ιт'ѕ noт a cнaт 9.

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oi c:

boa leitura!

[...]

Enquanto aproveitava a paisagem por um mero instante, me dei conta de que três horas já haviam se passado, e segundo Jimin, mais uma hora nos esperava. Suspirei, mesmo sabendo que era algo que Jimin aparentemente queria muito me mostrar, não podia evitar o tédio que me consumia. Já havia acabado com a bateria do meu celular, pois passei as primeiras horas jogando joguinhos, assim como o tédio, o silêncio consumia o carro num momento não cordial.

Me ajeitei no banco e tentei quebrar o silêncio, numa chance de talvez, conhece-lo mais um pouco.

— Então... - Comecei, coçando minha nuca, eu sempre fui péssimo em puxar assunto, oh deus.

— Hm? - Foi o que ele respondeu, o olhar fixado na estrada.

— Você disse que esse carro é importante, não é? - Comentei, lembrando-me de seus dizeres.

— Ah? Sim, bastante, na verdade.

— Por que? - Perguntei-lhe, apreciando a vista de seu perfil de lado, a curvatura de seu nariz sendo exaltada com os pequenos raios de luz que atravessavam a janela com vidro fumê.

— Ele era do meu pai, só que ele morreu faz cerca de um ano. No testamento dele dizia que eu podia ficar com o carro dele. Meu pai amava carros . - Ele sorriu de ladino, com um quê de reminiscência em seu sorriso.

— Acho que peguei na ferida, não é mesmo? - Sorria sem graça, incrédulo com a minha habilidade de entrar nos tópicos errados.

— Um pouquinho. - Jimin riu anasalado, não parecendo estar tão afetado em falar do tópico comigo, o que, por parte, me fez ficar aliviado.

— E sua mãe? - Prossegui, sabendo que talvez ainda permaneceria cutucando sua ferida.

— Bem, ela nunca foi lá uma mãe muito presente, quando meu pai morreu, ela acabou entrando numa leve depressão.

— Ela devia amá-lo muito. - Comentei, observando suas feições se retorcerem.

Ela entrou em depressão por não saber aonde me jogar depois disso.

— Te... jogar...? - Havia ficado um pouco impressionado com a história que Jimin me contava, mas um pouco feliz por saber que ele estava disposto á compartilha-la comigo.

— Sim. A gravidez dela não foi planejada, e bem, meu pai não é meu pai, é meu padastro, meu pai verdadeiro me abandonou quando eu nem ao menos tinha nascido, então eu sempre considerei meu padastro como um paizão. Minha mãe nunca ligou muito pra mim, quando eu era menor eu cuidava de tudo praticamente sozinho enquanto minha mãe saía pra balada com suas amigas. - O Park comentava, um sorriso triste nascendo no canto de seus lábios.

— Wow... Eu... Não fazia a menor ideia disso tudo. - Comentava, sem saber aonde enfiar minha cara, brincando com o fiozinho solto de minha blusa.

— Eu não sou o tipo de pessoa que conta essas coisas pra alguém JungKook, mas... não sei, quando eu estou do teu lado eu sinto que eu posso te revelar os meus mais profundos segredos mais profundos, que você não vai me julgar como os outros me julgam. - Seu sorriso agora era um misto inacreditável de sentimentos, me deixando cada vez mais encantado por sua figura um tanto quanto angélica. — Obrigado JungKook. Obrigado por me ouvir.

E esse foi o momento que eu me senti um lixo.

Me senti um lixo por ter duvidado da profundidade do amor de Jimin, por ter achado que tudo isso era apenas algum jogo bobo criado por Taehyung para me fazer sair de casa, e também me senti um lixo por pensar que pessoas nunca poderiam ser confiáveis. Park Jimin, com aquelas poucas palavras que deixavam seus lábios avermelhados, ascendeu novamente uma luz dentro de mim, me fez, mesmo que em uma pequenez profunda, ver o mundo um pouquinho mais colorido novamente.

simsimi | jikook¡Where stories live. Discover now