3 - Toalhas Pequenas E Comemoraçoes

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Antes


- Eu to cansada - Katrine informa, se esticando no sofá. - você pode lavar as louças?. - ela diz, fazendo beicinho.

Como dizer não a essa fofura?

- posso sim - digo, e dou um beijo em sua testa.

Fazíamos um ano de casados, quase nunca brigávamos e quando isso acontecia eram por puras bobagens. Há quem diga que quando as pessoas se casam o amor acaba. Acho isso a maior mentira do mundo, pois o amor que sentia por Katrine aumentava a cada dia.

Ao anoitecer iríamos a um parque para celebrar nosso casamento, no mesmo canto que ele começou.

O sol se punha quando vejo Katrine ir na direção do banheiro com apenas uma toalha pequena em volta do corpo. Me aproximo e coloco meus dedos sobre seus olhos, tapando sua visão.

- Hum... Não faço a minima idéia de quem seja. - ela brinca.

- deixa eu dar uma dica, eu te amo, te desejo, te adoro. Na verdade foram três dicas. Agora ta fácil, pode arriscar.

- ADRIAN - ela grita, e vira na minha direção com um sorriso enorme no rosto.

Rimos que nem idiotas, até o momento que meus olhos percorrem alem da imensidão de seus olhos azuis. Eles rastejam por seus seios, sua cintura, até seus delicados pés e voltam fazendo o mesmo processo.

Sua boca encontra a minha, sua toalha cai ao chão, achando lugar ao lado de minhas roupas, e começa ali naquele quarto, nossa comemoração.

Cerca de oito horas da noite, entravamos no carro, ela vestia um pequeno vestido branco, coladinho na cintura e solto nas pernas. Estava linda, gostosa, perfeita.

Coloco a chave na ignição e partimos em direção ao parque.

Ao chegarmos, compro algodão doce e tento pegar um ursinho naquelas máquinas demoníacas,  não obtive sucesso.

Passamos por vários brinquedos e deixamos a roda gigante por último. Eu amava aquele brinquedo, pois foi lá que ela me disse sim, que nossa história que já havia começado, avançou.

Na roda gigante, íamos subindo até perto dos céus. Sussurrava palavras carinhosas em seu ouvido, beijava seu rosto, seus lábios, enquanto comíamos doces e nos amávamos. Queria ter prolongado aquele momento, seriam os últimos. Descemos do brinquedo e nos dirigimos ao carro.

Era pra ter sido uma viagem normal até em casa, eu dirigia na mesma velocidade de sempre, não era rápido nem devagar.

- Adrian? - ela me chama.

- sim, amor? - digo carinhoso.

- amo você - ela diz baixinho.

Um sorriso se estica no canto de meus lábios.

- porque disto? - pergunto curioso.

- apenas senti vontade de dizer o quanto eu te amo, e eu quero que saiba que sempre vai ser assim.

Tiro a atenção apenas um momento do trânsito para olhar naqueles lindos olhos azuis.

- Te amo Katrine. - digo, e essa era a maior verdade da minha vida.

Volto a atenção para o trânsito e foi neste momento que um carro descontrolado se chocou com força contra nós, eu mal tive tempo de ver como isto aconteceu, foi tudo rápido demais.

Meu corpo quis voar para frente, mas o cinto de segurança impediu, mas devido ao impacto minha mente estava confusa, eu queria fechar os olhos e dormir.

Olho para o lado e vejo Katrine desacordada com a cabeça chocada contra o vidro, o sangue escorria por todos os lados, ela não usava cinto.

Não... Isso não poderia está acontecendo, lembro de ter pensado, antes de fechar os olhos e me entregar a escuridão.

***

Abro os olhos e sinto agulhas me perfurando, arranco as e me levanto de uma vez. Não estava desorientado, me lembrava de tudo, cada detalhe.

- KATRINE - me escuto gritar.

Uma enfermeira vem na minha direção, me mandando ter calma.

- CALMA O CACETE - grito, descontrolado.

Expiro, inspiro.

- Cadê minha mulher? - pergunto mais calmo.

- é melhor você se sentar Sr. Sousa. - ela diz, formalmente.

- não quero me sentar, quero saber onde está Katrine. - digo, com um olhar ameaçador.

A enfermeira pareceu ter medo de minha reação, decide então ir atrás de um médico.

Dez minutos depois, enquanto eu andava de uma lado para o outro, puxando todos os fios de meus cabelos, um homem vestido de jaleco e com uma expressão vazia no rosto, adentra no quarto de hospital.

Meus pés se dirigem em sua direção, minhas mãos voam na gola de sua roupa, as puxo e digo ferozmente:

- Porque ninguém me diz onde está Katrine?

- primeiramente tenha calma e se sente. - ele diz calmamente.

Demoro alguns segundos, mas logo o solto e me sento na cama, ainda o encarando.

- agora me diga - insisto.

Ele se põe a minha frente, me olha nos olhos e informa:

- Katrine não resistiu ao acidente... Ela morreu.



KatrineOù les histoires vivent. Découvrez maintenant