♙ 26 - Noite Fria ♙

734 60 4
                                    

Dulce se agachou pela dor que sentiu na barriga, era forte demais a fazendo gritar e chorar ao mesmo tempo, uma pequena poça de sangue se formava entre as pernas dela quando escuta a porta sendo esmurrada.

Dulce: vá embora! - gritou entre os soluços do choro, Alfonso encarou Anahí que estava assustada com aquela situação.

Alfonso: abra Dulce se não eu mesmo irei arrombar essa porta! - batendo na porta com força novamente, ela tentou se levantar do chão mas não conseguiu sair do lugar a dor estava insuportável.

Dulce: eu... Eu não... Não... Consigo - falando um pouco mais baixo do que antes, mas foi o suficiente para ele ouvir e se atirar contra a porta, mas a porta não abriu.

Anahí: tem que haver outro jeito, assim você só vai se machucar - ele a encarou sério, estava se apegando a um fio de esperança de tudo ser uma grande piada de mau gosto da Dulce, mas ao mesmo tempo algo lhe dizia que tinha algo de grave acontecendo.

Alfonso: onde fica os extintores? -  ela apenas apontou para o final do corredor onde havia dois extintores de incêndio, ele pegou o maior que tinha e o bateu com força contra a fechadura abrindo a porta, Dulce estava desacordada no chão do quarto pálida - oh merda!

Anahí: ela morreu? - estava assustada, se ela estivesse morta jamais se perdoaria, por mais horrível que a Dulce fosse, ela tinha sua parcela de culpa por permitir que Alfonso fosse ao quarto dela. Se limitou a observar ele pegar Dulce no colo e verificar o pulso dela.

Alfonso: ela está viva, mas aqui tem muito sangue, procure os documentos dela - Anahí procurou pelo quarto e encontrou numa gaveta do criado mudo - vamos - pegando Dulce no colo.

Anahí: irei apenas pegar um casaco e o seu - ele concordou com a cabeça enquanto ela foi até o quarto buscar os casacos o encontrando na porta da Vega - onde está seu carro?

Alfonso: está no estacionamento da Stigma, merda! As chaves está no meu quarto na república, por favor vá buscar para mim e nos encontramos no estacionamento - ela concordou e saiu correndo pelo campus.

Enquanto ela corria ofegante pelo campus, ela andava com dificuldade com Dulce no seu colo, estava frio e ele estava vestido apenas com a cueca e um chinelo, mas ele precisava andar mais rápido, pois a cada minuto Dulce ficava mais pálida nos seus braços.

Robert: Anahí? - a estranhando ali vestindo apenas um pijama com um casaco por cima e um chinelo - aconteceu alguma coisa?

Anahí: acho que a Dulce está perdendo o bebê, onde estão as chaves do carro do Alfonso? - Robert a encarou confuso, mas logo se situou da situação.

Robert: é melhor eu levar vocês no meu carro, Alfonso não deve está em condições de dirigir agora, só espere um segundo - subindo as escadas correndo e pegando um casaco, quando Anahí se deu conta que estava com o casaco de Alfonso nas mãos xingou baixinho.

Eles correram até o estacionamento e encontraram Alfonso encostado no carro curvado sobre o corpo de Dulce em seu colo, Anahí engoliu o seco e Robert o gritou.

Alfonso: você não iria viajar? - falou ajustando Dulce no colo e caminhando até o carro de Robert.

Robert: sua sorte que deixei para sair amanhã pela manhã - abrindo a porta traseira para ele colocar Dulce no banco de trás do carro e Anahí o entregou o casaco.

Alfonso: obrigado - colocando o casaco - agora precisamos ir rápido!

Anahí se sentou ao lado de Dulce que ainda estava desacordada no banco traseiro e Alfonso se sentou ao lado do motorista no banco da frente, Robert ligou o carro e saiu acelerando o carro pela cidade de NY.

Quando chegaram ao hospital, foram logo atendidos uma enfermeira trouxe uma maca e Alfonso colocou Dulce deitada enquanto Anahí estava no balcão entregando a documentação de Dulce para abrir a conta no hospital com o plano de saúde.

Robert: cara se acalme, antes que você seja o próximo paciente - Alfonso o encarou sério e Robert pegou o celular e tirou uma foto dele.

Alfonso: que merda está fazendo? - Robert apenas deu de ombros mexendo no celular, Anahí estava calada sentada ao lado de Robert olhando para as mãos - não fique assim - se sentando ao lado dela e a abraçando.

Anahí: me desculpe - ele a encarou confuso - tudo o que está acontecendo é por minha causa, quase morreu de hipotermia e ... - sendo calada pelos lábios dele, não foi um beijo, apenas selaram os lábios.

Alfonso: pare com isso, nada do que aconteceu foi culpa sua e nem estamos abaixo de zero - ela sorriu fraco, mas logo seu semblante ficou sério novamente o médico chegou e todos se levantaram - então Doutor como a Dulce está?

Médico: ela está recebendo uma transfusão de sangue, o sangramento foi muito extenso e o bebê não resistiu ao trauma, logo poderão entrar no quarto para a ver - eles concordaram e se sentaram novamente no corredor.

Os minutos pareciam que se arrastavam, até quando a enfermeira chegou os avisando que poderiam entrar no quarto, ao contrário do que esperavam Dulce já estava acordada, com uma expressão cansada e os olhos vermelhos de tanto chorar.

Dulce: está satisfeito Alfonso? Você se livrou de um problema que não queria, agora sai daqui! -  virando o rosto chorando ainda mais.

Alfonso: Dulce por mais que eu não o quisesse jamais desejaria que isso acontecesse - ela o encarou como se pudesse o matar apenas com o olhar.

Dulce: vá embora Alfonso, vá e leva essa coisa junto com você! - Anahí sentiu seu corpo tremer com os gritos da Dulce, uma enfermeira chegou e pediu que todos saíssem do quarto e a deixasse só - não sabia que qualquer pessoa poderia entrar num quarto de um paciente.

Enfermeira: e não pode, mas um se identificou com pai do bebê e  eles salvaram a sua vida, se demorassem mais a hemorragia poderia ter sido ainda maior - aplicando uma medicação no soro - tenha uma boa noite - se retirando do quarto e a deixando só.

GONE (Ponny) [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora