Capítulo 2

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A chegada de Theo Lins à cidade fez a rotina do Hotel ficar uma loucura por várias semanas. Meu pai estava passando noites em claro com a preocupação de receber alguém como Theo e era visível o quanto ele estava abatido.

Meu pai não comentava nenhum detalhe comigo que fosse além das minhas funções no hotel. E ao mesmo tempo que eu queria ajudá-lo, eu não queria ter essa proximidade com a chegada do cantor. E o que meu pai não falava de Theo Lins era compensado por Andreia, que a cada dez minutos vinha me pedir ajuda para burlar as ordens do meu pai para ir ver o ídolo. E eu negava sempre.

Ela pode chorar, gritar, fazer escândalo. Não vou colocar o hotel em risco por conta de fanzice. Fora que eu podia ser demitida. Acredite, o cargo do meu pai não influencia em nada no meu vínculo empregatício com o Hotel.

As semanas que levavam à chegada de Theo Lins pareciam extremamente longas, não por ansiedade, mas porque os treinamentos estavam intensos. Pessoas novas foram contratadas e além de passar todo o funcionamento do hotel para elas, ainda tinha as instruções sobre a chegada do astro.

Milhões de instruções de privacidade, treinamentos de segurança, mais e mais recomendações. Eu, particularmente já estava ficando cheia. Ele não era o centro do mundo, afinal.


***


Naquele dia, em particular, eu acordei com uma sensação ruim. Em pouco menos de 24 horas, Theo Lins estaria na mesma cidade que eu, no mesmo hotel, a poucos metros de distância. E por mais que eu pensasse ou falasse, eu estava com medo. Sim, eu tinha medo. Do que exatamente eu não sei. Seria medo de encontra-lo? Medo de não o encontrar?

Eu estava ansiosa, nervosa. Tinha medo de algo dar errado. E na noite que antecedeu a chegada de Theo Lins, eu simplesmente não consegui dormir. Já era madrugada, em poucas horas eu deveria "acordar", mas ao invés disso, eu estava na cozinha, escorada no balcão e pensando.

Pensando. Pensando. Pensando.


Na manhã do "Dia D" eu parecia um caco. Tive que caprichar na maquiagem antes de entrar na cozinha para tomar café da manhã. De forma alguma eu poderia parecer abatida. Andreia estava de cara fechada por não poder ir ver o amadinho dela. Meu pai me esperava no carro e me analisou enquanto eu entrava.

Deixamos a mais nova na escola e seguimos para o hotel. O caminho foi silencioso. Meu pai batucava no volante alguma música que estava em sua cabeça enquanto eu me mantinha no silencio olhando pela janela.

- Posso dar uma olhada no plano de segurança? - Pedi quando entramos no escritório do meu pai.

Ele me analisou por um minuto, e puxou alguns papeis de uma gaveta me entregando em seguida.

Olhei rapidamente algumas informações e procurei pelo planejamento de cobertura. Analisei os pontos onde iriam ter seguranças e agentes.

- Isso aqui não vai dar... - falei tirando minhas conclusões.

- São 100 seguranças, Nina. - Meu pai falou num suspiro.

- E até a Andreia passaria por eles. E ela tem 15 anos! - Rebati.

Meu pai soltou um risinho e veio me abraçar.

- Sei que está preocupada com a segurança dele e...

Cortei sua fala

- Não estou preocupada com ele. - Me afastei de seu abraço - Estou preocupada com o nome do hotel caso alguma fã maluca consiga passar pelos seus "homens".

Todas As EstrelasWhere stories live. Discover now