Capítulo 29

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Fernanda

    Intimato. Foi isso que eu dei no Felipe eu não posso mais viver assim com medo de um inimigo dele chegar e colocar a mim e a minha filha em perigo, pode até parecer egoísmo da minha parte falar assim com ele não dá mais opções mais o meu lado também tem que ser considerado minha filha agora é mais da metade da minha vida assim como o Felipe é a outra metade e eu não posso viver sem eles, mais colocar a vida da minha filha em perigo tá sem chance.

- Eu não posso fazer isso! - ele falou olhando de mim pra estrada.

- Pode sim! Se você quer ver a mim e a Isabella de novo você vai fazer! - eu deixei bem claro.

- Quem vai cuidar do morro? Eu não posso larga tudo pra lá! - ele argumentou.

- Eu não sei! Eu só quero me sentir segura novamente. - eu falei e o vi bufar.

- Conversamos sobre isso depois! - ele falou me tirando do sério.

- Qual é Felipe? É uma coisa simples, ou eu ou o crime! - eu falei e a Bella reclamou no meu colo.

- Eu vou pensar! Prometo! - ele deixou bem claro antes de descermos do carro.

     Depois eu fiquei em silêncio porque sabia que ele ia pensar no assunto e também porque eu estava cansada demais pra discutir isso agora, quando subi as escadas a Bella acordou e eu aproveitei pra dar um banho nela e depois que ela já estava tomada banho e vestida eu tomei o meu, não peguei nada muito pesado e também nada colado demais apenas um vestido florido curto e soltinho que eu tinha comprado quando tava grávida. Coloquei a Bella pra dormir e deitei pra tentar descansar.

- Nanda? - olhei pra Lele parada na porta me olhando - Posso falar com você? - ela falou olhando pra Bella.

- Claro! - eu falei me sentando na cama e a chamando pra entrar - Pode falar? - eu disse e ela baixou a cabeça se sentando de frente pra mim na cama.

- Como você descobriu que tava grávida? - ela perguntou meio sem graça.

- Bom eu estava muito enjoada e tonta aí as meninas compraram um teste de farmácia e eu o fiz! - eu falei e dei de ombros no final.

- E como foi saber que você ia ser mãe tão nova? - ela perguntou e eu comecei a estranhar esse interesse repentino dela no assunto.

- Porque está tão curiosa sobre isso? - eu perguntei e ela olhou pra longe.

- É... é uma... uma amiga minha que... que acha que tá grávida. - ela falou meio que gaguejando o que me deixou mais suspeitas.

- Bom foi um choque é claro! Eu odeio dizer mais eu cheguei a odiar essa criança coloquei a culpa de tudo que tava acontecendo comigo nela... - respirei fundo - Mas aí eu percebi que a culpa não era dela e que ela era apenas uma consequência do meu erro do meu deslize, eu percebe que ela era um presente de Deus pra mim e eu ainda não sei o porque! - finalizei com lágrimas nos olhos.

- Nossa! Não sei se eu vou ser tão madura assim! - ela falou pensativa e eu a encarei surpresa.

- Você não disse que era sua amiga quem tava grávida? - perguntei a ela que me olhava assustada agora.

- Mas então... é ela... mais sabe eu... eu sou melhor amiga dela e... vai ser uma coisa difícil pra mim também! - ela gaguejou e eu a olhei e sorri.

- Sabe que pode confiar em mim... prometo não contar pra ninguém. - falei e ela assentiu começado a chorar.

- Eu que tô grávida, mas por favor não conta pro Felipe ou ele vai me matar! - ela falou desesperada.

- Sem problemas! Mas o Calebe já sabe? - perguntei e ela assentiu.

- Sim mas nos estamos com medo da reação do Felipe, mas eu prometo que vou contar... eu só preciso de um tempo e eu prometo contar! - ela falou e eu concordei.

- Tudo bem! Só não demora muito pra contar pra ele, tá?! - eu falei e ela assentiu me abraçando.

- Obrigado! Você não sabe o quanto você me ajudou! - ela falou ainda me abraçando - Eu já vou indo! - ela falou quando me soltou e saiu rápido do quarto e fechou a porta me deixando apenas com a Bella que dormia feito um anjinho.

  Olhei pra parede a minha frente e sorri lembrando do dia em que eu cheguei aqui em como eu odiei esse quarto por ter que dormir com o Felipe na mesma cama, em como eu odiei tudo nessa casa da porta de entrada a laje, lembrei também em como eu era fútil e patricinha eu realmente mudei. Quando cheguei aqui eu não podia andar sem estar com uma rasteira e hoje eu ando de chinelo e descalça se for preciso, eu passei a amar esse morro e eu não me vejo mas em um prédio de luxo ou uma mansão eu não me vejo mas com luxo, eu agora sou isso aqui eu sou do povão agora é sinceramente eu não quero mudar.

O Traficante Dos Meus Sonhos. Where stories live. Discover now