aproximar. O que aconteceria se tentasse ultrapassar?
— Uma condição? — Perguntou, puxando o cavalo para a direita. O feitiço não estava pronto, talvez houvesse uma saída daquela parede de fogo?
Como se lesse seus pensamentos, ela caminhou na mesma direção e o ar pareceu vibrar entre eles.
— Eu não tentaria isso se eu fosse você.
— Preocupada em poupar o meu rosto? Você não teve a mesma consideração pelo meu pai. — Ele rebateu, deixando escapar a ironia em seu tom de voz. Parecia um bom momento para se lembrar do rosto queimado de Vladimir, no entanto; como uma feiticeira de fogo, era provável que a bruxa controlasse as labaredas à sua vontade, mas tinha que haver um ponto fraco, não é?
— Sei o que está pensando. Está tentando ganhar tempo para trapacear. — Ela respondeu, sem demonstrar se a menção à Vladimir a abalava de alguma forma. — Não vai funcionar, este não é o eu jogo.
Sentiu o próprio rosto enrijecer, a vontade de silenciá-la quase demais para que fosse capaz de manter a calma aparente. Por um segundo, imaginou como seria arrancar o coração da criatura irritante, mas para tentar atravessar a parede de fogo, teria que correr o risco de admitir que estava em desvantagem.
— Muito bem. Quais são as suas condições?
— Um pacto de sangue deve garantir que qualquer acordo feito aqui seja cumprido.
Ele alteou as sobrancelhas escuras.
— E se eu não cumprir...?
— Você morre.
Então era dessa forma que ela obrigava seu pai a cumprir acordos? Ela não sorriu, mas ele pensou ter visto um brilho de satisfação em seu olhar; algo o sacudiu por dentro, e pela primeira vez ele se viu diante da dúvida: a bruxa havia planejado aquele momento?
Ergueu o olhar novamente, erguendo a palma da mão em direção a ela.
— Um pacto de sangue, então. — Ele concordou, encolhendo um ombro para disfarçar o quanto a ideia o abalava, e estendeu a mão em sua direção.
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Desmond foi acordado duas vezes, pelo que podia recordar, em meio à névoa de semi consciência na qual havia mergulhado. Da primeira vez, logo após a saída de Sefic, sua cela foi invadida por um par de soldados; eles carregavam correntes e grilhões e Desmond não se submeteria facilmente à ideia de ficar preso a eles.
Tinha passado por aquilo outras vezes no passado, quando sua desobediência o levava ao castigo disciplinar, ou o que quer que os anciões acreditassem que aquilo era. Por um momento sentiu-se de volta àquela época, onde o castigo e o isolamento era tudo o que parecia estar reservado a ele.
Mesmo assim, ele não deixou de lutar antes e não deixaria agora. Possuía a vaga lembrança de tentar enforcar um dos guardas com as correntes e quase ter êxito nisso, se o tumulto não tivesse chamado a atenção dos outros, e ele não tivesse sido surrado por isso.
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O Príncipe Bastardo
FantasyLIVRO VENCEDOR DO WATTYS 2016, NA CATEGORIA DE INOVAÇÃO Criado sob a lei da espada e da pureza do sangue, o bastardo Desmond jamais soube o que era pertencer a um lugar, muito menos a uma família. Condenado a um sono sem sonhos, o meio vampiro não e...