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Acordei com dor de cabeça e fechei os olhos tentando entender o motivo disso. Eu só bebi um copo, nada mais. Levantei-me e fui diretamente para o banho. O meu cabelo cheirava a tabaco e sentia-me imunda.

Depois de um banho a dor de cabeça persistia. Tentei ignorar e me arrumei, uma calça jeans, uma blusa branca e um casaco preto comprido, nos pés os meus botins pretos. Fiz uma make leve para disfarçar as olheiras e prendi o cabelo num coque baixo.





- Nora! - Keith chamou-me e fui até à cozinha onde ele estava a preparar o café da manhã. - Já viste as horas?





Olhei imediatamente o relógio e só tinha meia hora para comer e chegar à Modest. Tinha duas opções, arriscar chegar em cima da hora, ou saltar o café e chegar com tempo na empresa.





- Por que eu tenho sempre de me atrasar? - questionei Keith que riu.

- Não te preocupes, eu levo-te.

- No colo? Se bem me lembro não tens carro. - rebati preparando uma xícara de café.

- O Tonny tem. - cerrei o olhar para ele e, no mesmo segundo, um rapaz moreno apareceu atrás de Keith, deveria ser o ficante da noite. - É o Tonny, é a Nora. - apresentou-nos e sorrimos um para o outro.

- Quando é que ele veio para cá? - indaguei confusa e encostei-me nas costas do sofá já que havia um balcão a dividir a cozinha da sala.

- Depois de chegarmos do bar. - o meu amigo respondeu - Não ouviste nada? - neguei com a cabeça - Boa, na próxima podemos fazer mais barulho. - disse ao rapaz e riram.

- Vocês são nojentos, eu não quero ouvir gemidos de ninguém. - avisei séria.

- Ela fala isso porque não sabe o que é bom. - Tracy apareceu na cozinha colocando os anéis.

- És solteira? Posso apresentar-te uns amigos. - Tonny sugeriu e neguei.

- O problema não é ela ser solteira, é ser virgem mesmo. - Tracy soltou rindo.

- Algum problema com isso? Não vou abrir as pernas para uma pessoa que não tenho quaisquer sentimentos só para dizer que perdi a virgindade. - rebati e peguei numa torrada que Keith havia acabado de preparar.

- Eu até entendo essa tua ideia, mas estás a perder tempo. - o meu amigo disse e dei de ombros sentindo uma pontada na cabeça - Que cara é essa?

- Estou com dor de cabeça.

- Ressaca? - Tracy perguntou e neguei.

- Impossível só bebi um copo, aquele meio branco amarelado, nem sei. - Keith começou a rir e fuzilei-o querendo saber o motivo.

- Aquilo era absinto, vodka e licor. Sendo que tinha imenso absinto e era dose dupla. - explicou - Tu já não bebias há muito tempo, normal que te sintas um pouco mal.

- Eu vou matar o Louis. - disse com raiva - Eu sabia que ele iria fazer alguma coisa quando se sentou ao meu lado.

- Se precisares de ajuda para enterrar o corpo, estou aqui. - Tracy levantou o braço mostrando apoio.

- Estão doidas? Ninguém vai matá-lo, eu ainda quero vê-lo mais vezes. - Keith comentou.

- Seu traidor. - xinguei e ele riu.

- Vamos, senão vais atrasar e eu também, afinal a loja não abre sozinha. - Keith apressou-me, ele trabalhava como gerente numa loja de roupa masculina e sempre me dava algumas t-shirts grandes para dormir ou andar pela casa confortável.





Twenty eight ||L.T.||Onde histórias criam vida. Descubra agora