Não ouse me entender | lésbico

5. Eu estava aqui.

✧ Connor

Sua pele está pálida. Ele mal consegue manter seus olhos abertos. Fico o observando por alguns minutos antes dos outros chegarem. Sua respiração está tão lenta que as vezes eu encosto em seu pulso para checar se ele ainda estava vivo. Isso não está certo, as coisa não podem acabar assim. Ele vai morrer e pronto? Parece que eu estou vivendo um pesadelo e a qualquer momento eu vou acordar. Ele abre os olhos por alguns segundos e me encara.

— Connor? — sussurra com bastante dificuldade.

— Ei. Vô, eu estou aqui. — pego sua mão e puxando minha cadeira pra perto da cama.

— Cadê todo... — ele tenta falar, mas logo começa a tossir.

— Está tudo bem, eles estão conversando com os médicos. — passo minha mão pelo seu ombro — Tenta descansar, tudo vai se resolver logo.

Ele concorda a cabeça devagar e esbanja um pequeno sorriso.

— Você é um ótimo neto. — diz com certa dificuldade.

Soltei um pequeno sorriso e deito minha cabeça perto da mão dele, como eu fazia quando era criança. Ele não pode morrer! Não mesmo!

✧ Kali

Tudo está acontecendo rápido demais. Meses atrás minha mãe nos ligou e disse que estava tudo bem com ele e agora ele está internado na UTI e os médicos não sabem nem nos dizer por que ele piorou dessa maneira. Matt está tentando acalmar Dani, enquanto Leona conversava com os médicos. Eu também estava lá, só não conseguia prestar muita atenção no que eles estão dizendo.

— O tumor está voltando. — disse um dos médicos — O TC dele mostrou que novos tumores estão crescendo no lobo occipital, em uma área que não é possível ser alcançada sem causar sequelas.

— Você está dizendo que não tem como curar ele? — pergunto incrédula.

— Infelizmente não podemos fazer mais nada pelo seu pai. Podemos deixa-lo mais confortável, mas do jeito que ele está.... ele partirá até o fim de semana no máximo. Os tumores estão fazendo seus órgãos falharem, pois já se espalharam pelo corpo inteiro. Eu sinto muito. — completa o outro medico.

Leona abaixa a cabeça e eu respira fundo pra não desabar em frente dos médicos. Minhas pernas começam a tremer. Começo a sentir algumas dores insuportável no peito e eu mal consigo respirar. Leona me abraça forte e isso acaba evitando que eu caía no chão.

— Fica calma. — sussurra ela — O que tiver que ser será. Há alguns anos atrás nós pensávamos que ele não sobreviveria nem 3 meses e olha agora...

— Eu não quero perder meu pai.

— Vai ficar tudo bem.

Ela deposita um pequeno beijo na minha testa e me olha.

— Precisamos avisar os outros. — diz ela.

— Eu vou voltar pra casa. Tenho que buscar a Rose.

— Ei, fica calma! — Leona me puxa — Amanhã ela vem, já está tarde e ela provavelmente está dormindo uma hora dessas. Todas elas.

— Ele pode morrer a qualquer momento e se...

Leona segura meu rosto e sela nossos lábios rapidamente.

— Amanhã você acaba de resolver tudo isso, ai a Rose e a Lola vem pra cá e pronto. Você não está em condições pra dirigir. — diz.

— Eu não sei o que fazer.

— Ninguém sabe. Por isso preciso que você esfrie a cabeça antes de sair por ai dirigindo. — ela sorri de lado — Agora vem, precisamos encontrar sua mãe.