Mistérios não desvendados

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* Dedicado à Bruna,Kezia e Ruti, e a todos que estavam esperando por um capítulo novo*


O difícil, não é descobrir a verdade, mas sim, lidar com ela. A mentira, é o escape dos espertos, mas a verdade, é a arma dos sábios. Minha mãe, sempre foi esperta.


Parada na porta do quarto de Scott, o cômodo estava totalmente escuro, mas não me impediu de imagina-lo ali. Imaginar, nem sempre, era algo bom a se fazer, pois as vezes, a realidade, não nos acompanha, e tende a nos destruir com tamanha crueldade. Acendi a luz, torcendo para que ali, ela me mostrasse tudo o que eu estava procurando, mesmo nem eu mesma, não sabendo o que queria encontrar.

Dei passos lentos, e a cada um deles, uma sensação estranha me invadiu. Observei o quarto, e por um instante, meus olhos se fecharam, e era como se eu soubesse, que as coisas iam mudar. E que de algum jeito, aquilo iria me destruir.

Observei sua cama arrumada, sua mesinha com fotos dele e de sua mãe, e uma com Arya e David. Uma case de guitarra do lado de seu guarda-roupa, e um pequeno criado mudado ao lado de sua cama.

O que eu estaria procurando? Se ele fosse o garoto da foto, o que eu poderia encontrar aqui, para comprovar isso? Será que eu queria mesmo descobrir? Será que eu poderia aceitar a verdade, o choque de realidade que viria com tudo isso?

Não havia muitos lugares para procurar, não havia tantos moveis, e tudo parecia completamente arrumado. Vasculhei as gavetas, tendo cuidado para deixar tudo exatamente como estava. Olhei em seu guarda-roupa, e quando vi ele quase completamente vazio, uma pontada de dor me atingiu, mas tentei ignora-la. Mas não era a coisa mais fácil do mundo, estou cansando de fingir.

Olhei cada gaveta, cada canto do quarto, e depois de quase meia hora, cansada, sentei em sua cama, sabendo que Jason logo viria, e eu teria que dar o fora dali. A cama macia, parecia um convite para eu me deitar, e eu me rendi ao convite. Me estiquei, e me espreguicei. Suspirei, e de certa forma, estava contente por não ter encontrado nada, talvez, aquele pressentimento, não era algo ruim. Talvez eu esteja me precipitando com tudo, talvez eu esteja louca!

Mas e se eu não estivesse louca? Encarei o teto do quarto e pousei as duas mãos juntas sobre a barriga. Eu até que gostaria de dormir aqui. Encarar outro teto que não fosse o meu.

Debaixo da cama? Não custava conferir. Me desafiei a tentar o que seria óbvio demais, e como esperava, não havia nada ali. De joelhos no chão, passei a mão pelos cabelos, e me sentei no chão gelado ao lado da cama.

Debaixo do colchão?

Levantei o colchão, e novamente, não havia nada. Frustrada, mantive o colchão erguido, e algo me chamou atenção. Empurrei-o um pouco para o lado, ainda tentando deixar tudo em ordem, me rendi a curiosidade.

Parecia um pequeno zíper, quase na extremidade da cama. O abri, e mesmo não podendo abri-lo por completo, consegui ver por uma fresta algumas folhas brancas. Peguei a primeira que minha mão conseguiu alcançar e sentei novamente ao lado da cama, e desdobrando a folha comecei a ler com certo receio do que poderia estar escrito ali.

"Querido Tio James,

Preciso vê-la novamente, peço que me permita ir novamente para sua casa neste final de semana, soube do que aconteceu com a amiga dela. Sei que não posso fazer muito, mas preciso vê-la. Preciso espairecer.

Sinto muito pelos problemas que ando causando, ela me deixa fora de mim. Odeio não poder fazer nada, quando vou poder finalmente contar a verdade? Ela merece saber. Ela precisa se lembrar.

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⏰ Last updated: Jul 02, 2017 ⏰

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Uma Coisa Chamada AmorWhere stories live. Discover now