Capítulo 4

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Cinco minutos após ter deixado aquela garota sozinha no Meu quarto, escuto a tal Juliette me chamar do lado de fora do quarto de hóspedes pedindo-me desculpas pelas coisas que tinha me dito. Segundo ela, tudo não passou de brincadeira sua. Resolvi lhe dar uma segunda chance para vê no que dava. Aceite seu pedido de desculpas. Ela propôs de descermos e conversarmos na sala. Com certa desconfiança, aceitei essa sua outra proposta, mas me arrependi dez minutos depois, quando a garota insistia em ficar me chamando de quatro olhos enquanto conversávamos, ou melhor, enquanto ELA falava e eu escutava já de saco cheio.

A garota além de chata, debochada, irritante e mais uma infinidade de outras coisas desagradáveis, também falava pelos cotovelos. Caceta!

- Você não é de falar muito, né?

Só agora que ela percebeu? Depois de estar falando há quase uma hora sem parar, enquanto eu me limitava a apenas resmungar um ''hum'' vez ou outra?

- Já você, eu não posso dizer o mesmo.

- Tá dizendo que eu falo muito é?

Seu olhar severo lhe fez parecer até uma assassina em série, mas não me intimidei com isso.

- Eu? Imagina! - ironizei, sem medo algum daquele seu olhar assassino.

- Me fala então de você.

- Não tô com vontade.

Nem em sonho que eu ia ficar falando de mim para ela!

- OK! Então eu vou dizer como acho que você seja. E algo me diz que vou acerta. Sou ótima em sacar como são as pessoas apenas de olhar pra elas.

- Rá! Essa eu quero vê. - duvidei. - Diz aí, como você acha que eu sou.

Vi a garota me encarar por alguns segundos, feito uma maluca ou pior, uma psicopata maluca.

- Vamos lá... Vou ser direta, porque não sou de embolação.

- Vai!

Eu duvidava imensamente que ela fosse capaz de acertar um por cento de como eu sou!... Mas foi com um assombro enorme que ouvi a garota me descrever com exatidão.

- Você é uma garota bastante organizada, só olhar o seu quarto pra saber disso; também é tímida e reservada; tem cara de estudiosa e jeito de nerd; usa uns ósculos do tempo do meu avô, ou seja, é antiquada; e posso apostar que ainda é vigem!... Acertei na sua descrição, quatro olhos?

Eu estava literalmente chocada com sua descrição de mim. Não é que a peste acertou?! Mas algo eu tratei de negar imediatamente.

- Eu não sou virgem!

- Olha que eu acho que é sim! - ela tinha um sorriso confiante nos lábios.

Tudo bem, eu sou mesmo virgem, mas ela não precisa ter a certeza disso!

TODAS as minhas amigas já transaram. Eu sou a única virgem do grupo.

Só que a questão é a seguinte: eu acho que um momento como esse em que você vai estabelecer uma relação íntima com alguém, ele deve ser feito quando se têm sentimentos verdadeiros pela outra pessoa. Não é só sexo, é mais que isso. Tem que ter sentimento, e esses sentimentos devem ser mútuos. Fazer somente sexo, sem sentimento, para mim, não vale a pena.

É errado pensar assim?

Acho que não!

- Pois está enganada. Eu não sou virgem!

Eu negaria isso a ela o quanto fosse preciso. Jamais ia confirmar uma coisa dessas àquela garota. Somente Gilberto e as minhas amigas sabiam desse segredo.

A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! [Versão Sariette]Where stories live. Discover now