24: 이십사

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Deem suporte à fanfic, votem e comentem. Boa leitura!

PS: leiam as notas finais.




No meio da semana Jimin acordou entre quatro e cinco da manhã, e não conseguiu dormir mais depois disso.

Ele subiu e desceu as escadas mais vezes do que você pode imaginar a olho nu, e mudou os móveis de lugar, antes mesmo do sol nascer. Tomou um banho gelado e sujou toda a louça de propósito.

Encheu a vasilha de ração de Bellatrix até que a cadela ficasse cabisbaixa de tanto comer. Ligou e desligou a televisão várias vezes, até o aparelho travar em um momento. Lavou a louça e se sujou de sabão propositadamente, trocou de roupas até que o armário estivesse vazio e o chão abarrotado de tecidos.

Quando o sol brilhou forte, às nove da manhã, Jimin ficou encarando-o pela janela, até que sua pele ficasse vermelha e começasse a arder. Neste meio tempo, sentado no chão, suas unhas arranharam os próprios joelhos muitas vezes, até que sangue fluísse das marcas. Arrancou alguns fios de seu cabelo negro e roeu as unhas, até que os locais latejassem de dor.

Antes do almoço, ele pegou todo o tipo de condimento que se podia comer com pão e montou um sanduíche de quase dez centímetros, qual ele observou por quinze minutos e não comeu. Ofereceu o lanche para Bellatrix, mas esta estava tão cheia, que apenas virou a carinha, soltando um muxoxo, e deitou-se tristonha no sofá.

Jimin então se sentou na frente da porta, os olhos atentos focados unicamente na fechadura, sua cabecinha imaginando uma forma de abri-la, já que há semanas não ficava com a própria chave.

Seu vício lhe dizia que ele precisava sair, que precisava pegar o dinheiro e ir à procura do que necessitava.

Não estivera triste nos últimos dias, longe disso, mas à noite, sua mente sempre lhe trazia as mesmas memórias, com detalhes tão vívidos que nem parecia que estas coisas haviam acontecido há anos atrás.

Jimin rodou a casa e se esgueirou para baixo dos móveis, abriu cada caixinha e pacote, afundou as mãos em cada bolso de suas roupas, olhou em cada cantinho, mas não encontrou nem sequer um mísero comprimido.

Sentindo-se finalmente cansado, se encolheu no sofá menor e chorou.

E como chorou.

Chorou até que suas pálpebras mal pudessem se abrir, chorou até o bolo na garganta se tornar insuportável, chorou até ficar sem ar, chorou até que seu rosto todo ficasse dolorido, chorou até os globos oculares arderem como se houvessem pingado ácido.

As memórias eram tão dolorosas e tão constantes. Jimin precisava esquecer, precisava de uma noite de paz, precisava cair no colchão e não ouvir mais nada, precisava ser dopado.

Quando Jungkook passou pela porta, exatamente no horário de almoço, a diferença na casa era enorme e ele logo teve idéia do que estava havendo. Portanto, nem mesmo perguntou à Jimin o motivo pelos quais os móveis estavam desarrumados, ou por que havia tanta espuma na pia da cozinha, como ele havia machucado os joelhos ou questionou o claro desanimo de Bellatrix.

Ele soltou um suspiro ao ver o rosto de Jimin, os olhos inchados e a pele molhada e fortemente corada.

- Trouxe almoço, Jimin - avisou, com a voz baixa e sem emoção, pondo a refeição na mesa. - Você acha que pode comer?

- Não - Jimin lhe respondeu, a voz saindo rouca.

- Tente, só um pouco - Jungkook foi até ele e se agachou ao seu lado. - Venha comer um pouquinho.

Jimin não respondeu, ele desviou o olhar e fungou, com as mãos trêmulas junto ao peito.

- Tem batata, tem tomate, e frango... - Jungkook levou a mão até o topo da cabeça dele, infiltrando os dedos gentis entre a cabeleira macia e escura, acariciando a pele. - Amor, faça um esforço.

Addict {jikook}Donde viven las historias. Descúbrelo ahora