Presente 4

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Tudo poderia ter sido tão simples se eu não tivesse tomado este caminho, eu poderia conquistar minha felicidade na minha cidade natal, sem precisar passar por cima de tudo que eu acreditava. Tudo que era importante para mim perdeu o valor, eu só conseguia pensar em ter, ter tudo, uma boa faculdade um bom apartamento um bom carro uma empresa de sucesso. E pra que tudo isso? Porque?

Só para provar para pessoas que nem importava que eu era capaz, que eu era melhor do que a vidinha medíocre que eu vivia, para que querer jogar uma máscara no meu rosto e dizer que sou boa, eu não sou, eu sou uma péssima pessoa e não por influência e sim porque eu quis ser. Mais ainda guardo tudo de todos, menos dele. Ele sempre esteve do meu lado quando quis entrar de cabeça nisso, nunca julgou minhas escolhas, meus erros que qualquer um poderia ter medo, mais ele não, ele sempre sabia quando eu queria fazer ou agir de forma diferente, mais quando eu precisava de um abraço ele que estava lá também. Esse beijo não podia ter me feito relembrar de todos esses sentimentos, ele ferrou tudo, acabou com tudo e eu nunca vou perdoar ele por isso.

Quando minha sanidade retorna a mim o empurro e o beijo acaba, eu abaixo a cabeça, a única coisa que eu quero nesse momento é chorar, mas não vou fazer isso na frente dele.

- Eu... Por favor... A gente podia... Conversar? - acabou ele depois de um tempo.

- Porque você não aceita um não? Porque não fica longe? Nós vivemos o que era para viver você não acha? Eu só pedi paz, é muito difícil pra você entender isso? - Falei ainda de cabeça baixa segurando o choro. - Eu consegui uma saída, eu tenho uma vida agora, eu posso dizer que consegui, porque você não tenta sair disso? Porque não procura uma saída? Eu te imploro Liam me deixa em paz. - disse já chorando. Olhei para o rosto dele e só consegui vê ressentimento, mágoa.

- Você sabe que eu não tenho escolha, não se faça de idiota. - disse seco.

- Mais eu tive, dá para ter um pouco de pena de mim e me deixar viver um pouco, só esquece que um dia me viu. - disse chorando.

- Nunca faria isso, mais se não quer mais me vê eu entendo, mas não posso fazer nada para mudar. - disse sério.

- Até segunda Charlize. - disse sério. Saindo do meu campo de visão logo em seguida, o quão cruel eu fui para merecer isso?!

Pego a minha bolsa que deixei cair no processo, pegando minhas chaves logo em seguida, destravo e entro no carro logo em seguida. Procuro o meu celular, mandando uma mensagem logo em seguida.

"Preciso de você. " - mando para o Dylan.

"Estou na sua casa em cinco minutos." - ele reponde rápido, quando tudo da errado o Dylan é quem eu preciso ter do lado.

Depois de tudo que eu já já passei aprendi que certas coisas valem mais que outras, não que me arrependa de tudo que já passei para chegar aqui, mas nem tudo era necessário e mesmo assim eu fui e fiz.

Com a idade aprendemos o que é certo e errado para nós mesmos. E foi vivendo a margem de tudo que aprendi quando mais nova é que vejo como as coisas poderiam ter cido diferentes hoje. Mais naquele momento para mim a única saída e única escolha que eu achava que tinha era o que me diziam para fazer. Hoje vejo que eu poderia ter feito o que quisesse, era só questão de tomar uma decisão, mais quando vi isso o estrago já estava feito.

Chego no portão da minha casa, estaciono o carro na garagem e entro na mesma. O Dylan não tinha chegado ainda então resolvi tomar um banho para esfriar a minha cabeça. Subo as escadas indo para o meu quarto, entro no banheiro já tirando a roupa, tomando um banho relaxante em seguida.

Quando saio de roupão me olho no espelho e tenho vontade de fazer uma maquiagem bem caprichada. Me maquiar é uma ótima forma de relaxar.

