Epílogo

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Olhando pela janela do carro, eu voltava em silêncio para casa com Phil e minha mãe após deixarmos Tia Jacira e Gil na casa deles.

"Eu também te amo, Sarah!"

Essas palavras de Juliette não paravam de ecoar dentro da minha cabeça.

Seria tão estranho não ter mais a Ju lá em casa comigo. Parece que foi bem mais do que apenas um mês que durou a estadia dela na minha casa. Eu tinha a ligeira impressão de que àquela insuportável esteve do meu lado a vida toda até aqui.

Como pode?

Ela chegou e eu a detestei. Depois a convivência fez com que eu me apaixonasse perdidamente por ela. E agora, ela se foi e eu estou aqui, completamente arrasada com isso. Queria tanto que ela não tivesse partido e sim, ficado em Las Vegas comigo. Mas nem sempre o querer é poder.

- Filha...

- Oi... - olhei para a minha mãe que me encarava, virada para mim no banco do carona, já que Phil quem dirigia o carro.

- Ei, não fique assim, querida. - ela esticou o braço e tocou com carinho sua mão direita em meu joelho, em uma tentativa de conforto. - Os meses vão passar voando e logo, você vai estar com a Ju de novo. Além do mais, com a internet e celular, vocês vão manter contato constantemente, querida.

- Sua mãe tem razão, Sarah. Você vai poder falar e ver a Ju sempre por vídeo chamada.

- Vídeo chamada não é o mesmo que "ao vivo", Phil. - resmungo de má vontade.

Em uma vídeo chamada, eu não ia poder tocar na Juliette, não ia poder beijá-la e nem sentir o cheiro dela.

- De fato, não é mesmo. Mas pelo menos aplaca um pouco que seja a saudade, pois vocês vão estar se vendo.

Olhando por esse lado, ele estava certo, mas para mim só vê-la não era o suficiente. Eu queria muito ir além do que só ver.

Céus! Será que vou aguentar tantos meses longe dela?

- Juliette disse que não vai me esquecer. Será que ela não vai mesmo, mãe?

Por mais otimista que eu tentasse ser, ainda assim, eu tinha esse receio. Ela lá e eu aqui, a distância podia esfriar os sentimentos dela por mim, sei lá.

Ou na pior hipótese, podia fazer os sentimentos dela por mim acabarem ao Juliette conhecer outra pessoa. Esse pensamento me deu náuseas.

- Depois daquele "Eu te amo" que gritou à ela no meio do aeroporto, acho difícil a Ju esquecer você, Sarah, não é Phil?

- Com certeza!

Era o que eu esperava mesmo!

Suspirei enquanto voltava a encarar a rua pela janela do carro.

Me questionei se Juliette àquela altura já havia descoberto e lido a carta que lhe escrevi.

Será que ela gostou?

Ou achou brega demais o que escrevi?

Do jeito que ela é não dúvido nada que aquela garota insuportável tenha achado brega minha carta mesmo e fosse me zoar por isso.

Sinto o celular vibrar em minha mão. Na tela do aparelho vi se tratar de uma a notificação de uma mensagem da Juliette. Com pressa abri o aplicativo para ler o que ela escreveu.

"Aproveitando o pequeno atraso na decolagem do vôo, para te mandar essa mensagem com o intuito de te dizer que gostei da carta que me escreveu, a qual encontrei escondida aqui na minha mochila. Você é boa demais escrevendo, quatro olhos, melhor até do que falando. Tô brincando! Você é boa nas duas coisas! ... Quero que saiba que... Eu também vou sentir sua falta à cada batida do meu coração, nerd sem graça.

A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! [Versão Sariette]Where stories live. Discover now