O Princípio

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Em uma manhã atípica de verão, próximo à mais obscura floresta da luxuosa cidade de Green Paradise, um rapaz chamado William e seus quatro amigos; Joseph, Hayley, Christine e Thomas decidem acampar na lagoa mais cristalina da cidade que corria nas profundezas da floresta.

— Hey Christine! Tudo pronto pra hoje à noite? — Disse William ao ver a vizinha arrumando pilhas e mais pilhas de material para acampamento em seu furgão.
— Claro! Todos já confirmaram?
— perguntou ela, com um sorriso encantador estampado em seu rosto.
— Quem eu queria já confirmou.

Christine sorri sem jeito e entra no furgão enquanto fala ao telefone com sua amiga da faculdade, Lisa, com quem não mantinha contato há anos.
De repente ela escuta um estrondo, como se tivesse esbarrado em algo, ou nesse caso, como se tivesse atropelado alguém. De fato, Chistine havia atropelado alguém, parecia humano porém nem tanto, era um homem de baixa estatura vestindo trajes medievais com a pele levemente pigmentada de verde, parecia ter saído de um dos diversos contos de fada que Christine ainda acreditava.

Logo ao vê-lo, Christine se espantou:

— Meu Deus Lisa! Acho que matei um gnomo. — Disse a Christine ao telefone.

 
O homenzinho levanta-se rápido, sacode a poeira e pergunta com uma voz rígida:

— Quem fez isso?!

Christine com medo no olhar, responde:

— Fui eu. Eu sinto muito Sr.Gnomo! Não foi a minha intenção, não me jogue uma maldição, por favor.

O homem olha para ela, furioso
e com o timbre mais grave que sua voz fora capaz de alcançar e fala:

— Você me chamou de Gnomo?! Não me impressiona ter atropelado alguém, sua lunática.

Ele atravessa a rua e entra em uma casa, nesta casa estava acontecendo um aniversário infantil com o tema estampado em uma faixa imensa que rodeava os portões daquele domicílio, "O mundo encantado de Rose" era o que dizia nela.
Muito envergonhada, Christine entra no furgão que estava inteiro demais para um automóvel que acabou de sofrer um acidente, logo em seguida dá um jeito no air-bag que estava acionado e começa a dirigir rapidamente.
Já está escurecendo e há muita coisa à se fazer em relação ao acampamento de hoje à noite pensou ela.
Então ela resolve ligar para William, o telefone chama cinco vezes antes de ser atendido:

—Alô, William?

—Fala aí gata! Beleza?

—Seria possível que pela primeira vez em toda sua medíocre vida, conseguisse se comportar de maneira educada com uma garota?

—Hmm, Acho que não docinho

—Tá, Tanto faz. Alguém já confirmou presença?
—Uns três brothers meu confirmaram, por quê?
— Não quero correr o risco de te
aturar a noite inteira no meu pé, a Hayley confirmou?
—Confirmou sim amor, por que o interesse?
—Isso não é da sua conta.
—Qual é... todo mundo já notou sua quedinha por ela.

—Não sei do que está falando.
—Claro que sabe, mas não quero conflitos na véspera do melhor dia da semana.
—Tchau.
—Tch... — Ela desliga antes que ele complete.

William resolve ligar para Joseph, o único que não confirmou, mas as chamadas caíam na caixa postal direto.  Sem mais alternativas ele resolve ir até a casa de seu amigo ver o que havia ocorrido, ele pega seu Corcel 73 reformado pelo qual tem tanto amor e orgulho, ele diz que o carro antigo dá mais personalidade à ele, então dirige cerca de 200km até a casa de Joseph. Chegando lá, ele se encontra com Thomas:

—E ai cara! O que tá fazendo aqui?
—Tô esperando...
—O quê exatamente?
—O Joseph se arrumar, ele demora mais que mulher! Tô aqui há 45min já.
—Hahah! Quem ficou de buscar a Hayley?
—Ela não ia vir de carona contigo?
—Droga! Eu esqueci de passar na casa dela. Te vejo mais tarde.
—Até.

William já havia se comprometido em levar Hayley para o acampamento com ele, William e Hayley são muito íntimos, vivem essa amizade e parceria única desde os 7 anos de idade, quando ele à salvou dos valentões do jardim de infância.
Ele resolve ligar pra ela para avisar que está à caminho.

—Oi Mana!
—William? Estou te esperando desde cedo, aconteceu alguma coisa?
—Desculpa, eu me esqueci... não vai acontecer de novo.
—Tá tudo bem, maninho.
—Estou quase aí!
—Tá bom, Obrigada!
—Não tem de que, Eu te amo.
—Eu te amo, seu bastardo.
—Ela falou da forma gentil e delicada de sempre, como em toda conversa que teve com seu irmão de criação.

Ela desliga o telefone e arruma seu cabelo para sair.

Após colocar sua tiara de gatinho favorita, Hayley escuta o som da buzina de William e três toques na campainha, então desce correndo as escadas caracóis de sua casa em direção à porta de entrada para atender William, ele estava contente em vê-la, ambos estavam.

—Então... Vamos nessa? — Disse William para quebrar o gelo.
—Claro. —Disse ela sorrindo docemente.

A noite já estava caindo, então eles saem de lá rumo à casa de Joseph, assim como Christine.
O caminho até lá era uma estrada deserta que pertencia a parte mais pobre da cidade, dizia uma lenda que quem atravessa-se aquela estrada depois da meia-noite de uma Sexta-Feira não a cruzaria novamente.

Christine como sempre foi muito supersticiosa se apressou, o relógio apontava 23:45, ela não queria correr esse risco. Já William, descrente de tudo, não acreditava em maldições, religião, nem nada do tipo, atravessou a estrada à meia-noite e meia.

—Mano, já estamos perto da casa do Joseph? —Perguntou Hayley assustada, enquanto olhava a paisagem deserta e escura pelo vidro embaçado do Corcel.
—Falta pouco maninha, ele mora naquela casa. —Disse William, apontando para uma casa antiga de madeira no fim da estrada.

William acelera para chegar mais rápido no lugar.

—Chegamos!
—Esse lugar me dá arrepios.
—Tá com medinho, tá? —Debochou ele
—Você sabe que não tenho medo de nada!
—Ah Claro... JOSEPH!
—Ele não vai nos ouvir daqui, toque a campainha.
—Não coloco meus pés nesse terreno nem que me paguem.
—Quem tá com medinho agora?
—Não vou cair nessa maninha...
—Vamos entrar juntos então?
—Ok, damas primeiro.
—Isso foi maldade...

Hayley abre o portão da casa com delicadeza, sem fazer qualquer ruído. Ela e William vão até a porta do casarão de madeira.

—Vai lá, toca a campainha.
—Vai você.
—Mas eu abri o portão, agora é sua vez!
Tremendo de tão assustado, William dá um passo à frente e toca a campainha três vezes, como é de seu costume. Mas ninguém atende, então ele empurra a porta e percebe que estava destrancada.

—Alguém estava tão empolgado que esqueceu de trancar a porta! —Diz William, rindo.

Então Hayley se aproxima de William para entrar na casa, quando ele abre a porta por completo a cena que estava à sua frente era realmente inacreditável.

O Mistério da Lagoa Where stories live. Discover now