Vou para o meu quarto sentando na minha penteadeira onde fica toda a minha maquiagem, começo a me maquiar, faço um olho preto esfumado, corrijo minhas sobrancelhas, começo a passar o prime a base, o contorno logo em seguida, um iluminador bem pigmentado e passo um baton rosa-nude, coloco cílios postiços e observo o que fiz, achando ótimo. Começo a secar o meu cabelo, fazendo uma chapinha, logo depois passo um babyliss, nas pontas. Meu cabelo está em um tamanho médio. Entro no meu closet, na parte de vestidos e vou olhando até achar um vestido perfeito, ele é preto fino e com um decote que me deixava perfeita nele, coloco um Iscarpin completamente dourado e com pedrarias.

Passo um perfume qualquer, pego uma bolsa pequena que mais se parece uma carteira preta e acho que está bem.

Olho meu celular e ele está com a bateria em 75%, ok está bom.

"Aconteceu um acidente no caminho, está tudo interditado." manda o Dylan.

"Não se preocupe eu estou indo para a boate do centro." mandei.

"Não faz isso, eu roubo um helicóptero para chegar aí, mais não sai de casa, não para a boate do centro." o Dylan respondeu logo em seguida.

"Relaxa Dylan tô bem, não precisa se preocupar, só quero beber um pouco, e amanhã não tenho que trabalhar, então me deixa, beijo baby. " mandei.

Pego os meus documentos e coloco na bolsa, seguindo para a cozinha preparo um bolo de chocolate no micro-ondas, comendo logo em seguida, vou ao banheiro e escovo os meus dentes saindo de casa.

Entro na garagem e pego meu Corola, ele tinha acabado de ser emplacado então seria difícil de ser identificado. Entro no carro indo para a rua, em seguida pego a rodovia e vou para o centro.

Chegando na rua da boate já vejo os carros estacionados por toda ela, quando paro em frente a boate vejo que tem uma fila enorme do lado de fora. Saio do carro e vou direto para a porta, entrego a chave para o cara que não sei o nome, mais sei que ele vai estacionar o carro.

Ele pega e já vai fazer o seu trabalho, entro na boate e a música está bem alta. Vou andando para o bar tendo um pouco de dificuldade por estar muito lotado, mais consigo.

- Vodka - só digo isso para o barman e assim que me ouve já vai pegar, ele coloca o copo na minha frente e começa a encher, assim que está bom ele me dá o copo e já ia levar a garrafa.

- Me dá essa garrafa agora - disse um pouco irritada.

- A última vez que eu te dei a garrafa você quase me matou no outro dia, não estou afim de passar por isso de novo - disse com a voz calma, mais alta pela música alta do local.

- Eu disse para me dar a garrafa - falei como uma ordem.

- Ok - disse me entregando a garrafa que estava cheia.

- Você não acha que é demais? - uma voz que nunca ouvi falou.

Me virei e fiquei perdida nos olhos azuis que ele tinha, era um homem, parecia ter 23 anos, baixo, mais eu também sou então ficamos do mesmo tamanho. Estava vestido com uma blusa preta da Adidas, uma calça jeans preta colada e um tênis também da Adidas.

- Sua mãe não te ensinou a não se meter na vida alheia? - disse com voz de deboche.

- Seu marido nunca disse para não passar vergonha na balada? - retrucou.

- Não sou casada. Se era isso que queria saber, porque não perguntou de uma vez? - respondi um pouco seca. - E nem namorando. - completei.

- Melhor pra mim - disse convensido, não se abalando pela minha forma ríspida de falar.

- Só não te mandei embora ainda foi porque você é bonito, então vamos logo para o que interessa. O que você quer? - perguntei decidida.

- No momento eu só quero pegar você. - disse me encarando de um jeito sex.

- Talvez eu também queira - disse fazendo jogo, digamos que eu gosto de brincar.

- Então vamos? - perguntou.

- Para onde? - devolvi a pergunta.

- Começar logo isso. - disse já chegando perto.

Me puxou de uma fez, me beijando com desejo, ele tinha pegada e eu estava necessitada demais para recusar aqueles olhos azuis. Acho que a minha noite vai ser maravilhosa.

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