"Destinos Traçados"

Cap 42- Cruel Realidade

Eu sentia como se alguém tivesse me atropelado, meu corpo estava todo dolorido, aos poucos fui abrindo os olhos e vendo que eu estava em uma sala de hospital, em meu braço se encontrava uma agulha que se ligava a um soro, só então veio tudo em minha cabeça como flash.

"O caminhão veio pra nosso lado, e a única coisa que escutei antes dele se chocar contra a gente era o grito de Bella, do qual foi cessado assim que o caminhão nos acertou.
Senti o carro capotar e meu corpo ser arremessado para fora do carro. Meu corpo doía, senti como se tivesse ganhado uma longa surra, olhei para frente e o carro ainda capotava para logo parar na pista contrária. O que menos esperava era que outro caminhão pegasse em cheio o carro que ainda se encontrava Bella, o jogando longe novamente."

-Bella.-falei rapidamente.

Eu precisava saber como ela estava.
A porta do quarto foi aberta me dando a visão clara de meus pais.

-Filho.-minha mãe disse me abraçando assim que entrou no quarto.

-Como ela está mãe?.-Fui direto.

-Se acalme filho.-meu pai disse.

-COMO ELA ESTÁ?.-Gritei sentindo a raiva possuir meu corpo.

-Ainda não sabemos filho, ela está na sala de cirurgia.-minha mãe disse em voz baixa.

Saber que no lugar de minha mulher está em uma lua de mel dá qual tanto sonhou pra estar aqui em uma cirurgia acaba comigo.

-Que cirurgia é essa?.-Perguntei sentindo as lágrimas escorrerem​ pelo meu rosto.

-Ela rompeu alguns ligamentos, e teve uma hemorragia interna.-disse meu pai.

-Foi tudo culpa minha.

-Teve testemunhas filho, todos sabem que foi o homem do caminhão o errado, você não teve culpa de nada.

-Mas eu poderia ter esperado a chuva passar, mas não, agora ela tá nesse estado.-digo sentindo meu rosto molhado.

-Calma, vai dar tudo certo.

Eles me olharam como se não tivessem palavras para dizerem nada.

-SE ELA MORRER EU JURO QUE EU MORRO JUNTO.-gritei sendo tomado mais uma vez pela raiva.

-Felipe pensa nos seus filhos, fica calmo, eles precisam de você.

No mesmo momento penso em duas crianças sem a mãe, o que parte meu coração, meus pequenos não podem ficar sem ela, assim como eu também não.

-Onde eles estão?.-Perguntei preocupado.

-Ficaram na casa de Heitor junto de Liz e Isabel.

Eu me calei por um tempo, como eu queria estar no lugar dela meu Deus.

-Vamos sair meu filho, vou deixar seus sogros entrarem um pouco.-diz minha mãe beijando minha testa e saindo do quarto junto de meu pai.

Minha cabeça estava a mil, eu apenas queria que tudo acabasse, que fosse apenas um maldito sonho.

TOC TOC

-Com Licença.-diz Heitor entrando e sendo seguido por Bianca.

-Como você se sente filho?.-Perguntou Bianca, sua voz estava embargada pelo choro, ela tentava o segurar, mas pelos seus olhos fundos eu sabia que ela havia chorado.

-Vazio.-respondi em um sussurro.

-Confia em Deus, vai dá tudo certo.-Heitor chegou perto de mim deixando uma lágrima escorrer de seu olho.

-Desculpa senhor, eu não soube cuidar dela como eu deveria.

-Pelo contrário filho, você a faz feliz cada dia mais, sabemos perfeitamente que vocês dois só foram vítimas disso tudo.-disse abraçando a esposa.

-Como está o motorista do caminhão?.-Perguntei sentindo a raiva surgir em mim mais uma vez.

-Ele está na delegacia, descobrimos que ele dormiu no volante, ele está parcialmente arrependido, tivemos notícias que ele está com alguns machucados, mas nada demais.

Naquele momento eu não sabia o que pensar nem o que imaginar, eu só precisava dá minha loirinha bem e do meu lado, precisava sentir o calor de seu corpo em contato ao meu.

-Vamos deixar você descansar meu filho.-Bianca disse deixando uma lágrima cair.

-Quando souberem notícias dela me contém, por favor.

-Vamos contar sim.-Heitor respondeu.

-Hanna e Ryan estão bem?.-Eu estava preocupado com meus meninos, eles são o que mais tenho de precioso.

-Sim, estão bem cuidado, não se preocupe com seus filhos.-disse e eu apenas concordei.

Eles saíram dá sala me deixando com meus pensamentos vagos.

Bianca:

As horas passavam, cada minuto, cada segundo era uma eternidade sem notícias de minha filha.
Uma noite feliz, um casamento, uma alegria, a tão esperada lua de mel virou uma tragédia, era difícil imaginar tudo isso em tão pouco tempo, parecia que minha pequena estava destinada a sofrer, um sequestro e sofrimento quando criança, outro sequestro quando já adulta, e quando a vida parece estar a seu favor, vem algo para tentar acabar mais uma vez com sua felicidade.

-Não fica tensa assim meu amor, pensa que vai dar tudo certo.-Heitor diz querendo ser forte, mas eu sabia que ele não estava nem um pouco tranquilo.

-Tenho tanto medo.-abraçei ele.

-Eu sei querida, também tenho.

-Família dá paciente Bella Brown?-um médico apareceu na recepção, foi até estranho ver ele chamar ela por Brown, e não Salvatore.

-Aqui.-Heitor respondeu junto dos pais de Felipe e alguns amigos.

-A paciente acabou de sair dá cirurgia.

-Como ela está?.-Perguntei aflita.

-Bom, deu certo a cirurgia, conseguimos conter a hemorragia e os outros problemas que tinham surgido.

Nesse momento escutamos todos respirarem aliviados com o que o médico disse, parecia que a pressão que a atmosfera tinha, havia acabado.

-Podemos ver ela?.-O pai de Felipe perguntou.

-Sim, mas antes eu tenho que dizer algo a vocês.

-Então diga.

-Ela está em coma.-ele disse em fim.

-Mas vocês podem acordar ela agora, pois já saiu dá cirurgia.-Emy disse como se fosse óbvio.

-Não senhora, você não entendeu, ela não está em um coma induzido, o próprio sistema dela há colocou em coma.

Aquilo foi um choque, todos ficaram em silêncio, senti uma lágrima solitária descer de meu olho.

-E quando ela acorda?.-Meu marido perguntou.

-Vou ser sincero com os senhores, a pressão que a sofreu no cérebro, junto com algumas outras coisas que depois explico com calma para os senhores, fez ela entrar nesse coma, e agora temos que ver se ela reage, vamos monitorar ela todos os dias pra ver sua melhora, ela pode ficar dias, meses, anos... Ou simplesmente não acordar.-respondeu com calma.

Senti meu corpo amolecer, e Heitor me apoiar com rapidez.

"O mundo é algo inconstante, nós somos inconstantes."