O Hospital Mal assombrado

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No início da década de 1980, em Moscou, foi começada a construção de um grande hospital multifuncional. Um edifício de 11 andares deveria sediar o centro de saúde regional que possuiria 1.300 leitos, pessoal altamente qualificado e equipamento médico mais sofisticado.

Contudo, os planos estavam condenados ao fracasso. Cinco anos mais tarde, quando todas as instalações hospitalares já estavam quase prontas, o projeto foi congelado por tempo indeterminado.

Segundo a versão oficial, isso aconteceu por causa de erros cometidos durante a prospecção geológica ainda na fase de desenvolvimento do desenho.

Posteriormente, verificou-se que o solo não era suficiente sólido, e o edifício começou a afundar pouco a pouco. No presente momento, o primeiro andar se encontra completamente debaixo da terra e o porão está inundado por água.

Como qualquer outra obra abandonada, o Hospital Khovrino começou a atrair bandidos, mendigos, satanistas e pessoas em busca de aventura. Acontece que muitas pessoas que entraram no hospital, não saíram mais. O local é muito perigoso, com buracos nos andares superiores que fazem você cair dezenas de metros, buracos sem janela, fosso de elevador, e tudo mais perigoso que uma obra inacabada pode ter.
Hoje em dia, o prédio do hospital permanece sobre vigilância. O terreno foi fechado por cerca de arame, mas as multidões de curiosos em visitar o “hospital maldito” não se esgotam com o passar do tempo. A despeito de tudo, as pessoas encontram ou abrem buracos no cercado para entrar. Porém, às vezes não conseguem encontrar o caminho de volta...

Assim, há diversas lendas sobre o local, envolvendo entradas para mundos paralelos, fantasmas, demônios e emboscadas. Porém, podemos chegar apenas a uma conclusão: Há algo muito errado com aquele lugar. Por ironia do destino, o local que deveria servir para salvar vidas humanas, passou a matá-las...
Dr. Bill Thompson já não suportava mais. Alguma coisa acontecera ao seu filho.

Daniel tinha partido há três meses e dissera que voltaria em apenas duas semanas. Não atendia os telefonemas de Bill e não havia vestígio sequer do garoto. O doutor tentava ignorar a preocupação, mas agora já era insuportável. Desde que ele perdera a esposa, Mary, Daniel era a única coisa que importava em sua vida.

Ele estava decidido a ir atrás dele em Moscou. O mais rápido possível.
Sai do consultório 15:40, ainda havia várias consultas, mas decide abandoná-las. Entra no carro e vai direto para um aeroporto internacional de Atlanta.

- Quero um vôo para Moscou— Bill diz para a intendente— O mais rápido possível!

- Terá um hoje às 23:00. Depois desse só terá daqui a três dias— fala a intendente.

- Tudo bem- decide o doutor- Quero o vôo das 23:00.

Após receber a passagem, Bill decide aguardar no aeroporto mesmo, compra um salgado e uma coca para comer ali e alguns biscoitos para devorar durante a viagem. Bill não conseguia pensar, na verdade, ele não soube o que sentir. Estava deixando seu emprego, sua vida, tudo, pelo filho. Mas e se estivesse se preocupando por nada?

Acabou adormecendo, acorda sobressaltado, achando que havia perdido o vôo, mas eram apenas 22:15. Se prepara para entrar no avião e decolar.

Bill não teria deixado Daniel ir a Moscou se já não tivesse ido lá. Afinal, a lua de mel com a esposa foi naquela cidade.

O doutor vai primeiramente na delegacia, o melhor lugar para conseguir respostas.

- Como posso ajudar?- pergunta o delegado, em russo.

Dr. Thompson conhecia aquele idioma bem.

- Eu sinceramente não sei ao certo— admite Bill na mesma língua— Faz três meses que meu filho viajou para cá, me prometendo que voltaria em duas semanas, porém, eu não o vi mais.

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