1. One Look and My Fingers are Numb Now

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Iria fazer um mês que eu não tinha notícias dela. Não que eu estava contando, mas após perseguir três ladrões de jóias - como Supergirl, claro -, recebi uma mensagem de Lena no meu celular pedindo para nos encontrarmos.

Como ela descobriu meu número? Ela estava dando uma de stalker em mim?

Quinze minutos depois, eu, como Kara Danvers, estava no elevador da L-Corp a caminho do escritório da CEO.

Ao me ver, a secretária usou o interfone para avisar a chefe e logo após disse para eu entrar.

Lá estava ela, Lena Luthor, com toda a sua elegância vindo em minha direção. A mulher fazia me sentir desconfortável só de olhar para ela.

- Kara, como vai? - Ela disse com um sorriso fraco e a voz rouca.

Foi quando prestei mais atenção em seu rosto. Ela estava pálida, com o canto dos olhos vermelhos e com um pouco de olheira.

Entretanto, mesmo sem maquiagem alguma em seu rosto, a boca de Lena estava rosa e brilhante. Quase não pude desviar minha atenção.

- O que aconteceu, Lena? - Peguei sua mão quente e a fiz sentar no sofá do canto da sala. Sentei junto a ela, ainda segurando sua mão. Ela não fez a menção em se afastar.

- Hoje faz um mês que coloquei minha mãe na prisão e eu sei que ela não era uma boa pessoa, mas eu fiz isso. Eu chamei os policiais para minha mãe. Quem faz isso? - Seus olhos se encheram de água, mas ela não deixou uma lágrima sequer cair. Queria mostrar força. - Ela quer conversar comigo.

- Isso é bom, não é? Significa que ela quer fazer as pazes - sorri otimista.

Ela tirou sua mão da minha e sua expressão ficou mais fria.

- Eu duvido, ela nunca se importou comigo. Mas também, quem da minha família se importou? Papai ao menos fingia e Lex... - ela suspirou. Numa conversa anterior, Lena tinha dito que ela e Lex eram próximos até que ele foi à loucura.

Após um momento de silêncio, ela me ofereceu uma taça de vinho e eu recusei. Então se serviu, enchendo a taça até a metade.

- Desculpa eu ter te chamado do nada e ainda despejar meus dramas em você. É que... você é minha única amiga.

Num impulso, fui até ela e quando me dei conta, minha mão estava alisando suas costas, tentando dar algum conforto.

Lena me encarou profundamente. Senti minhas bochechas esquentaram com vergonha e desviei o olhar daqueles olhos verdes, o que foi um erro. A boca dela estava ainda mais rosa ainda por causa do vinho, chamando mais uma vez minha atenção.

Claro que ela percebeu. Então se aproximou ainda mais e me beijou levemente. Foi tão rápido e tão suave, que nem pareceu real.

- Eu... hm... Lena, - gaguejei me afastando - você está num momento instável, eu não acho que seria a melhor ideia se... E eu nem... - meu coração batia tão forte e rápido, que mal pude organizar meus pensamentos.

- Talvez você tenha razão. - Lena sorria como se não acreditasse em cada palavra que acabou de dizer.

Parecia o primeiro sorriso genuíno que ela deu hoje e eu não pude conter o meu.

- Se você quiser, eu vou com você visitar sua mãe. A prisão não fica tão longe assim da cidade, podemos ir de carro. - Ofereci.

Lena encarou o chão e com um breve suspiro, desabafou.

- Nesse um mês que eu estive "fora do radar", eu fiquei desolada. Era a primeira vez em minha vida que eu estava completamente sozinha e eu não sabia como lidar. Apenas me afundei em trabalho e trabalho, tentando esconder minha solidão atrás das pilhas de papel da minha mesa. Mas as pessoas da empresa começaram a notar e não é tão difícil não saber dos cochichos: "Ela é uma Luthor, até sozinhos são perigosos" ou "Praticamente a família toda está na prisão, quando vai ser a vez dela? ". Isso me irritou e eu não queria dar mais a falar, então te chamei. - Lena observou cada ponto em meu rosto e olhou nos meus olhos novamente. Aquele olhar que me hipnotizava e eu não conseguia ver nada além dela. - Obrigada, Kara. Saber que eu não preciso passar por isso sozinha... você é a melhor pessoa que já conheci.

Meu coração estava acelerado novamente. Eu queria que ela ficasse feliz, queria fazer ela feliz. Eu faria de tudo para ajudar. Eu faria qualquer coisa.

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