Parte 01

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Lucilene Gonzaga 

Eu não acredito! Ele fez isso, serio mesmo?  – Disse eufórica querendo saber mais sobre tudo que tinha acontecido com a Jéssica. Na verdade fiz isso pra não desanimar minha amiga, mas eu já sabia essa história de có e salteado.

- É sério amiga! Foi assim mesmo como eu estou lhe dizendo. Confirmou a ela.

- Nossa! Vai me conta de novo com mais detalhes - bastante surpresa diante do que a amiga estava lhe contando. - Ele deve gostar de mesmo de você né? Só pode ser isso, pra fazer uma loucura destas o cara deve estar apaixonado ou estar ruim da cabeça.

- Também não exagera né amiga. Pô! Quem vê você falando assim pode até pensar que, um homem para gostar de mim ou é um babaca ou um "maluco beleza", eu não vejo assim. Saiba que eu achei bem romântico o que ele fez. E tem mais, foi bem melhor do que tomar um banho de vitamina de abacate como foi o seu encontro com o seu último namorado. Bem melhor! Era só o que me faltava! – arqueei uma sobrancelha pra ela achando completamente desnecessário a Jéssica me lembrar do que tinha acontecida naquele trágico encontro.

Sempre fui estabanada, mas sempre disse que achava que o copo de vitamina de abacate estava vazio, e eu queria apenas mostrar a cena de um filme onde a mulher jogava agia no homem. Nunca pensei em ver o Silvio todo sujo da vitamina que mais parecia uma gosma verde.

- Tá bom! Foi mal! Mas, diz aí? Foi lá naquele restaurante por quilo que você almoça todos os dias que ele fez isso? – perguntei

- Ééé! Foi lá! Eu levei um baita susto quando ele aproximou de mim e com aquele buque de Hortência que eu tanto adoro, e o anel de noivado.

Não queria cortar o barato da Jéssica, e lógico que eu não iria comentar, mas eu acho hortênsias a coisa mais brega que possa existir. Por que não gostar de rosas vermelhas mesmo, é bem clichê, mas não é brega, nunca será. Eu particularmente preferia lírios coloridos, mil vezes melhor que Hortênsias azuis. Muito mais chique. 

- (...) "Agora, com essas Hortênsias, quero ver você fugir dos meus sonhos novamente, e é com toda a minha dignidade honra e os mais sinceros e profundos sentimentos eu te pergunto. Quer se casar comigo?"

- Ah! Que lindo! Eu achei tão romântico! – tirando as hortênsias e o restaurante a quilo, até que foi bonitinho.

Ela estava na verdade nas nuvens. Ela não parava de contar e recontar o seu pedido de casamento.

Jéssica sempre foi uma garota bonita e todos no colégio só tinham olhos pra ela, é claro. Conheço a Jess tem muitos anos, sempre fomos vizinhas estudamos da mesma escola. Apensar de ser um ano mais velha que eu, todos sempre achavam que eu era a mais velha, acredito que pelo fato de ser muito alta, e muito magra. Isso me gerou os piores apelidos no colégio. Se pra você Olivia palito é um apelido ofensivo, isso pra mim era elogio, sempre ouvi me chamarem de Macarrão, Vara Pau, Louva Deus, Limpador de Mangueira, Tripa seca, Pilha de Osso, Graveto, pau de sushi, Galho Seco, o vento levou. Posso passar o dia inteiro numerando os apelidos e ainda assim faltará. Apesar de sempre conviver com Jéssica, nossas vidas era completamente de mundos diferentes, ela tinha pais ricos, sempre viajou pra lugares legais, comunicativa, enfim já eu era o avesso dela. Por mais que possa parecer ridículo isso me incomodava as vezes. Quase sempre.

Quando fui pra casa, senti uma pontada de inveja da Jéssica, a bendita inveja branca claro. Jamais eu desejaria o mal da minha amiga, longe de mim. Mas eu ficava pensando que jamais iria achar alguém que goste de mim. Nunca tive namorado, e que eu saiba ninguém nunca se interessou por mim. Se eu dou "BV", não é claro que não. No colégio sempre tinha aquele carinha que também era zuado, e pra entrar para o grupinho dos meninos mais descolados tinha que fazer alguma prova, coisa de moleque. E a prova qual era? Ficar com a garota mais esquisita do colégio, nesse caso eu. Lógico que já fiquei com outros garotos em algumas festinhas, e alguns nerd na faculdade. Mas nada demais. Nunca achei se quer um garoto do meu tamanho, e quando me aparecia àqueles escaladores de meio fio eu mentia dizendo que tinha namorado. Não sou nem um pouco bonita e todos os homens que me olham parecem rir de mim. Cheguei em casa minha mãe estava na cozinha preparando o almoço

Vôo da LiberdadeWhere stories live. Discover now