Décimo quarto capítulo

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Tenho certeza que não poderei mais ignorar Aspen, uma hora ou outra deveríamos ter essa conversa.

Já está a noite e estou a sua espera sentada em um banco, nos fundos do palácio.

Ao ouvir seus passos me viro lentamente, o encontrando na escuridão.

-Boa noite - diz se sentando ao meu lado, sem me olhar diretamente.

O encaro sem ser correspondida, então volto meu olhar para a natureza.

-Desculpa - sussurro - eu não devia ter feito isso.

-Tudo bem Katherine - diz - você é uma ótima mulher, mas não sou bom o suficiente para você - respira fundo - então vamos só esquecer isso - sorri por fim.

Sinto meu coração se aliviar de um grande peso, apesar de saber que entre nós é bem provável que não exista mais amizade.

-Eu descobri algo sobre os rebeldes...- diz em um sussurro.

-Não me diga que está se envolvendo em algo perigoso a esse nível? - pergunto, ele apenas me olha, o que confirma tudo.

-Eles são contra o casamento do príncipe Maven com a princesa Amber, pois acha que a união dos dois reinos, Starlood será prejudicado, por ser mais pobre que o outro reino - continua.

Penso no dia que fui a Wardlood, como as pessoas pareciam ricas, mas ainda assim, somos mais pobres.

-O rei sabe disso?...Sabe o quanto pode ser perigoso o baile de noivado? A quantidade de vidas em riscos? - pergunto sentindo minhas mãos trêmulas.

Novamente silêncio, o que comprova que o rei desconhece do assunto. Quando contei sobre o possível ataque, eu tinha dentro de mim determinada certeza, mas agora não posso confirmar nada, por enquanto. E novamente me lembro de estar presa nos entulhos, e sei que não quero que ninguém passe por isso, mas ainda não é o suficiente...

-Precisamos descobrir mais sobre isso Aspen! - digo ansiosa.

-Não Katherine, você não vai se envolver nisso! É muito perigoso! - diz um pouco mais alto.

O encaro e sei que ele tem razão, tenho que admitir, não há nada que possamos fazer, e não sei se posso confiar no rei.

Ouvimos passos vindo em nossa direção, me viro assustada, mas não é nada menos que Amber.

-Olá jovens pombinhos - sorri, olho pra Aspen, e ele não parece surpreso.

-Você sabia que ela viria aqui? - pergunto.

-Ela está do nosso lado Kathe, a princesa Amber sabe dessa informação que lhe passei, mas não confiamos no rei e nem no príncipe - sussurra - não precisa confiar nela, pois eu confio por nós dois.

"Nós dois", não faço ideia de como entrei nessa enrascada, como eu fui induzida a escolher um lado, sem dizer uma só palavra de decisão.

-Tudo bem, já perdi a paciência - diz a princesa saindo de sua pose de superioridade, se abaixando a minha frente, me deixando desconfortável - querida, você não tem escolha, precisamos de sua ajuda, e eu princesa Amber, futura rainha de dois reinos, te ordeno a manter essa informação em sigilo - diz ordenando.

-Por que precisam de mim? - pergunto.

-Você é uma pessoa muito queridinha por aqui - diz a princesa se levantando - não sei como as pessoas se apaixonam tão rápido por uma carinha bonitinha, além de ser sonsa - ri se inclinando um pouco para trás.

-Alteza, por favor - Aspen a olha, é incrivelmente fazendo com que ela se cale - Katherine, precisamos de você, por que desde de que avisou um ataque, nos deixando um passo à frente dos rebeldes, de certa forma ganhou nossa confiança - diz - o rei e o príncipe Maven confiam em você, e vamos usar esse ponto para fazer com que eles entendam, que não pode haver a união de Amber com o herdeiro do trono de Ravenwood.

Olho de um para o outro, talvez seja uma maneira de ajudar o meu povo, que pode morrer sem poder se defender.

-Tudo bem...Eu vou lhes ajudar - respondo convicta.

[...]
Meu corpo implora por descanso, meus olhos pesam a cada piscadela, mas a minha mente continua bem acordada, o que me faz ter a certeza de terei grandes pesadelos.

Me sinto corrompida de certa forma, ou até mesmo falsa, não sei se irei conseguir. Já me sinto horrível de não obedecer às ordens do rei, de não enviar a carta a minha mãe, não tive coragem o suficiente, fui egoísta, por não pensar no perigo que ela corre, mas apenas em mim.

Me deito olhando pro teto, e puxo o cobertor até o pescoço, tentando de alguma forma me proteger de tudo isso.

E então deixo meus olhos se fecharem, e minha consciência me levar a um mundo de escuridão e medo.

[...]
Lavando as louças, sinto os olhares das criadas invejosas sobre mim, por ser escolhida pelo príncipe.

Há várias pessoas trabalhando no palácio para o grande baile falso de noivado.

-Ah - suspira Any - nem acredito que é amanhã que é o baile.

-Ah - ironiza Ruby - nem acredito no tanto de trabalho que pesará em nossas costas - ri da própria piada, vendo o rosto avermelhado de Any.

Eu apenas sorrio, fingindo me interessar pelo assunto, enquanto fico julgando se é errado eu ajudar Amber e Aspen, ou talvez seja o certo.

-Katherine! - me chama alguém no meio da multidão de criados.

O olho e vejo sua expressão sombria, triste, e cheia de compaixão.

-O que aconteceu? - pergunto preocupada.

-Sua mãe morreu - sussurra triste.

E volteiii, espero que tenham gostado, e até o próximo capítulo, xoxo!!!!

A princesa desconhecida Onde histórias criam vida. Descubra agora