Capitulo 39

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Sem mais palavras Katy pega na minha mão e puxa-me por entre a multidão até há rua. O ar está mais gélido do que pensei. Estava tão quente há pouco por causa do sucedido que nem reparei que o vento bate com força na minha cara.

- "Agora vais contar-me" Ela diz quando o barulho já não nos obriga a gritar

- "É uma longa história, mas basicamente a Sam drogou o Harry para que ele a beija-se e conseguiu, e agora faz-me a vida negra porque o quer para ela, mas ele está comigo"

- "Harry?"

- "O Harry é o rapaz de que te falei há pouco no carro"

A cara dela esta indecifrável, parece tão chocada como eu estaria. Foi um golpe muito baixo o da Sam. Nos éramos demasiado amigas.

- "Eu nem acredito que ela foi capaz... "

- "Pois" Baixo a cabeça e as lágrimas ameaçam cair

Encolho-me para não deixar que o frio cortante me afete tanto. Eu deveria mesmo ter trazido um casaco.

- "Estás com frio? Podemos ir lá para dentro se quiseres"

- "Eu preciso de ir ter com o Harry, deixei-o sozinho" Digo

- "Mas o Harry está cá?"

- "Sim pelos vistos. Foi ele que nos separou durante a briga"

- "Então nesse caso eu vou voltar lá para dentro. Eu gostava de conhecê-lo, mas acho que agora não é a altura certa, vocês precisam conversar"

Já me esquecia do quão compreensiva a Katy sempre foi, ela é demasiado boa as vezes. Espero que a Sam não lhe faça a cabeça.

- "Obrigada"

Katy da-me um abraço quente enquanto lhe agradeço. Estava mesmo a precisar. É tão reconfortante quando temos alguém que nos compreende e nos conforte sem serem precisas palavras. Eu sei que o Harry me apoia em tudo, mas também me causa dor. Eu sei que não é por mal e que ele é apenas um miúdo chateado com a vida, mas eu tenho limites e hoje estou há beira de um.

Volto para o sítio onde deixei o Harry e ele já não está lá. Perfeito. Era só o que me faltava. Agora vou ter de procurá-lo. Corro todo o jardim e nada, nem sinal do menino alto dos caracóis que me roubou o coração. Volto para dentro e a multidão continua agitada, já não consigo achar uma única pessoa sóbria e isso assusta-me, mas de alguma maneira eles estão a divertir-se e não a sofrer dos problemas como eu. Talvez deve-se beber um pouco, só um pouco. Eu não costumo fazer esse tipo de coisas, mas eu preciso. Eu hoje preciso.

Vou até há cozinha e procuro pelas garrafas, não são difíceis de encontrar. Pego num dos milhares de copos espalhados e despejo um pouco de uma garrafa que diz "vodka". Bem não deve ser assim tão mau. Toda a gente bebe. Meto o copo há boca e o líquido escorre pela minha garganta. É amargo e faz-me franzir a testa. Queima cada centímetro do meu corpo por onde passa e isso relaxa-me, estranhamente. Dou por mim a pensar que o Harry vai ficar chateado, mas não quero saber, ninguém o mandou ir embora. Bebo outro e mais outro gole e começo a sentir o efeito. Não vai ser preciso muito para ficar bêbada já que não estou habituada a beber.

Começo a sentir as minhas veias arder e esqueço-me do que me estava a doer. Tudo parece bem agora que já vou no sexto copo. Será que vou mesmo no sexto? Isso também não interessa agora. Sento-me na primeira cadeira que encontro e sinto o chão fugir.

- "Sam?" Oiço uma voz distante gritar

Olho para cima e encontro o Harry. Porra.

- "Harry" Digo baixinho

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