Ao amanhecer

15 0 0
                                    

Haviam manchas de sangue no calçado de William, manchas quase imperceptíveis mas vivas,
era sangue novo...

—O que Christine? —Pergunta Hayley.

Christine com medo disfarça e diz:

—Aquele pássaro era uma espécie rara por aqui!

—Ok. —Diz Hayley estranhando o comportamento da amiga.

Horrorizada com a cena, Christine resolve ir até o lago tomar um ar e refletir sobre toda aquela situação.
Era terrivelmente perturbador para ela imaginar que William poderia ser o culpado pelos arranhões em seu furgão, pelo pássaro e por todas aquelas pequenas coisas macabras, mas a cada dia desconfiava mais dele.
O que mais a intrigou foi o que achou logo após de ver as manchas, havia um rastro com pequenas gotículas de sangue que ao seguir a levou até a cabana que William havia alugado para sua estadia, já que tinha trauma de barracas desde sua infância.
Vendo que não havia ninguém por perto, ela resolve entrar e procurar por pistas, mas não foi necessário fazer uma busca.
Logo de cara, Christine encontra o corpo de um índio com uma faça cravada em seu abdômen, ela analisa e percebe que o índio não tem o dedo indicador.
O corte na mão do índio era mais recente do que o ferimento no abdômen, a faca era de cozinha, uma faca comum, com certeza diferente da lâmina que arrancou seu dedo.
Preocupada com tudo aquilo, Christine sai de fininho do local, olhando para todos cantos possíveis com medo de ser vista. Ela percebe que ninguém está ali então vai correndo em direção ao seu furgão.
Ao chegar no local, Christine grita como se estivesse prestes a ter um colapso:

—AÍ MEUS DEUSES! QUEM FEZ ISSO?!

Todos que estavam acampando ali ouviram sua voz ecoar pela floresta.

—Chris? O que houve? —Diz Hayley impressionada.
—O que eu perdi? —Diz William ao chegar às pressas.
—Meu furgão... —Diz Christine segurando o choro.
—Eu sinto muito... —Diz Hayley se aproximando de Christine.
—O que posso fazer? —Pergunta William de forma atenciosa.
—Não há mais nada a se fazer. —Diz Christine.
—Mano, tente achar alguém que poderia ter feito isso. Eu fico aqui com a Chris. —Diz Hayley
—Ok. —Diz William antes de sair.
—Chris? Faz quanto tempo que não me chama assim? —Diz Christine surpresa.
—Desde que sumiu, me deixou preocupada... Por que fez isso?
—Eu não queria te incomodar.
—Mas... isso já é passado, tá tudo bem? Fora o furgão e as coisas materiais...
—Bom, estou melhor. Mas acho que devo ir embora já.
—Já?
—Amanhã pela manhã irei pra casa, ninguém me quer aqui.
—Eu quero que esteja aqui. —Diz Hayley com sua meiga voz.
—Mesmo?
—Mesmo, quer ir embora e dar esse gostinho pra quem está fazendo de tudo para te afastar?
—É claro que não, mas...

Hayley interrompe ela, então se aproxima devagar olhando nos seus olhos até que de repente beija sua testa e diz:

—Eu sei que conseguirá, Qualquer coisa estarei ali na minha barraca. E não esqueça, ainda sou a mesma de sempre.
—Posso contar com você pra arrumar essa zona? —Diz Christine sorrindo, algo que não fazia a muito tempo.
—Claro. —Diz Hayley sorrindo amigavelmente antes de ir embora.

Christine se sente alegre, mesmo com tudo destruído se sente revigorada.
Então ela pega o seu celular, uma das únicas coisas que permaneceram inteiras, e resolve escutar sua playlist favorita enquanto arruma seu furgão.
Passa-se um tempo, com o seu furgão parcialmente organizado ela decide acender seus incensos de Acácia que ganhara de um velho amigo, amigo que fabricava incensos com tudo que achava na natureza.
O incenso não tinha uma qualidade muito boa, mas seu aroma a acalmava.
Christine se deita no gramado para pensar sobre tudo que estava acontecendo, mas ao colocar seu corpo no chão sente algo gosmento em seu braço. Ao olhar para o braço percebe que não foi uma boa ideia.

-Não... não pode ser! -Diz Christine se lamentando.

Ela deitou justamente no local onde despejam os restos de comida do acampamento, alimentos estragam rapidamente sem uma geladeira.
Com vergonha, levanta-se devagar, entra em seu furgão sem fazer barulho, coloca seu bikini e resolve se atirar na lagoa.
O barulho da água acordou Hayley que estava com a barraca mais próxima a Lagoa, ela se levanta e resolve ir ver o que estava acontecendo.
Hayley caminha lentamente, só perceber que Christine estava se divertindo ao nadar na lagoa ela se esconde em um arbusto.
Na intensão de protege-la, Hayley passa a noite inteira cuidando dela naquele arbusto para que ninguém faça mal à ela.

Começa a amanhecer, restam mais 2 dias de acampamento antes do fim das férias.

O Mistério da Lagoa Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt