Nome de Código: STARK (HIATUS)

Prólogo

ANO DE 2002 - NOVA IORQUE

[POV Narrador]

Era dia 29 de junho de 2002, Camilla, que era uma garota de apenas 6 anos, havia acordado à poucos minutos. Eram 10 e pouco da manhã de um sábado que parecia ser ensolarado e bastante quente, um dia comum de verão naquela altura. A pequena garota assistia um desenho animado na televisão enquanto tomava o seu café da manhã favorito, bolachas de aveia com um copo de leite achocolatado quente, por muito que naquela altura do ano com todo aquele calor a maioria preferisse um gelado copo de leite, mas há alguns hábitos que a garotinha não deixava para lá nem num dia quente de verão.

Tudo corria perfeitamente normal naquela manhã. Simon que também tomava o seu café da manhã sentado ao lado de Camilla no sofá e assistia junto dela os desenhos animados que, na verdade, não lhe cativavam muito a sua atenção. O seu pai só tinha olhos para a pequena garota que soltava estridentes gargalhadas enquanto comia as suas bolachas, fazendo uma enorme sujeira, mas Simon não estava nem ai para isso. A sua garotinha estava feliz e isso era o suficiente para deixa-lo totalmente radiante.

No entanto, foi exatamente nesse momento que o estar da pequena Camilla mudou por completo. No que pareceu ser menos de 1 milésimo de segundo, a garota começou a chorar desesperadamente enquanto esperneava e gritava constantemente, fazendo assim com que o seu café da manhã fosse parar ao chão.

- Papai, me ajuda! Faz elas pararem, por favor! -A garota gritou no meio do choro e enquanto agarrava a sua cabeça em total desespero.

- Elas quem, filha? -O homem perguntou desesperado mas Camilla pareceu nem ouvir a pergunta dele.

Simon não sabia nem desconfiava do que Camilla podia ter. Ficando assim também desesperado pelo sofrimento da filha, este a acolhe com ambos os braços e a pega ao colo, transportando-a até ao seu quarto cor-de-rosa e cheio de ursinhos de pelúcia de todas as cores, formas e tamanhos.

- Florzinha, está tudo bem? -Este voltou a perguntar assim que viu que Camilla havia acalmado um pouco ao deita-la na sua pequena cama também ela cor-de-rosa.

- Papai, não aguento ouvir isso na minha cabeça. Elas não gostam de mim. Elas me assustam muito. -A garota disse ignorando a pergunta do seu pai, deixando este levemente assustado. Afinal, elas quem?

- Querida...estás a começar a assustar-me. Elas quem? -Simon encarou Camilla o suficientemente assutado para este perceber e assim o abraçar de lado.

- Ouço muitas pessoas a falarem, mas a nossa casa está sempre vazia. -Explicou por fim.

- Vozes de pessoas? -Simon perguntou atônico.

- Sim. -Anuiu continuamente como se fosse algo completamente normal, fazendo Simon se passar de vez.

Simon levantou-se da beira da cama de Camilla e começou a caminhar quase em círculos perfeitos pelo quarto da garota, com uma de suas mãos passando constantemente sobre a sua barba ainda por fazer. Ele pensava que se de facto a garota ouvia vozes, ou era apenas fruto da sua imaginação, já que esta idade costuma ser bastante fértil para a imaginação dos mais pequenos. Mas o que o levava sempre para a estaca zero era o facto de ela ter tido uma reação daquelas. Do nada. Realmente podia ser verdade, até porque, qual seria o objetivo de uma criança de 6 anos mentir sobre ouvir vozes ou até mesmo fingir uma coisa daquelas?

Vários pensamentos passavam de forma descontrolada pela cabeça de Simon. Mas foi exatamente ao olhar para um livro de histórias de fantasias que estava em cima da pequena mesa de Camilla que ele se lembrou de algo no qual poderia ser a explicação para esse mistério.