Não ouse me entender | lésbico

Prologo

Já perdi muitas pessoas na minha vida, mas existe laços que são indispensáveis. E quando eu o vi, eu tinha certeza de que ele sim era meu pai. Sem mais, nem menos. Não tinha explicação, certas coisas da vida simplesmente não tem explicação. Eu não chorei, e nem ele. Pra falar a verdade, não saia nada da minha boca. Depois que eu o vi, ai sim percebi a falta que ele me fez todos esses anos. Sabe, é como aquela roupa que você tanto ama, mas não usa há anos e quando finalmente a encontra de novo, jogada no seu guarda-roupa, percebe o quanto ela fez falta.
Eu não conseguia dizer nada, e ele também não sabia o que falar. Ficamos sentados em silêncio por horas e horas, um olhando para a cara do outro sem saber por onde começar. Eu queria dizer algo, queria contar pra ele tudo que ele perdeu na minha vida todos esses anos que esteve fora e queria saber também tudo o que se passava na vida dele, mas as palavras não saiam, era como se elas estivessem presas na minha garganta. Quando eu finalmente tive coragem de abri a boca, e falar algo, os guardar entraram na sala de visitas e gritou "tempo esgotado". Espera aí, como assim tempo esgotado? Essas horas que ficamos juntos não compensava todos os anos que ele esteve preso. Antes deles levarem ele, eu apenas sussurrei:

— Eu não posso te perder de novo.