13. Os Samurais

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O Mustang era um ponto preto no meio de todo o marrom da tempestade de areia. Dentro dele Megan fazia seu melhor para não cair nos buracos da pista, mas tinha alguns impossíveis de desviar. O carro de repente começou a perder potência até parar.

— Sério isso?! — Ela bateu no volante, buzinando sem querer.

Megan colocou os óculos e puxou a gola da blusa sobre nariz antes de sair do carro, tentando enxergar algo além da tempestade, sem muito sucesso. Após algum tempo, faróis iluminaram a pista, mas não era possível ver o carro.

— EI! AQUI! — ela gritou pulando e agitando os braços para que fosse vista.

O motorista deve ter escutado, porque começou a buzinar em uma sequência. O barulho ficava mais alto à medida que ele se aproximava. Mais alto e mais alto...

Megan acordou.

O barulho da buzina em seu sonho tornou-se o toque de seu celular. O quarto escurecido pelas cortinas lhe era familiar, apesar de não ser o seu. Ainda debruçada, Megan esticou o braço até alcançar o celular que quase caia na beirada da cama.

— Alô? — sua voz saiu rouca.

— Está atrasada, Denver — Sean falou sério como sempre.

— O quê? — Ela afastou o celular da orelha para ver as horas. Quase onze. — Ai caramba, foi mal Sean. Já eu chego aí

— Esperando.

Megan desligou e levantou da cama, praguejando mentalmente. Que droga aquele lugar estava fazendo com ela? Nunca foi de dormir tanto assim.

A morena olhou para traz e não encontrou quem esperava ver ali.

— Que ótimo parceiro você é, Conighan — ela murmurou para si mesma, pegando suas roupas pelo chão e correndo para seu apartamento.

Megan mal bateu a porta do carro e M.J. apareceu na frente, um pouco mais inquieto que o normal.

— Bom dia? — ela disse, vendo a animação do garoto.

— Fiquei sabendo que você vai participar da operação. Essa é minha garota! Sabia que você só me traria orgulho.

— As notícias voam por aqui, hein?

Megan riu e o abraçou.

— O que seria de mim sem seus conselhos, não é mesmo?

— Eu sei, Meg, eu sei. Ah, o Sean está te esperando lá na sala de reuniões.

Ela assentiu e se despediu do garoto antes de subir a escada para o mezanino. A sala de reuniões era um cômodo de vidro no meio da estrutura. No momento as persianas que cobriam todas as paredes estavam fechadas, ao contrário do que costumavam ficar.

Megan entrou na sala e encontrou Sean, Travis, Max, Andrew, Crash e mais alguns com quem ela tinha menos contato, sentados ao redor da mesa oval no centro do lugar.

— Não se pode dar uma trégua aos funcionários que eles abusam — Sean falou com sua voz séria, mas seu rosto tinha um ar brincalhão.

Megan aprendeu a decifrar Sean. Normalmente ele parecia sempre sério, intimidador, então era preciso prestar atenção nos detalhes para entender o que se passava em sua mente. E ela gostava desse jeito dele. Até se divertia em ver as pessoas nervosas ao falarem com ele.

— Ora, não exagere. Foi um problema com o despertador, não se repetirá.

— Pensei que estivesse acostumada a acordar cedo. — Ele deu um sorrisinho malicioso.

Ride Or Die [Livro I]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora