Capítulo 3 - Entre a luxúria e a razão.

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Capítulo 3 – Entre a luxúria e a razão.

Thor Giordano acordou primeiro na manhã seguinte e estranhou ao sentir um corpo pequeno e macio colado ao seu. Por um momento, apenas abriu os olhos e fitou os sedosos e brilhantes cabelos pretos que se espalhavam por seu braço, da mulher de conchinha com ele. Isabela.

Não estava acostumado a dormir com as mulheres. Não que fosse regra, mas depois do sexo preferia ir para seu quarto e ficar sozinho. Mas algo naquela garota, talvez sua ingenuidade ou vulnerabilidade, deixou-o com vontade de ficar mais tempo com ela, talvez até confortá-la. Principalmente depois do dia anterior, quando ela vivera tantas coisas novas e se agarrara a ele como uma gatinha.

Não haviam ficado muito, depois que todos terminaram de transar. Ele a levou para a suíte dele, tomou um relaxante e gostoso banho morno com ela e depois deitou-a na cama, abraçando-a. Parecia exausta, cheia de lassidão, com olhos pesados, sonolentos. Dormiu nua com ele, embaixo do edredom branco, ambos protegidos do ar condicionado gelado do quarto. Não fizeram sexo novamente, pois ela estava muito dolorida e cansada. Já havia sido um dia demais para quem até então era uma virgem.

Thor retirou o braço da cintura dela devagar. Sentou-se, correndo os dedos entre os cabelos e olhando-a. Dormia como um anjo, serena e quieta, o edredom cobrindo apenas do seu quadril para baixo. Seus olhos percorreram a pele branca e macia, o contorno pronunciado da cintura fina, os seios redondos, com mamilos de um rosa claro que combinavam com seus lábios carnudos e entreabertos.

O desejo fez seu corpo endurecer, mas ele se controlou. Pensou por um momento na maneira como a desejou desde a primeira vez naquele restaurante. Estranho, pois Clara e Liliana eram até mais bonitas e chamativas do que Isabela. Mas algo nos olhos dela, no seu jeito, chamou sua atenção. E quanto mais a olhava, mais sentia vontade de estar com ela. Havia uma pureza, uma inocência tão grande em seu olhar, que ele teve que comprovar se era real.

No início ela resistiu. Mas desde o começo ele percebeu que ela ficou abalada por ele, atraída, sem saber o que fazer com aquilo. Mas Thor sabia. E usou a seu favor. E não foi tão difícil seduzi-la, afinal de contas. Ela fizera tudo que mandara. No entanto, aquele olhar puro e doce continuava. O que era surpreendente.

Thor se levantou da cama nu, ereto. Pensou em acordá-la para poder se satisfazer com ela, mas algo o impediu. Queria Isabela nos seus termos, sem intimidades a sós, se pudesse evitar. Uma parte dele sempre se mantinha fria e distante. E por mais que ela fosse diferente, que mexesse com ele e com sua libido, era só mais uma. Depois que a usasse, ela seria esquecida como as outras.

Eu acordei me sentindo gelada. Deitada entre macios lençóis de seda, eu abri os olhos, estranhando aquele quarto e me movi um tanto dolorida. Então me dei conta que estava no quarto de Thor e que dormi ali com ele. Olhei em volta, mas ele não estava mais ali.

Suspirei e fechei os olhos novamente, enquanto me sentia bombardeada por lembranças da noite anterior. Enfiei o rosto no travesseiro, com vergonha de mim mesma. Meu Deus, o que eu fiz! Se minha mãe me visse...

Abafei um gemido, a razão me condenando, o corpo me fazendo reagir às lembranças sensuais. O corpo, o toque e a voz de Thor, combinados com as carícias e as bocas de Lucas e Liliana, e também com os outros, todos nus, gemendo, transando... Engoli em seco, me excitando mesmo contra vontade.

Nunca imaginei que eu faria tantas loucuras. Até com mulher, coisa que jamais passou por minha cabeça. Estava surpresa comigo mesma, chocada, sem acreditar. A culpa me engolfava e comecei a chorar baixinho, muito dividida, sem poder tirar da mente tudo que acontecera. Como eu pudera chegar aquele ponto? Em que momento eu me transformara daquele jeito, como se não fosse mais eu?

TENTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora