Apenas Fique Comigo (Romance Gay)

CAPÍTULO 21

4 anos depois

Já era a terceira vez naquela semana que ele me chamava para jantar e me deixava esperando, já fazia mais de quarenta minutos que eu estava esperando, que droga, qual o problema dele?

Depois de uma hora esperando eu me levantei para ir embora, quando estava me encaminhando para a entrada, a porta se abriu e ele apareceu, tinha um sorriso no rosto, oque me deixou bastante puto. Apenas passei por ele que segurou o meu braço

- Me solta! - não gritei, mas falei em um tom bastante elevado

- Doug...

- Não precisa dizer nada! - apenas puxei o meu braço e sai andando.

Entrei no primeiro taxi que passou, e fui buscar meu filho, hoje iriamos dormir na casa do meu tio.
Eu não entendia oque estava acontecendo, de um ano pra cá o Cris se afastou totalmente de mim, preferia passar o tempo dele fazendo qualquer outra coisa que estar comigo. Sempre chegava em casa altas horas da madrugada e vinha com historinhas de imprevistos e etc.
Pelo menos com o filho ele não foi negligente, isso eu não tenho do que reclamar, sempre foi um pai maravilhoso, sempre atencioso, já comigo... Não posso dizer a mesma coisa.

Cheguei em casa e encontrei o Junior jogando vídeo game, e já era 11 da noite.

- Ainda acordado, meu amor? - perguntei assustando ele

- Estou sem sono papai! - falou me abraçando

- Oque acha de irmos dormir na casa do vovô? - vi seus olhinhos brilharem, ele amava o meu tio

Ele logo correu e pegou uma mochila colocando tudo que iria precisar. Eu estava triste, na verdade, triste era muito pouco. Quando estávamos saindo, o Cris estava chegando:

- Aonde você está indo? - perguntou vendo o Junior com uma mochila e eu com uma mala de mão - Você não pode me...

- Olha, eu não quero brigar - falei colocando o junior no carro, ele olhava apreensivo para nós dois - Depois conversamos, não estou com cabeça agora...

- Doug eu te amo! - falou desesperado

- Eu já não tenho tanta certeza!

Entrei no carro e o motorista saiu arrancando com tudo.
Meu casamento estava desmoronando, tínhamos caído na rotina, eu o amava muito, mas já não tinha certeza se ele sentia o mesmo.

Meu tio estranhou eu aparecer no meio da noite mas não perguntou nada, e eu agradeço por isso, não estava afim de falar do meu casamento.

- Papai? - sussurrou o Junior que estava dormindo comigo na minha antiga cama

- Oi, meu amor - perguntei apertando ele mais ainda no meu peito - Que foi?

- Você e o meu pai vão se separar? - eu senti a tristeza na sua voz

- Eu não sei meu amor, agora tenta dormir que já ta tarde!

Eu não consegui pregar o olho a noite toda, segurei os soluços para não acordar o Junior, mas lágrimas desciam pelo meu rosto, eu realmente não sabia o que iria acontecer, não sabia mesmo, uma parte de mim queria acreditar que tudo ficaria bem e se resolveria, mas a outra me dizia que era melhor dar um fim na dor antes que me machucasse mais. Eu nunca fui uma pessoa de aceitar migalhas, sempre dou o meu melhor e espero receber o mesmo, mas oque eu estava recebendo do cris não passava de migalhas do que ele já foi um dia, eu me culpei durante meses pelo afastamento dele, mas depois de um choque de realidade eu percebi que não tinha culpa, eu sempre fui um bom marido, bom esposo, a ideia de um ou uma amante já tinha passado pela minha cabeça várias vezes, mas eu me recusava a acreditar nisso.