CAPÍTULO 15

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Acordei e me sentia bem melhor, a dor de cabeça tinha passado, e lá estava ele, dormindo visivelmente desconfortável em uma poltrona de couro preta ao meu lado, pisquei várias vezes tentando me lembrar do que tinha acontecido, a ultima coisa que me lembrava foi daquele homem vindo na minha direção com uma barra de ferro, o barulho da minha movimentação despertaram o Cris que logo se levantou e veio ao meu encontro

- Doug! - falou me empurrando para a cama novamente - não pode se levantar ainda...

- Oque aconteceu Cris? - perguntei olhando o seu rosto cansado e triste - Você está bem? Aconteceu alguma coisa com você?

Ele ficou calado e apenas me abraçou, deitou sua cabeça no meu peito e chorou

- me desculpa, a culpa foi minha... - falou entre soluços - Eu deveria ter te protegido, mas todo mundo rompeu a barreira e começaram a me empurrar e...

- Shii, calma - falei alisando seus cabelos - não foi culpa sua, não fique se culpando por isso...

Ele levantou e me beijou, fomos interrompidos quando ouvimos o barulho da porta se abrindo e nos afastamos instantaneamente

- Doug... - disse ela correndo e me abraçando, eu não consegui retribuir e fiquei olhando confuso para o meu pai que entrava no quarto também - fiquei tão preocupada...

- Oque vocês estão fazendo aqui? - perguntei friamente - Achei que tinha deixado claro que NÃO queria ver vocês novamente...

- Doug... acho que você... - Cristiano começou e eu logo o cortei, como assim, ele estava defendendo aqueles dois?

- Não precisa continuar, Cris - falei secamente e a raiva começando a aumentar - Isso que aconteceu comigo é culpa de gente como vocês dois, que são incapazes de aceitar algo que não compreendem!

- Não nos culpe - disse meu pai furioso - Se você fosse normal nada disso teria acontecido

- SAIAM DAQUI, SAIAM, EU ODEIO VOCÊS, ODEIO!

Meu pai abraçou minha mãe que não parava de chorar e saíram, lágrimas desciam pelo meu rosto, mesmo depois de tanto tempo eles não aprenderam nada.

Depois de dois dias eu voltei pra casa, vários repórteres acompanharam a minha saída do hospital, muitas pessoas gritavam palavras de consolo, eu estava nervoso, talvez fosse o extress pós traumático, eu até então nunca havia sofrido homofobia, meu tio fez questão que eu fosse pra casa, contrariando o Cris que queria me levar pra sua mansão

- Como você está se sentindo? - o cris me perguntou enquanto estavamos deitados no meu quarto

- Eu estou bem - falei abraçando ele o mais forte que eu conseguia - E você? Eu tenho medo por você, que além de ser uma pessoa pública é jogador de um dos esportes mais machistas que existe...

- Não precisa se preocupar - falou me beijando - Eu vou saber lidar com tudo isso... - ele fez uma pausa e ficou me encarando enquanto alisava o meu rosto - Eu te amo, Doug

- Eu também te amo

[...]

A semana passou voando, e logo o Cris tinha outro jogo, dessa vez em uma outra cidade, ele andava meio estranho, parecia preocupado com alguma coisa, mas me fez jurar que estaria lá.

Mas uma vez eu fiz esforço pra ver futebol, dessa vez fiquei no banco junto com o técnico e os jogadores reservas.

Quando ele entrou não teve ofensas, nem nada, muito pelo contrário, ouve uma ensurdecedora salva de aplausos e uma enorme faixa se estendeu da torcida do Real Madrid, estava escrito "Você é o melhor" e uma grande foto dele ao lado. Talvez ouvesse salvação para a humanidade afinal...

O jogo começou, a partida estava acirrada, o primeiro tempo ficou no 0x0 e eu vi toda a paciência do Cristiano se esvair, não tivemos contato durante o jogo, eles sempre estavam discutindo táticas, parecia que bolavam um plano para invadir um banco.

O Unico gol da partida saiu aos 33 minutos do segundo tempo, feito por ele.

Na hora da comemoração ele se virou pra câmera que estava no campo e levantou a camisa do clube, onde tinha uma outra branca por baixo com os dizeres:

"Doug, aceita casar comigo?"

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Aaaaaaaaaaaaa
Se não for pra me pedir em casamento assim então nem quero!

Apenas Fique Comigo   (Romance Gay)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant