Capítulo 34

1.7K 107 52
                                    



Alfonso

Assim que acordo, puxo Anahí pra perto de mim e fico brincando com a aliança que dei pra ela. Ela se mexe acordando e quando sorri pra mim, me sinto o cara mais sortudo do mundo. Any me abraça com força e fica em silêncio, enquanto percorro os lábios pela sua testa.

- Amor?

- Oi! - sorrio, gostando quando ela me chama assim.

- Você acha que o Miguel odeia a gente? - ela me encara com aquela tristeza nos olhos que tantas vezes a vi tentar disfarçar.

- Não! Acho que ele está feliz pela gente, acho até que ele está pensando que demoramos muito pra nos acertar. - tento fazê-la relaxar, mas quando não consigo parto pra outro caminho. - Meu amor, não fica pensando no que a minha mãe falou.

- Ela não está totalmente errada. - ela encara nossas mãos entrelaçadas.

- Any nós dois sabemos como as coisas aconteceram. A gente sabe que não planejamos nos apaixonar, eu sei o quanto você lutou contra, eu fiz o mesmo. A gente não tem culpa. Você não tem culpa do acidente, podia ser ele ou você e por uma força maior foi ele. Talvez a missão dele aqui, tenha sido nos unir.

- Hoje depois que falei com a sua mãe, fiquei me lembrando do acidente. De quando acordei no quarto e você estava lá, você sempre esteve do meu lado e eu nunca desconfiei de nada, até aquele dia quando nos beijamos. Me senti feliz e apavorada com a ideia, tinha medo de confundir as coisas, tinha medo de me apaixonar por você, mas já era tarde porque eu já estava me apaixonando. Por isso, eu tentei fugir, por isso demorei tanto pra assumir. Eu sabia que depois que eu assumisse, esse sentimento me consumiria.

- Eu nunca soube se teria uma chance algum dia com você, até a gente se beijar aquele dia. O primeiro empecilho foi meu irmão, eu nunca tiraria você dele, você foi a única garota que o Miguel teve a chance de amar de verdade e você o fez feliz, enquanto ele esteve aqui.

Ela sorri e seus olhos ficam marejados.

- Então eu tentei ser um amigo pra você, ter uma boa relação com você como cunhado. Quando o Miguel nos deixou, éramos mais próximos e entendi que você e eu precisávamos um do outro pra chorarmos juntos, ninguém além de nós ia entender a falta que o Miguel fazia. Sempre tentei ser o que você precisava, tentava me desligar de você, me apegando mais a você, tentava mentir pra mim mesmo, dizer que já tinha superado meu amor por você, que só éramos amigos, mas era mentira... Até o dia daquele beijo eu só queria ser alguém importante pra você, com quem você pudesse desabafar. Depois que a gente se beijou, entendi que você era o meu mundo e isso nunca ia mudar, então decidi lutar por você. Eu nunca tinha me sentido tão vivo como no momento em que nos beijamos pela primeira vez. Foi como se um limite tivesse sido ultrapassado e não dava mais pra voltar atrás. - acaricio seu rosto e a beijo.

- Obrigada por não ter desistido da gente. - ela sorri, emocionada.

- Quando aconteceu o acidente, Miguel foi direto pra mesa de cirurgia. Disseram que você estava estável e que estava no CTI. Eu estava desesperado ali, naquela sala de espera, não podia ficar com meu irmão, então precisava ficar com você. Tinha medo que o acidente me levasse os dois e eu perdesse pra sempre a chance de ser eu mesmo perto de você. Cheguei no quarto, agarrei sua mão como se assim pudesse impedi-la de ir embora e abri meu coração pra você. Disse que te amava, que precisava que você lutasse e abrisse os olhos. Te implorei pra você ser forte e ficar com a gente e jurei que ia cuidar de você se algo acontecesse com o Miguel. Meus pais te culpavam e jurei que não ia deixá-los te machucar. Enquanto eu falava você apertou minha mão. Você apertou a minha mão, Any. Uma parte de você, talvez sua parte inconsciente me ouviu e ai você começou a melhorar. Não consegui sair de perto de você, não podia ver meu irmão, então fiquei lá, cuidando da outra parte do meu coração, querendo que quando acordasse você me visse primeiro que todo mundo. Eu queria te dar a notícia do acidente, de uma forma que você não se culpasse. Nunca foi sua culpa, meu amor, e já passou da hora de você entender isso.

Maybe Someday ✔Where stories live. Discover now