Meu Amor...

Dejavú

40 Anos Atrás...

Era incrivelmente insurportável e injusto ver aquele sórdido do Hades...

Não era apenas por causa do nome de um demônio deus, que os outros deveriam se curvar e deixá-lo fazer o que quisesse...

Quando pequeno, não gostava de ir para o pátio com as outras crianças... Elas praticavam bullying comigo, e isso me deixava com um baixa astral. Portanto, ficava nos quartos, aonde tudo era silencioso, e eu podia brincar do que eu quisesse. Adorava me imaginar como um personagem com magia... Pena que isso acabou tão depressa.

Hades descobriu que eu não ficava nos pátios, e foi então me procurar pelo orfanato. E não demorou muito até me encontrar e me dar uma bela surra.

Não entendia porque as pessoas implicavam comigo. Talvez pelo fato do meu tamanho? Ou pelas minhas notas? Ou simplesmente por causa de minha aparência? Bom, era completamente injusto.

O "valentão" do Hades, acabou cometendo uma estupidez, no qual se arrependeria profundamente no futuro.  Daquele dia em diante, ele não só me batia, como me estuprava também. Tentei contar a diretora do local, ou aos funcionários, mas nenhum me deu ouvidos. Ou seja, a única formar de se vingar, era eu fazendo justiça com minhas próprias mãos.

Nos dias de hoje, Hades fez um grupinho aqui no orfanato. Digamos que um grupinho de BadBoys, usando drogas e andando armados. Seria um pouco difícil eu tentar interferir para prejudicar Hades. Mas nem sempre, ele estava com o grupinho.

Eu já estava bem crescido, com 16 anos, não muito alto, e nem um pouco bonito (Pelo menos era o que me falavam).

Certo dia, entrei na cozinha escondido, quando todas as funcionárias haviam saído para um intervalo, e para fumar seus cigarros. Aproveitei, e procurei por facas, e é claro, achei a perfeita.

Sai dali rapidamente, e esperei no quarto. Sabia que aquela faca, seria uma das cenas do crime, no caso a arma. Por isso, vesti uma luva de enfermeira que havia pegado, e limpei a faca, com o álcool que usavam para desinfectar os vasos sanitários.

Agora era só esperar. Fiquei o observando, fumar com seus "amigos" em um beco do orfanato a noite. Era iluminado por um barril com fogo dentro. Assim que seus amigos saíram pulando a grade do beco, Hades veio entrando novamente no orfanato. Apareci em sua frente e lhe empurrei contra a parede, pressionando seu pescoço com meu braço, deixando-o sem ar.

-Sabe quem eu sou Hades? -Tiro meu gorro- Eu sou Rumplestiltskin.

Comecei a golpeá-lo em sua barriga, esfaqueando seu estômago. Não suportava a raiva que sentia desse desgraçado. Seu sangue escorria sobre a luva que eu vestia. Seus olhos não paravam de me encarar, era como se ele tivesse gritando por socorro através de seu olhar.

Joguei seu corpo sobre o chão, e o observei, sangrar até a morte, e se afogar com seu próprio sangue.

Percebo que minha blusa estava ensanguentada e a tiro, jogando contra o barril que pegava fogo, logo em seguida a faca também.

Sai dali, como se nada tivesse acontecido.

Entrei no quarto com os vários garotos dormindo pesadamente, e me deitei em minha cama, precionando meus olhos, tentando encontrar o sono que estava tão distante devido à adrenalina.

O dia amanheceu com o grito de umas das cozinheiras. Um sorriso sapeca surgiu de meus lábios.