Capitulo 21

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A viagem estava a ser longa e eu estava a ficar impaciente.

- "Harry demora muito?"

- "Não amor. Estamos quase lá" Harry deixou a sua mão na minha perna

Bufei e revirei os olhos. Estava curiosa e ele não me dava uma única pista.

- "Ficas tão linda quando estás assim" Harry sorriu e fixou o seu olhar em mim por segundos

- "Não tem graça. Tu usas a minha curiosidade contra mim. Não é justo" Cruzei os braços para acentuar o meu beicinho

- "Não é justo é que tu sejas tão linda e que me deixes assim!"

Modo vermelha ativo. As minhas bochechas estavam a corar intensamente. Provavelmente porque não esperava uma resposta destas. Ele conseguia ser tão imprevisível e agradável ao mesmo tempo.

- "Amor não precisasse de corar" Uma gargalhada ecoou pelo carro

- "Não estou corada" Defendi-me rapidamente

- "Se continuas a fazer essa cara e a corar dessa maneira sou obrigado a voltar para trás e levar-te para minha casa"

Ele está a provocar-me? Não vou conseguir parar de corar. Não é que eu me importasse de ir para casa do Harry fazer sabe-se lá o quê. Mas que pensamentos são estes Sam? Pára.

- "Como se fosses fazer isso Styles"

- "Não me desafies Jones"

Fiquei calada por momentos. Conhecendo o Harry como conheço provavelmente ele iria cumprir a sua promessa e eu ficaria sem saber onde vamos.

- "Bem me parecia bebé" O seu tom vitorioso invadia a rouquidão da sua voz

Bufei baixinho para que ele não entendesse aquilo como provocação e sorri ligeiramente. Estava feliz por estar a conhecer melhor a cada dia este Harry. O meu Harry. Dei por mim a observá-lo atentamente. As suas mãos agarravam firmemente no volante. Elas são tão grandes. E a cruz que está perfeitamente desenhada na sua mão esquerda é absolutamente sexy. Os seus olhos verdes e brilhantes estão penetrados na estrada. O cabelo puxado para trás é arrepiante. E o melhor de tudo é que ele consegue que os seus caracóis permanecem lá. Os seus músculos dos braços são tão visíveis pelo facto de Harry usar sempre algo de manga curta apesar do frio. Eles são tão definidos e perfeitos e dão forma a cada tatuagem. Ele tem tantas. Eu nunca pensei em fazer uma tatuagem porque sinceramente tenho medo da dor que poderei sentir.

- "Harry tu tens tantas tatuagens. Como aguentas essa dor?"

- "Bem é algo suportável. E quando começas já não consegues parar" Ele parecia ter orgulho em cada uma delas

- "E pensas fazer mais alguma?" Porque é não sei estar calada?

- "Bem sim. Estou a tratar de desenha-la. E em breve farei"

- "És tu próprio que desenhas as tuas tatuagens?"

- "Sim, claro Sam"

Ele tem um dom impressionante para o desenho e todas elas são perfeitas. Só poderia ser ele a fazê-las.

- "E o que vais fazer desta vez?" Cala a boca Sam!

- "Bem depois verás amor" Ele sorriu percebendo que a minha curiosidade estava outra vez a chatear-me

Suspirei e continuei a minha viagem pelos traços do Harry. Quando dei por mim senti o carro parar.

- "Chegamos"

Olhei em volta e quando me apercebi estava perto da casa da minha avó. Casa da minha avó? Abri a boca em admiração e olhei para o Harry. Na sua face já tinha nascido um sorriso ao aperceber-se da minha admiração.

- "Harry mas como é que tu..." Fui interrompida pela sua voz rouca

- "Eu roubei o número da tua mãe do teu telemóvel enquanto dormias e combinei tudo com ela, porque calculei que tivesses saudades Sam"

As lágrimas ameaçavam cair da imensa felicidade que explodia no meu coração. O Harry tinha mesmo feito isto? Eu não queria acreditar que houvesse um lado assim tão bom nele! Abracei o seu corpo com toda a minha força e agradeci baixinho no seu ouvido.

