Sequestro

Milla

Hoje está uma correria só. Mas antes de dizer o motivo dessa correria tenho que contar tudo que aconteceu do noivado até aqui.
Depois do maravilhoso passeio na praia, nós voltamos para a pousada e ainda estavam todos lá nos esperando, conversando, planejando e ainda emocionados por tudo que o Dani disse ao meu respeito e ao que sente por mim. E nossa! Eu sinto da mesma forma, eu sou nova eu sei, mas não trocaria nada por esse momento, por esse homem e por esse bebê que espero.
Decidimos não descobrir o sexo, só saberemos ao nascer. Loucura, não? Mas nosso amor surgiu de uma loucura e estamos gostando disso.
- Amor vamos dormir? - Abraço ele por trás e encosto minha cabeça em seu ombro. Ele retribui com um carinho e logo se levanta se despedindo do pessoal.

Quando chegamos no nosso quarto, lembramos que a Laurinha estava em um dos quartos dormindo, fomos até ela demos um beijo nela e decidimos deixá-la, logo cedo acordariamos para ficar com a gente.

Nossa noite foi recheada de amor, de juras, de planos, de sonhos, de entusiamo e de alegria, como somos felizes com tudo que estamos vivendo.

Quando amanhece decidimos ir visitar o pai dele e durante o caminho até lá, percebi o Dani muito tenso e ao mesmo tempo agoniado.

- Amor calma! Vai dar tudo certo, não temos nada a perder, meu pai que teria todo motivo para acabar com a vida dele, decidiu deixar pra lá e ainda te aconselhou a procurá-lo. Então, nada mais justo você dar uma chance, mesmo com toda a dor que ele te causou, deixe ele ser seu pai de verdade, dê a oportunidade de ele ser um pai melhor e se ele desperdiçar essa chance, problema é dele, você fez sua parte. Tá bom?
- Sim amor! Eu sei disso e concorco com você sempre - ele olha para mim, pega minha mão e beija rapidamente para poder voltar sua atenção à direção.

Ao chegar ele se emociona, vejo de longe ele comversando com o pai, consigo ver um pai amando um filho e não mais um bandido, consigo ver um cara arrependido e meu coração se alegra demais.

No caminho de volta para casa ele me conta com emoção tudo que seu pai disse; disse que eles combinaram de devolver o dinheiro do sequestro e tentará se redimir com a minha família. Daniel também me conta que ajudará o pai a dar a volta por cima, que quando ele voltar pro Brasil vai deixar a pousada pro pai, se ele mostrar que realmente mudou é claro.

Alguns meses se passaram e eu acordei com forte dores, parece que será hoje o dia que saberemos se terei um príncipe ou uma princesa. Estou muito ansiosa não sei o que me deixa mais agitada: se é o medo ou a expectativa e curiosidade sobre tudo, sobre tudo que virá com a chegada desse bebê.

Daniel parece uma barata tonta desde a hora que avisei sobre as contrações, meu pai então. .. nossa! Fica toda hora com aconselhamentos médicos, mais nervoso que eu e enquanto isso minha mãe está plena, conversando com a laurinha explicando a ela tudo sobre como ser irmã mais velha. E eu só sei dar risada de tudo isso.

Meu parto será aqui em casa. Sim na minha casa do Brasil, viemos todos para cá e o Dani ficava indo e voltando de Cancun, morrendo de medo que nessas idas ele perdesse o nascimento. Mas deu tudo certo e estamos todos aqui loucos e apavorados esperando o momento.

A campanhia toca e percebo uma falação no andar de baixo, tento adivinhar pelas vozes e rapidamente identifico que são meus avós e a Karine. Ai meu Deus! Isso aqui está parecendo uma feira.

As horas passam e as dores se intensificam, já estão aqui as enfermeiras contratadas, uma doula e o doutor Mauro que junto com o meu pai, darão apoio no parto.

Já estou na banheira recebendo massagem do Daniel nas costas para aliviar a dor das contrações e nada ajuda, preciso ser sincera... essa historia de que tem que fazer isso, ou aquilo, é balela, sinto uma dor dos infernos.

Passo o tempo todo morrendo de vontade de gritar sem parar, mas me contenho porque estou sendo clicada pela Karine o tempo todo e não quero sair feia, embora as caretas de dor saiam espontaneamente. E então, depois de tanta espera, dor, caretas, contrações intensas, força e no final inevitavelmente gritos, meu bebê nasce e naquele momento eu descubro um amor somado, multiplicado, na verdade quadriplicado por um ser tão pequeno, tão frágil e tão angelical... agora sou mãe de um menininho tão lindo quanto o pai! Seu chorinho, até seu chorinho é perfeito!

- Amor nosso menininho!!! - Daniel me entrega ele aos prantos e ficamos juntos colados por um tempo extasiados por esse momento. Somos quatro agora! Temos um casal! Laurinha e Pietro!

E agora sim, depois de relembrar tudo isso possso viver o presente que também é tão lindo quanto! Chegou o dia de dizer sim ao meu futuro marido, lá no altar, recebendo a bênção de Deus e de todos aqueles que nos amam! E não será só isso, hoje todos terão outra grande surpresa, na verdade várias! Cada coisa que foi acontecendo nessa família e eu tendo que esconder vários segredos, doida pra revelar, mas chegou o dia! Comemorem!!!