Acordada

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Marinette fechou a janela e suspirou logo em seguida.
Por quê achei que ele viria me visitar? Por favor, Marinette, faça um favor á si mesma e vá se deitar.
Pensou e trancou a janela, rumando para seu quarto.

A casa estava escura, as finas cortinas da sala não eram suficientes para conter a luz da lua que iluminava toda a sala, assim como seu quarto.
Ela se deitou em sua cama, puxando o edredom sobre si, se acomodando para descansar.
Quando fechou os olhos, flashes do incidente que ocorrera no natal começaram a passar como um filme diante de seus olhos, a fazendo abri-los repentinamente.
Se sentou na cama, não sabia por quê continuava remoendo tudo aquilo, revivendo infinitamente os momentos que passara com Chat Noir, os abraços que dera em Chat Noir, o beijo que dera em Chat Noir.
Ela não sabia por quê esperava que ele aparecesse em sua janela, a cumprimentasse como sua princesa e a beijasse, que provasse que tudo aquilo que haviam vivido não havia sido só um dos casos que Chat Noir tinha que resolver, que não tivesse sido uma obrigação.

Marinette tivera sonhos com Chat Noir, as memórias e os sentimentos de Marinette em relação á Chat Noir se alastravam por toda a sua mente e coração, invadia seus sonhos e a arrancava suspiros durante o trabalho.

E, de repente, Marinette já pertencia a Chat Noir.

Desde o natal, Marinette não havia falado com o gatuno, via ele diariamente nas manchetes do jornal em que trabalhava, mas não pessoalmente.
Sentia-se esquecida.

De repente, uma onda de raiva a atingiu, estava lamentando o fim de um "relacionamento" que nunca havia existido.
Sentiu um gosto amargo em sua boca, e um aperto no peito, seus olhos se encheram de lágrimas quentes que pinicavam atrás das pálpebras, lutando para atravessar as barreiras de pele branca que escondiam os orbes azuis, agora provavelmente apenas dois borrões de cor azul.
Marinette tentou engolir o choro, mas o máximo que pôde fazer foi tampar os lábios com as mãos para conter seus soluços.
Suas lágrimas caiam descontroladamente, e seu peito se contraia devido aos soluços violentos.
Marinette só queria se sentir amada.
No final, talvez Marinette só estivesse enganada sobre sua relação com Chat Noir, algo que foi tão grande para ela, para ele não valia nada.
Suspirou pesadamente, tentando engolir o choro e dormir, mas alguma coisa a impedia de grudar suas costas na cama.
Chutou os lençóis e voltou a pisar no chão macio e quente de seu apartamento, e andou até a sala.
Afastou com força as cortinas, olhando a lua que brilhava mais do que qualquer coisa em Paris, superava até mesmo a Torre Eiffel.
As estrelas brilhavam fortemente, mesmo que ofuscadas pelo astro que dominava o céu, milhares delas salpicavam o céu como pequenos brilhantes, algumas tinham uma aura levemente colorida, outras levemente avermelhadas e algumas apenas emanavam um brilho prateado.

Suspirou, imersa em pensamentos, estava tão confusa em relação a si mesma e à seus sentimentos pelo herói que mal tinha tempo de pensar, sua mente era tomada por ele vinte e quatro horas por dia.
O quê Chat estará fazendo?; Com que Chat estará, agora?;
Quem é Chat Noir, afinal?
Essa dúvida a corroia por dentro. Quem era Chat atrás da máscara? Teria a mesma personalidade, o mesmo carisma, de seu alter-ego? Ela o conhecia e não sabia?

Milhões de possibilidade explodiram na cabeça de Marinette, desde as mais aceitáveis – como, por exemplo, ela não conhecer Chat, ou talvez, ter o visto alguma vez na rua ou no super-mercado – até as mais absurdas – como, por exemplo, ela conhecer Chat Noir e não saber, talvez passase por ele todos os dias, falasse com ele todos os dias, sem saber que o dono de seus pensamentos estava tão próximo de si – mas ela se forçava à acreditar que tudo não passava de teorias bobas feitas por alguém desesperada por cinco minutos de atenção vindos da pessoa querida.
Mas, mesmo assim, aquele fio de esperança insistia em permanecer em seu coração, alimentando seus desejos mais profundos.

Footprints CatWhere stories live. Discover now