Prólogo

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1887, Starlood, Vila Benet...

-Katherine, você precisa ir, eu vou ficar bem.

-Eu já disse que não vou sem a senhora - Digo com os olhos marejados.

-Katherine, você não entende minha filha, deve ir ao palácio, é o lugar mais seguro para se proteger dos rebeldes.

Sim, tenho que concordar com minha mãe, mas não posso deixá-la para trás. Sei que ficar aqui para mim não é seguro, pois em algum momento irão associar minha semelhança ao rei, com o boato da traição no passado, me considerando uma bastarda. Seria eu, imagem da revolta, ou teria a cabeça arrancada, a segunda opção é a mais provável na época em que vivemos.

-Eu já disse...

-Katherine, desculpa, mas para sua segurança, você vai para o palácio.

No instante não entendo o que ela quis dizer, mas então alguém amarra algo em minha boca, é um homem, alto, de braços fortes, impossível de tentar lutar contra ele. O desconhecido me coloca no ombro como uma criança, apesar de minha altura.

Tenho a última visão de minha mãe, com olhos cheios de lágrimas sussurrando um pedido de desculpas. Mas o único sentimento presente em mim, era o ódio.

[...]
O que aconteceu? É como se eu estivesse em um sonho, uma vida passada talvez. Levantei assustada e percebi que estava em uma charrete, o compartimento balançava com força, até que lembranças vêm em minha mente, fui drogada com uma erva, bem conhecida por minha mãe. Sinto ânsia de vômito.

Percebo que já é noite, olho ao redor e vejo um homem dormindo sobre uma pilha de palha, provavelmente o mesmo que me trouxe até aqui, pelo lado vejo um mulher com o cabelo preso, usando roupas masculinas, pela escuridão vejo seus olhos atentos, fixos em mim.

Um calafrio percorre meu corpo, a ideia de fugir já foi descartada diante da situação.

-Ruby, meu nome - diz a mulher já ao meu lado, me assustando.

-Katherine - digo séria.

-Katherine - repete meu nome como uma linda canção.

-Para onde estou indo? - pergunto esfregando os olhos.

-Para o palácio, onde será uma criada, um lugar seguro.

Suspiro enterrando meu rosto entre minhas mãos, ainda estou vestida com o velho vestido branco que costumava usar em casa. Antes me sentia confortável nele, agora só sinto repudia.

Como minha mãe foi capaz de fazer isso, contra minha vontade? Uma lágrima percorre meu rosto, e rapidamente a seco com as costas da mão.

Passo o resto da noite acordada. Vejo o nascer do sol, então o homem acorda.

Ele tem a aparência parecida com a de Ruby, parecem ser irmãos.

-Estamos chegando - diz ele se sentando, e como não digo nada ele continua - sua mãe fez isso pelo seu bem Katherine.

O silêncio prevalece, encosto minha cabeça em um pouco de palha e finjo dormir, com os pensamentos distantes, o sol aquece minha pele de leve.

[...]
-Chegamos Katherine - diz Ruby me ajudando a levantar, estou fraca de tanta fome e sede, mas não quero dizer.

Percebo que estamos nos fundos do enorme palácio, sinto um frio enorme na barriga, para ser mais específica, medo do que está por vir.

O lugar é de um dimensão difícil de dizer, nunca imaginei está em um lugar desses, parece até um conto de fadas.

Aos fundos se vê um longo jardim bem cuidado, vários criados vestidos de branco andam de um lado para o outro, o grande palácio tem tons de marfim, com incontáveis janelas.

-Você vai se acostumando, aliás meu nome é Aspen - diz o homem - a parte da frente é ainda mais bonita, venha vou te mostrar uma pessoa, me siga.

Apenas obedeço, e o sigo por um longo corredor, virando a esquerda, direita. Não faço ideia de onde me encontro.

Então entro em uma enorme cozinha:
-Dona Anne, essa é Katherine - diz Aspen, por um motivo desconhecido me sinto feliz por ter dona Anne aqui, ela me lembra minha mãe.

-Olá Katherine - diz ela depois de alguns segundos - sou eu a governanta deste palácio, é um prazer imenso te conhecer.

-Obrigada - digo sorrindo timidamente.

-Venha comigo, vou te mostrar o seu quarto - diz ela, sinto um buraco no estômago, e muita sede

-Tudo bem - digo apesar de tudo.

Ela vai me ensinando um pouco sobre como andar no castelo e apenas concordo.

Então paramos em frente a uma porta igual a tantas as outras.

-Esse é seu quarto.

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Bom gente, esse foi o prólogo, espero que tenham gostado <3 comentem, ficarei feliz em ver a opinião de vocês. E não se esqueçam de votar!!!!

A princesa desconhecida Onde histórias criam vida. Descubra agora