☆ first call ☆

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''Oi'' a minha voz foi a primeira a ser escutada depois de longos segundos com meu telefone encostado em minha orelha ouvindo apenas a respiração de Isak.

''Sua voz é... fofa'', essa foi a primeira coisa que eu ouvi da voz de Isak e senti vontade de rir logo em seguida.

Definitivamente, aquele garoto realmente tinha problemas.

Eu franzi o cenho, olhando para o teto e mordendo levemente o meu lábio inferior. Se minha voz era fofa, o que a de Isak poderia ser? Eu só conseguia pensar que soava de maneira gostosa em meus ouvidos.

Isak era esquisito.

Ele me fazia perguntas que eu não sabia como responder mais, me fazia sentir esquisito também.

''Mas então, como foi seu dia?'', ele perguntou de maneira calma e eu me perguntei se ele sorria quando falava. O sorriso dele deveria ser bonito, assim como ele.

É engraçado eu achá-lo tão bonito, porque Isak se acha péssimo. Isso não faz o mínimo sentido.

''Por favor, me diz que não se assustou com a minha voz. Eu juro que essa é ela bonitinha, tô me esforçando.'', Isak riu, voltando a falar e eu soltei uma pequena risada antes de responder.

''Sua voz é bonita, é boa de ouvir.'', dei de ombros mesmo que ele não pudesse me ver e suspirei. ''Não se assuste com a minha, eu estou meio rouco essa semana.''

Então ele riu, como se achasse aquela conversa absurda. Foi a primeira vez que ouvi a risada de Isak e tudo que eu conseguia pensar era como ele se achava menos que perfeito ou adorável.

Eu não entendo muito bem porque continuo elogiando-o.

Eu não me importo.

Acho que Isak realmente precisa ouvir de alguém que ele é bom o suficiente, muito mais que eu deveria ouvir.

Ainda assim, não sei muito bem o porquê de ele ter vindo até mim. Eu acredito em Deus, mas não em destino.

Mas Isak...

Isak era diferente de tudo o que eu já tinha visto.

"Você é louco", ele riu outra vez, em uma gargalhada gostosa e espontânea quando eu terminei de contar para ele toda a minha aventura escolar de hoje. Não era engraçado, mas eu ri com ele. "Você não deveria assustar as pessoas, sweetie."

"Sweetie?"

''Você precisava de um apelido, eu achei fofo...'', ele disse parecendo temeroso do outro lado da linha e eu pude apenas sorrir sem graça, sem saber muito bem como responder isso. ''Mesmo assim, os garotos da sua escola não devem ser tão maus.''

''Eles são uns babacas, querido'', respondi de maneira calma e percebi que ele soltou mais uma risadinha fofa. ''E eu não sou nem um pouco assustador, minha cara parece a de um bebê. Eles se assustam porque são idiotas.''

''É que eles não sabem o quão adorável você pode ser, só vêem essa cara séria aí que você faz para tentar se proteger.'', eu pude imaginar ele gesticulando enquanto falava e involuntariamente um sorriso foi se formando em meus lábio a cada palavra que ele dizia. ''Mas eu conheço um pouco de você e sei que não faria mal a uma mosca, apesar de que eles parecem bem idiotas mesmo e merecem uma surra.''

Eu ri, mas neguei com a cabeça. Nunca entrei em uma briga por mim ou por outra pessoa, e nunca entraria. Acho isso uma coisa tão... pré-histórica.

Por que deveríamos usar força bruta para tentar mostrar dominância? Isso é irracional.

''Só para deixar claro...'', continuei e ouvi quando ele fez um barulho indicando que eu continuasse ''Eles são idiotas porque tem medo de mim e tratam as pessoas mal...'', franzi o cenho, fazendo uma careta. ''Eu não ia dizer isso, para falar a verdade. Eu ia dizer que... Pode me chamar de sweetie, se quiser. Nunca me chamaram assim.''

Notas Sobre Ele [ Evak ]Where stories live. Discover now