Capítulo VII - Matar ou Morrer

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O tempo estava sendo meu inimigo como sempre enquanto eu esperava a Maya acordar.

Já estava me conformando que talvez ela só acordasse amanhã, ou estivesse em coma.

Consegui fazer o Ryan ir para a escola, queria que ele se distraísse. Não aguentava vê-lo triste por minha causa.

Eu já estava bem. Ele não precisava se preocupar comigo.

— Fiz café. — Taylor entrou no quarto segurando duas xícaras de porcelana.

— Obrigada. — peguei e já bebi, me arrependia de ter feito isso.

Ele começou a gargalhar alto. Fechei a cara e resisti à vontade de derramar esse café na cara dele.

Será que somos resistentes à queimadura?

— Nem pense nisso. — se afastou ao notar o jeito que eu o olhava.

— Como vamos saber se somos resistentes à queimadura? Precisamos testar isso também. — minha voz saia tão doce, parecia que eu era inocente.

Apenas parecia.

Um gemido baixo me fez entregar a xícara para ele e correr para o lado da garota que estava acordando.

Seu olhar parecia perdido e vagava para todas as direções do meu quarto até pararem em mim.

— Onde eu estou? — perguntou enquanto se sentava na cama.

— No meu quarto. Como se sente? — ajudei ela a se sentar na cama corretamente.

— Normal, por que eu estou no seu quarto?

Essa era uma boa pergunta que eu também não sabia como responder.

Analisei seu cabelo e me senti frustrada porque ele não tinha mudado nada.

O problema com a cor do meu cabelo podia esperar.

Ela olhou para o Griffin e parecia assustada.

Ele era mesmo intimidante, mas eu já estava acostumada.

— Está tudo bem, ele é um... — pensei no que dizer, eu iria mesmo falar aquilo. — Amigo. — engoli em seco ignorando o sorriso que ele deu.

— Seja bem vinda ao time. — ele ergueu as duas xícaras fingindo uma falsa comemoração.

Ignorei-o e segurei a mão da Maya entre as minhas mãos.

— Preciso que preste bastante atenção no que eu vou dizer agora.

Ela assentiu meio hesitante. Respirei fundo antes de começar pelo começo. Ela me olhava como se eu fosse uma estranha que ela não conhecia enquanto eu contava sobre nós.

Talvez não conheça.

— Vocês são loucos, não existe super poderes e nem Deus do fogo com símbolos e sangue consagrado.

Foi à primeira reação dela. Tudo bem, eu também não acreditaria em mim se não estivesse vivenciando tudo isso. Também não acreditava em Deus do fogo, isso era a crença dos nossos antepassados, para mim só existia um Deus.

— Não são super poderes, somos apenas diferenciados. — tentei explicar, ainda não sabia muito bem do que éramos capazes ou o que realmente éramos.

— Eu vou embora, não sei nem como vim parar aqui. — ela se levantou, mas Taylor parou na frente da porta.

— Garota, você agora possui o símbolo, então aceite logo sua nova vida. Muita gente gostaria de estar no seu lugar. — Taylor se meteu, ele já tinha perdido a paciência.

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