Capítulo 6

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Era pouco mais das onze, eu estava na cozinha preparando algo para o almoço. Minutos atrás minha mãe havia ligado, avisando que não viria mesmo almoçar em casa. Ela teria uma reunião com o artista que exporia na galeria e seu agente, desse modo, teria que me virar com o almoço.

Cozinhar é algo que adoro fazer. Relaxa-me. E até que eu mando bem na cozinha. Isso não sou eu quem diz, mas minha mãe, Gil, a mãe dele e até as minhas outras amigas, que acham que mando muito bem com as panelas. Todos vivem dizendo que eu daria uma ótima chefe de cozinha, e que deveria optar pelo curso de Gastronomia ao invés de Biologia como é da minha pretensão cursar. Mas a verdade é que cozinhar é somente um hobby para mim. Minha paixão mesmo é a Biologia. É nisso que quero me formar!

Enquanto ligo o forno para colocar para assar à torta de frango com queijo que terminei de fazer, escuto a campainha tocar. Ponho a torta no forno, programo o tempo exato dela ficar ali assando e depois disso, vou à sala para atender a porta. Não me surpreendo quando abro e vejo Gilberto ali.

- Oi!

- Oi, Gil!

Antes que eu o convidasse para entrar, Gilberto já havia feito isso. Ele é de casa mesmo pra quê cerimônia?!

- Está sozinha?

Notei Gilberto olhar ao redor, como quem procura alguém. Eu podia imaginar quem fosse. Era óbvio que curioso como ele é, viria até a minha casa somente para conhecer a hóspede que estava aqui.

- Sim!

- E a sua hóspede?

Não disse! Ele veio aqui somente para conhecer a garota! Mas eu não estava nem um pouco a fim de ficar falando nessa peste!

- Nem me fale dessa hóspede! – bufei jogando-me no sofá.

- Ave Maria, amiga! O que houve? – Gilberto me indagou, sentando-se ao meu lado no sofá.

- A garota é insuportável e abusada demais. Além disso, ela ainda é chata, irritante, mandona, vive me chamando de quatro olhos... Tá bom pra você isso? Porque se quiser mais eu te digo, já que a lista de coisas desagradáveis que eu poderia dizer a respeito dela não tem fim.

- Meu Jesus Cristo!... Resumindo, você não a suporta!

- Não mesmo!

- Olha, mas você não está exagerando um pouco não?

- Não!

Eu relatei ao Gil como foram minhas últimas 24hs, desde o momento em que a minha hóspede pôs os pés aqui em casa até hoje de manhã. Contei para o meu amigo, tintim por tintim, de tudo. E ao final, ele me deu razão principalmente, quando falei da camisa.

- Essa garota é uma peste! Misericórdia, senhor!

- Ah, ela é sim!

- E o que pretende fazer, amiga? Contar a sua mãe essas coisas?

- Não. Isso, eu não vou fazer!

- Mas devia.

- Não quero bancar a ‘’filhinha-da-mamãe’’, Gil. Além do mais, minha mãe se encantou com essa Juliette, precisava ver. Ela a trata como se fosse uma filha, sendo que só a conhece há um dia.

- Senti uma ponta de ciúmes nas suas palavras. Por acaso está com ciúmes da sua mãe, amiga?

- Claro que não! Tá louco? Só fiz um comentário!

- Sei!

Gilberto pareceu não se convencer muito com o que eu disse. Mas a real, real de verdade? É que lá no fundo, eu começava a sentir ciúmes agora. Em 24hs essa estranha conseguiu ganhar a minha mãe instantaneamente.

A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! [Versão Sariette]Where stories live. Discover now