- "A tua felicidade é a minha" Harry passou o dedo pela lágrima que eu não tinha conseguido conter

Eu apenas sorri. Estava completamente sem palavras. Dirigimo-mos até há casa e senti a mão do Harry tensa enquanto apertava a minha.

- "Não precisas de ter vergonha" Eu sorri enquanto encontrava os seus lindos e assustados olhos verdes

- "Que disparate eu estou óptimo"

Uma gargalhada alta fugiu-me dos lábios e eu podia ver a sua face corar. Era tão adorável quando ele ficava frágil e indefeso. Bati a porta e poucos segundos passaram até que a minha mãe nos recebesse com um caloroso abraço. Senti o corpo do Harry ficar ainda mais tenso. Isto era hilariante.

- "Que bom ver-vos. Que saudades"

Ambos lhe retribuímos com um sorriso e entramos. Sentamo-nos todos por momentos na sala e um silêncio constrangedor foi quebrado pela minha mãe.

- "Então filha como estão a ser as coisas sem mim?"

- "Tudo bem mãe"

Eu morria de saudades dela, mas não queria preocupa-la.

- "Harry tens tomado conta da minha menina?"

Podia ver as sus bochechas escaldarem

- "Sim claro Sra.Mary" Ele gaguejava mais do que alguma vez tinha visto

Um sorriso de aprovação nasceu nos lábios da minha mãe. Eu sei que ela gosta do Harry. Consigo ver isso no seu olhar azul. Quem me dera ter herdado os olhos lindos da minha mãe, mas provavelmente são negros devido ao homem que supostamente se intitula de pai.

- "Mãe onde está a avó?"

- "Ela está a fazer o seu tratamento diário no hospital. Mas está tudo a correr bem"

Agradeci com um sorriso há minha mãe por tudo o que ela estava a fazer. Ela era realmente uma lutadora e eu invejava-a por isso. Eu nunca fui assim. Sempre fui uma fraca, desajeitada e a única coisa que conseguia fazer era isolar-me.

- "Eu vou preparar algo para comermos" A minha mãe desapareceu para a cozinha

Harry e eu ficamos sozinhos na sala mas o silêncio permanecia desde que a minha mãe tinha ido embora.

- "Está tudo bem Sam?" Harry finalmente falou

- "Sim estou apenas triste por ter de deixar a minha mãe"

Harry levantou-se do pequeno sofá onde estava sentado e sentou-se ao meu lado. Puxou-me contra o seu corpo e a minha cabeça descansou no seu ombro. Eu senti um alívio por saber que ele estava ali perto de mim. E que não me iria deixar desamparada. A sua mão acariciava a minha e eu sentia-me a relaxar cada vez mais.

- "Eu estou aqui amor"

As suas palavras eram ainda mais reconfortantes. Era tão bom sentir o seu corpo e a sua respiração tão perto. A dor parecia minimizar. Era incrível este efeito do Harry em mim.

Momentos depois a minha mãe estava de volta. O resto da tarde foi passada a rir com as piadas sem graça da minha mãe mas ainda assim eram música para os meus ouvidos. O lanche estava óptimo, já tinha saudades dos cozinhados maravilhosos da minha mãe. Já estava a ficar tarde e a viagem ainda era longa.

- "Mãe vamos ter de ir"

- "Já?" Tristeza invadia o seu olhar azul

- "Sim. Já está a ficar tarde e ainda é um pouco longo o caminho. Amanhã tenho de trabalhar"

- "Compreendo. Mas espero ver-vos mais vezes"

Ambos sorrimos em confirmação e despedimo-nos novamente dela. Detesto despedidas mas não há nada que eu possa fazer. Um abraço longo foi me dado. Fiquei muito satisfeita por poder sentir o seu abraço confortante. Após todas as despedidas voltamos para o carro para seguirmos viagem até casa.

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