Tarde demais

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A floresta parecia quieta, Christine caminha em torno de seu furgão à procura de arranhões por conta do barulho que ouvira, não demora muito até notar.
Seu furgão estava com a lataria completamente arranhada, os arranhões formavam uma frase, como um enigma que poucos saberiam do que se trata:

"Eu lhe avisei, agora já é tarde demais."

Abismada, Christine permanece parada olhando aquele dizer.
Seguindo a última letra da frase ela acaba olhando para o chão, exatamente para onde havia uma pequena caixa de madeira manchada de vermelho.
Christine pega a caixa e abre no mesmo local, dentro da caixa havia um dedo indicador apontando para o lado onde se encontrava a barraca de Thomas. Lembrando de todas series que vira sobre investigações, decide que o melhor a fazer é seguir naquela direção.
Indo naquela direção Christine ouve um barulho, como se alguém estivesse lhe seguindo, ela olha para trás e se assusta.

—Olá. —Diz William.
—O que está fazendo aqui?
—Hayley e eu chegamos à uma hora.
—O que faz aqui?
—Ouvi um barulho e com conferir o que era e você?
—O mesmo, mas minha surpresa não foi tão agradável.
—Hey!
—Dessa vez não se trata da sua companhia, olhe isso. —Diz Christine ao lhe entregar a caixinha.
—O que tem aqui? Um pedido de casamento? Olha... eu sou bom demais pra casar. —Diz William, sendo o brincalhão de sempre.
—Quando abrir vai tirar esse sorriso idiota da cara.
—Calma aí...
—Olha logo!
—William olha para a caixa—
—Aí meu Deus, o que você faz?
—Eu achei do lado das doces palavras arranhadas na minha lataria!
—O que diz?
—Veja você mesmo.

Eles caminham juntos até o furgão.

—Quem fez isso? —Pergunta William.
—O pior é que eu não sei.
—Droga... —Diz William, pensativo.
—Onde esta Hayley e Thomas?
—Eles estão dormindo.
—Quê?
—Estão dormindo, em lugares diferentes. Eu espero.
—Tem certeza de que estão bem?
—É claro que tenho!

Christine sai desconfiada em direção a barraca de Hayley, e lá estava ela.
Hayley dormia como um anjo, com suas longas madeixas ruivas enroladas em seu corpo que era repleto de delicadas curvas, com sua camisa azul marinho que contrastava perfeitamente com a palidez de sua pele.
Aquela com certeza foi a melhor cena do dia de Christine, agora poderia dormir sossegada.

Christine desconfia que William fez tudo aquilo, nunca confiou muito nele e muito menos agora que as situações o apontam.

—Se sente melhor? —Diz William
—Pelo quê?
—Por ver que ela está bem e longe de Thomas...
—Ela é minha amiga, me sinto bem em saber que ela não foi atacada por nenhum perturbado durante a noite.
—Aah vai... admite o que sente!
—Não sei do que está falando.
—Você ama ela.
—Não, não dessa forma.
—Eu sei que ama, por que nega?
—Porque não acho que seja isso.
—Você é tão durona à ponto de ignorar o amor?
—Que amor?
—Vai lá, se aproxima dela de novo... ela sente a sua falta.
—Eu não posso, não quero feri-la.
—Como faria isso?
—Estando ali.
—Mas ela precisa de você!
—Ela não sente o mesmo.
—Ela não demonstra, como você.
—Então como você sabe?
—Do mesmo jeito que sei de você.

Christine deixa escapar um sorriso bobo combinado com o brilho que surgiu em seu olhar, foi naquele momento que sentiu o que era o amor.

—Eu vou tentar dormir esses minutinhos antes de amanheça de vez. —Diz Christine
—Tudo bem, qualquer coisa estou aqui.
—Obrigada...
—Pelo quê?
—Por me mostrar que não é um babaca.
—Não tem de que, não... —Diz William meio confuso.
—Boa noite.
—Noite.

William decide se juntar à eles e dormir, quando estava quase cochilando ouviu um estrondo como se algo tivesse batido na cabana, mas pensou:

Deve ser um galho de árvore, o vento deve estar mais forte agora.

Ele pegou no sono e acordou somente na manhã seguinte.

—BOM DIAAAA GENTE. —Diz Christine se espreguiçando de olhos fechados na entrada de seu furgão.

Ela abre os olhos devagar e se apavora com o que vê.

—AÍ MEUS DEUSES! QUEM FEZ ISSO?!

As pessoas se assustam com seu grito e vão em direção ao furgão para descobrir o que houve.

—Nossa, que horror. —Diz Hayley.
—Tem mais alguém aqui? —Pergunta Thomas.
—Creio que não. —Responde William.

A cena era mesmo nojenta e grotesca.
Então pensara Christine:

Quem aqui seria capaz de matar um pássaro tão bonito, abrir seu pequeno cadáver, espalhar suas tripas por toda parte e ainda mandar um bilhete enrolado em seu bico?! Quem seria tão cruel à ponto de maltratar um pequeno pássaro?

Naquele momento suas investigações começaram e seu maior medo era descobrir que Hayley seria capaz de tudo isso, torcia para não achar o culpado.
Ela analisou o seu furgão na procura de pistas mas não achara nada.
E quando estava prestes a desanimar vou algo que a deixou intrigada:

—O que é isso?! —Pergunta Christine com uma voz trêmula mas segura.

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